Frederico Fígner
A
Redação
Reformador
(FEB) Fevereiro 1947
Em nosso número de Fevereiro anunciamos a
desencarnação de nosso querido companheiro de trabalhos espíritas, Frederico Figner,
e dizíamos, então, que ele foi o espírita mais perfeito que já existiu no
Brasil. Não quisemos com isso diminuir o brilho da ação de outros pioneiros da
Doutrina, como foram Bezerra de Menezes, Antônio Luiz Sayão, Cairbar Schutel,
Guillon Ribeiro, Batuira e outros. Fígner possuía todas as grandes virtudes
cristãs que mais enobrecem as almas privilegiadas por alto grau de progresso e
tinha ainda o espírito prático do homem moderno que sabe reunir meios materiais
para ajudar em grande escala a divulgação das ideias e os necessitados. Esse
conjunto raro de capacidades espirituais, intelectuais, sociais e materiais fez
dele realmente um espírita modelar, dentro da vida social, em pleno século
vinte. A faculdade de desenvolver capacidades tão variadas que no Espírito sem
elevação se chocam e tendem a destruir-se reciprocamente, predominando umas
somente pelo aniquilamento de outras, é o que em Fred Fígner revela grande
superioridade espiritual. Saber ganhar fortuna sem se prender a ela, mas, ao
contrário, fazendo-a serva obediente de serviço social, e conservar a candura
do crente, a fé que transporta montanhas, sem cair no fanatismo religioso, e,
ao mesmo tempo, instruir-se em letras e línguas, sem desviar o pensamento de
uma série complexa de deveres; cultivar as mais altas relações sociais, sem
esquecer o convívio com os infelizes e sofredores, essa multiplicidade de
atividades não é dada ao comum dos homens, mas somente aos Missionários, aos
Espíritos de escol.
O Brasileiro
Toda a imprensa diária regista o passamento
de Fígner como a de um grande brasileiro. Adquiriu ele a cidadania brasileira
há 25 anos e desposou uma dama de nossa melhor sociedade, criou uma família
brasileira e amou ao Brasil como os que mais o amem. Sua obra de unificação
espiritual de nossa gente é maior do que
em
geral se pensa. Gravando ele em pessoa discos fonográficos de músicas populares
brasileiras e divulgando-as por todo o território nacional, tornando-as assim
patrimônio comum de toda a gente desde o extremo Norte ao extremo Sul, de Leste
a Oeste do Brasil, Fígner realizou um trabalho de unidade espiritual do nosso
povo
como
poucos o podem hoje compreender. Mais tarde, quando a indústria de gravação fonográfica
progrediu, ele soube orientar o progresso. Já não executava o trabalho como
simples técnico, mas montava oficinas modernas de gravação as quais, em maior
escala, operavam nessa obra sentimental de distribuir por todo o Brasil o
patrimônio artístico, genuinamente brasileiro. Meio século de trabalho desse
pioneiro fonográfico representa uma obra imensa de unificação nacional. A ação
industrial de Fred Fígner, no tempo em que não existia o rádio, tem o valor de
nobre apostolado patriótico.
Como divulgador das máquinas de escrever,
do mesmo modo contribuiu grandemente para o progresso material do Brasil.
Trabalhou no Brasil 56 anos.
Seus serviços de beneficência e assistência
social exemplificando pela ação a Doutrina que pregava pela palavra e pela imprensa,
são outra modalidade de serviço que não poderia ficar esquecida de quantos o
conheceram, daí toda a grande imprensa prestar-lhe reverente homenagem por
ocasião de seu passamento. Dentre todos os jornais, temos que destacar o
serviço de "A Noite Ilustrada" que lhe consagrou duas páginas de
encômios e compreensão da sua obra, classificando-o de "o mais brasileiro
de todos os estrangeiros, o cidadão dos mil amigos, o protetor dos
necessitados, filantropo dos mais legítimos e dedicados.
O Espírita
Israelita de nascimento, bebeu no lar
paterno os preconceitos de sua raça contra o Carpinteiro de Nazaré, cujos
supostos seguidores tão cruelmente perseguiram durante séculos o povo eleito,
os descendentes de Abraão e dos Profetas. Na verdade, porém, Fígner, como
muitos outros judeus, não tinha religião alguma, era cera virgem sua alma na
infância e na juventude.
Foi no Brasil e quando já negociante
próspero, com seu estabelecimento comercial e industrial nesta Capital e uma
sucursal em S. Paulo, que Fígner foi chamado a conhecer a Verdade...
Nos últimos anos do século passado ou nos
primeiros deste século, Fígner travou relações de amizade com Pedro Sayão,
filho do saudoso doutrinador Antônio Luiz Sayão, pai da célebre cantora Bidu
Sayão. Pedro Sayão, durante cerca de dois anos, lhe frequentava a loja e
palestrava sobre Espiritismo e Cristianismo, sem que Fígner se
impressionasse muito pelo assunto; porém, numa de suas visitas ao seu
estabelecimento de S. Paulo, Fígner ouviu a dolorosa história de um seu
empregado, cuja esposa se achava gravemente enferma e necessitada de melindrosa
intervenção cirúrgica. Ao regressar ao Rio, Fígner pediu a Pedro Sayão lhe
obtivesse receita para
a
cura da enferma de S. Paulo. Veio a receita e a cura da doente, sem intervenção
alguma dos médicos. Foi esse fato que impressionou Fígner a favor do
Espiritismo.
Já Impressionado com a cura da doente
mediante uma receita mediúnica, Fígner foi procurado em sua loja por um pobre,
pai de família desempregado, em penosa situação econômica. Ouviu-lhe o relato
de suas aflições, deu-lhe um pouco de dinheiro e disse-lhe que voltasse oito dias
mais tarde. Ao sair o necessitado, pela primeira vez na vida Fígner fez um
pedido ao Carpinteiro de Nazaré: "Se é como dizem os cristãos que tu tens
muito poder, ajuda a esse pobre par de família; arranja-lhe trabalho e meios de
vida!"
Oito dias mais tarde, voltava o homem com o
sorriso dos felizes e lhe narrava: "Já estou trabalhando e brevemente
virei restituir seu dinheiro, Sr. Fígner. Fui procurado por uma pessoa que me
convidou para um emprego inteirramente inesperado".
O Fígner se entusiasmou e repetiu
semelhantes pedidos, com resultados sempre positivos. Em vez de pedir a Jesus,
passou a pedir a Maria e igualmente os resultados não se faziam esperar.
Encheu-se da fé que transporta montanhas e estudou com entusiasmo o Espiritismo
e o Cristianismo. "Passou a consagrar sua vida ao
serviço
dos outros.
Não se sabe ao certo quando se deu essa
conversão, mas em 1903 já se encontram vestígios das atividades espíritas de
Figner na Federação Espírita Brasileira.
Por ocasião da gripe "espanhola",
em 1918, com 14 doentes em seu próprio lar e ele mesmo adoentado e febril,
passava os dias inteiros na Federação, atendendo a doentes e necessitados que
lá iam, em avalanches, buscar recursos para situações aflitivas.
Sua vida normal durante longos anos
consistia em ir de manhã e à tarde à Federação tomar ditados de receitas de
diversos médiuns, chegando a tomar 150 a 200 receitas por dia e a dar passes em
numerosos doentes. Levantava-se às cinco horas da manhã e, antes de ir à loja,
ia à Federação, de onde só saía quando terminava esse serviço de tomar ditados
de receitas. Às quatro horas da tarde lá estava de novo para orar e dar passes
em doentes. E curava mesmo os enfermos, pois que seus "fregueses",
como ele lhes chamava na intimidade, cresciam sempre de número.
Escreve-nos pessoa digna de toda fé:
“Eu ainda não conhecia o Figner nem
frequentava os meios espíritas, mas sabia pelos jornais que ele dava passes em
doentes. Fui procurado por um Sr. Lima, funcionário do Serviço Nacional de
Fiscalização da Medicina, que me narrou um caso doloroso: Em Engenho de Dentro
jazia num leito, abandonada, uma doente em
estado
grave e na mais absoluta miséria. Perguntou-me o Sr. Lima, se conhecia algum
médium que pudesse dar passes na doente; facilitando-lhe a desencarnação que se
eminente. Pelos jornais eu sabia que o Fígner dava passes e dei essa informação
ao Sr. Lima, adiantando-lhe que no índice dos telefones talvez encontrasse o
endereço do médium.
"Três meses mais tarde, encontrei-me
novamente com aquele funcionário do S.N.F.M. e lembrei-me do caso. Perguntei se
havia recorrido ao Fígner. Fui, então, informado que o Sr. Lima havia procurado
o médium em seu escritório e que, durante dois meses, o Fígner visitara diariamente
a enferma, levando-lhe remédios, gêneros, dando-lhe passes, até que ela se
restabeleceu."
São inumeráveis os casos como esse na longa
vida desse apóstolo da caridade. Agora, por ocasião de sua partida para a
pátria espiritual, cada espírita se recorda de um ou mais fatos dessa natureza.
Franco, leal, por vezes rude, repreendia
frente a frente a qualquer companheiro que ele supunha ou fora informado haver
cometido erro grave em detrimento da Doutrina. Mas se o caso se esclarecia e
verificava ser injusta a recriminação, penitenciava-se com a mais comovedora
humildade cristã.
Contrariamente à primeira impressão que
causava, era extremamente humilde e cordato. Deu disso um exemplo quando andava
aceso o Caso Humberto de Campos. Com entusiasmo deu muitas entrevistas a
jornais e prometera outras; mas o advogado da defesa da Federação fez-lhe
ponderações no sentido de silenciar, para que os Julgadores conhecessem
primeiramente o caso no seu aspecto jurídico, sem campanhas jornalísticas que
poderiam parecer desrespeitosas à serenidade da Justiça. Com uma disciplina
digna de todos os louvores, Fígner negou as entrevistas prometidas e guardou
absoluto silêncio até ao pronunciamento dos Juízes que deram ganho de causa à
Federação.
Como propagandista da Doutrina, manteve sempre
uma secção no "Correio da Manhã" que era lida no País todo; promoveu
a publicação de muitos livros, custeando as edições. Foi a Inglaterra visitar o
célebre "Circle of Crew", onde o médium WiIly Hope obtinha as famosas
fotografias de extras; visitou, então, Sir Arthur Conan Doyle e outros grandes
vultos do Espiritismo inglês.
Em 1920 perdeu a filha primogênita e sua
esposa ficou inconsolável. Ouvindo ele falar da médium de Materialização D. Ana
Prado, de Belém do Pará, decidiu-se a partir para o Norte. No dia 1º de Abril
de 1921, partiu para ali com toda a família. O que sucedeu naquelas sessões
acha-se relatado no livro do Dr. Noguelra de Faria, intitulado O Trabalho dos Mortos, pela Sra. D.
Esther Fígner, esposa de Frederico Fígner, a qual apenas regressando das
sessões e assistida por sua filha Leontina, escrevia relato minucioso de tudo
que ocorrera.
Trouxe ao Brasil o famoso médium de vozes diretas,
Valiantine, e aqui realizou com ele sessões em rodas de amigos.
Presidia diversos grupos na sede da
Federação e em seu lar.
Foi Vice-Presidente da Federação e depois
Membro do Conselho Fiscal, função que exerceu até à desencarnação. Era
Tesoureiro da Comissão pró livro Espírita.
Consumia vultosas rendas em obras de
beneficência. Possuía sólidos conhecimentos da Doutrina e defendia com ardor as
obras de Allan Kardec e a de J. B. Roustaing. Por ocasião de sua viagem pela
Inglaterra, pasmou-se de não encontrar nas livrarias essas obras fundamentais.
Percorreu pacientemente as mil casas de livros de segunda mão, em Londres, e lá
encontrou alguns exemplares de ambos os Autores. Comprou-os todos e ofereceu a
instituições espíritas. Relatava-nos, depois, com entusiasmo: “Três exemplares
da obra de Roustaíng, em perfeito estado, em boa tradução inglesa, encontrei
numa livraria e ofereci a três sociedades espíritas!"
O
Homem
Frederico Fígner nasceu na madrugada de 2
de Dezembro de 1866, na casa humilde nº 37 da rua Teynska, em Milevsko, perto de
Tabor, Tcheco-Eslováquia, então Boêmia e parte do Império Austro-Húngaro.
Era, portanto, compatriota de outro
missionário que como ele vinha cumprir sua tarefa no Brasil, durante longa
existência como brasileiro, entre os melhores, Francisco Valdomiro Lonrenz,
nascido em Zbislav, perto de Tcháslav, e chegado ao Brasil dois anos depois de
Fígner. Ambos vinham da Pátria dos grandes mártires
do
Cristianismo, Jan Hus e Jerônimo de Praga, divulgar aqui os ideais superiores
que conduziram os dois heróis aos tormentos da Inquisição. Fígner c Lorenz
gravitaram para a Federação Espírita Brasileira que era muito jovem quando eles
chegaram ao Brasil. O primeiro já concluiu sua missão visível na Casa de
Ismael, o segundo
está
em plena atividade através de livros que já lhe perpetuaram o nome na obra da
Federação, com vistas ao futuro Milênio. Fígner venceu galhardamente a
escorregadiça e perigosa prova da riqueza, Lorenz vai vencendo com igual
bravura os tormentos da pobreza.
Filho de pais pobres, Fígner tinha que
emigrar para o Novo Mundo, como faziam os jovens da Europa Central, naquele
tempo. Aos treze anos sai do lar paterno e vai para a cidade de Bechim aprender
um ofício. E em 1882, aos 16 anos, deixa definitivamente a terra natal. Parte
com sua maleta de emigrante para Bremershafen,
de
onde, a bordo do vapor "Elbe" (como passageiro de terceira classe),
ruma para os Estados Unidos, só levando dinheiro para a travessia. Contava
Fígner um pormenor interessante dessa viagem. Sua mãe fizera e lhe dera para a
viagem uma trança de pão doce. Chegando a bordo, nota que a alimentação de
terceira classe é absolutamente insuportável. Divide, então, o seu pão doce, de
sorte a bastar para todos os dias da travessia que durou 14 dias. Foi essa a
sua única alimentação durante duas semanas.
Levava como modelo de conduta a tenacidade
dos pais. Era o exemplo a imitar para vencer na vida.
Uma tempestade violenta foi o único
incidente da travessia, mas foi-lhe rude a luta para adquirir estabilidade
econômica de sorte a manter-se e ajudar os pais e irmãos. Estados Unidos,
México, América Central e, finalmente, América do Sul, foram seus campos de
luta econômica. No Brasil, esse filho de Israel encontrou sua
Canaã.
Estabeleceu-se, prosperou, conheceu uma jovem de peregrinas virtudes e alma de
artista, D. Esther de Freitas Reys, filha de família ilustre.
Em 1897, Frederico Fígner e D. Esther de
Freitas Reys fundavam, pelo matrimônio, seu lar feliz. Recebia ele o prêmio de
suas grandes lutas de trinta anos, mas não sonhava repouso que não era ideal de
seu caráter vibrante e que de certo nem Átropos lhe dará. Desse feliz enlace
nasceram seis filhos: Rachel, Aluízio, Gabriel,
já
desaparecidos do mundo antes do venerando pai; Leontina, Helena e Lelia, vivas
e muito devotadas ao seu velho pai.
O serviço de Fígner nas obras de
assistência e no trabalho profissional afastava-o muito do lar, mas isso não
prejudicava o cultivo de um afeto extremado entre pai e filhas. Amavam-se com
ardor e respeitavam reciprocamente as ideias e crenças particulares de cada um.
Ainda nos últimos dias de sua Vida distribuía
ele principescamente donativos por Instituições e pessoas pobres de sua amizade,
guiando-se pelo coração e nem sempre pelo cérebro, e só respeitando a fortuna
das filhas.
Trabalhou e serviu abnegadamente até que a
enfermidade o prendeu ao leito, poucos dias antes da partida. Completou oitenta
anos em 2 de Dezembro e em 19 de Janeiro, às 20 horas, partiu para o mundo
espiritual, deixando abertos caminhos de luz sobre a Terra que pisara por tanto
tempo.
Ao funeral compareceu uma multidão de
amigos e admiradores. Diante da câmara mortuária, o Presidente da Federação
pronunciou algumas palavras de despedida e o Vice-Presidente fez uma prece. Ao
descer o ataúde ao jazigo no Cemitério São Francisco Xavier, falaram com
sentimento os Drs. Miranda Ludolf e
Lins
e Vasconcelos e o Capitão Silva Pinto.
O Crente
Preparador do Futuro
Na intimidade e geralmente pela hora das
refeições, Fígner recitava uns versinhos em língua alemã, nos quais o poeta
ensina que o homem que não passou dores nem faltas; não sofreu privações, não
conheceu o Poder de Deus:
Wer
nie sein Brod in Tränen ass,
Der
kennt Euch nicht die heilige Macht.
Foi depois de muito lutar e muito sofrer
que lhe desceram do Sinai da vida os Mandamentos que o tornaram feliz e útil em
todas as situações.
Seu caráter resoluto, ao compreender a
Terceira Revelação, adquiriu aquela fé que transporta montanhas e não se detém
diante de nenhum obstáculo. Tornou-se o crente modelar e ativo que põe a fé em
obras e as eterniza no mundo.
O futuro pertence a Deus, mas o grande
crente deixou edificados altares em numerosos corações de jovens que lhe
continuarão o trabalho de construção de um mundo novo, mesmo entre as procelas
que tudo ameaçam tragar. A família espírita sente-se órfã com o
desaparecimento, do mundo objetivo, de um vigoroso trabalhador; mas seu
Espírito nos continuará inspirando e seus exemplos hão de dar frutos e sementes
que se reproduzirão pela eternidade em fora.
As grandes obras não podem ser
compreendidas no século em que viveu seu Autor. Só as consequências futuras
lhes revelam a grandeza. Não somos nós, seus contemporâneos e amigos, que
poderemos compreender a obra de Fred Fígner; só a posteridade terá essa
compreensão pelos desdobramentos que a obra engendrará. Mais do que ninguém,
Fígner deu o exemplo de viver a Doutrina, de praticá-la a cada Instante,
enquanto outros brilhantemente a pregam em belas palavras e conservam frio o
coração. Não deixou um grande livro com as suas ideias, como não o deixaram
Sócrates nem Jesus, que se limitaram a deixar o exemplo, a vida da ideia que
vieram ensinar aos homens, Socrates e Jesus foram incompreendidos totalmente
pelos seus coevos e até pelas Suas famílias - Fígner foi um pouco mais feliz:
sua família e a sociedade em que viveu compreenderam--lhe parte da obra e
saberão conservar-lhe a lembrança.
O Espírito
Frederico Fígner não teve escola superior.
Foi autodidata sem tempo nem calma para estudar, pois que em lutas econômicas
desde a infância; no entanto, sua missão reclamava grandes conhecimentos e ele
os revelou. Possuía e manejava com segurança línguas de três famílias mui
diversas entre si: eslavas germânicas e latinas. Adquiriu conhecimentos jornalísticos
suficientes para colaborar num dos maiores diários do País. Demonstrou raras
capacidades técnicas em sua indústria e no comércio.
Essa posse de conhecimentos universitários,
inexplicavelmente adquiridos, revela a elevação de seu Espírito, demonstra que
ele não era um simples habitante da Terra, mas, sim um Missionário descido ao
Planeta para colaborar em sua transformação predita e anunciada para o nosso
tempo.
Fora um Espírito comum da Terra e ter-se-ia
limitado à sua profissão, sem cogitar da sorte dos outros; ter-se-ia perdido
nos meandros da fortuna, sem saber aproveitá-la; ou, ao conhecer as
sublimidades da Doutrina, teria abandonado a fortuna, esse precioso instrumento
de trabalho sem o qual sua obra teria sofrido tristes limitações.
Um exame atento na obra, nos conhecimentos,
na ética, no caráter de Frederico Fígner nos leva à convicção de que ele foi
missionário e cumpriu sua missão com perfeita segurança.
Que lá das esferas de luz, para onde se
elevou, continue ele nos ajudando no cumprimento das mesmas tarefas que
iniciou, e que teremos de continuar!
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