sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O Silêncio


O Silêncio
Casimiro Cunha por Chico Xavier
Reformador (FEB) Agosto de 1943


Quem procura no silêncio
A inspiração e a beleza,
Penetra o templo invisível
Das forças da natureza.

Jamais sentiste o cansaço
No excesso de burburinho?
O silêncio é o companheiro
Que conhece o bom caminho.

Em seu campo generoso,
Há tréguas ao pensamento,
Recebe-se luz sublime 
De verdade e entendimento.

O homem que se mergulha
Nas vozes do turbilhão,
Condena-se, muita vez,
Aos cárceres de aflição.

É preciso, quase sempre,
Procurar, na soledade,
A solução dos problemas
À luz da serenidade.

Se possível, vai ao plano
Das árvores carinhosas,
Onde as coisas falam sempre
Em notas harmoniosas.

Mas se não podes fugir
Às zonas de inquietação,
Procura o silêncio amigo
Na paz da meditação.

Todos temos em nós mesmos
Os vales da experiência
E as montanhas solitárias
Nos cimos da consciência.

Não te dês todo aos rumores
Das lutas de cada hora;
Que a palavra seja em tudo
Tua serva e não senhora.

Quando achares no silêncio
Os segredos da energia,
Terás penetrado a esfera
De paz e sabedoria. 

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