Mansos
de coração
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB)
Agosto 1955
Quando Jesus proclamou a felicidade dos
mansos de coração, não se propunha, de certo, exaltar a ociosidade, a hesitação
e a fraqueza.
Muita gente, a pretexto de merecer o elogio
evangélico, foge aos mais altos deveres da vida e abandona-se à preguiça ou à
fé inoperante, acreditando cultivar a humildade.
O Mestre desejava destacar as almas
equilibradas, os homens compreensivos e as criaturas de boa vontade que,
alcançando o valor do tempo, sabem plantar o bem e esperar-lhe a colheita, sem
desespero e sem violência.
A cortesia é o primeiro passo da caridade.
A gentileza é o princípio do amor.
Ninguém precisa, pois, aguardar o futuro, a
fim de possuir a Terra. É possível orientá-la hoje mesmo, detendo- lhe os
favores e talentos, entre os nossos semelhantes, cultuando a bondade fraternal.
As melhores oportunidades de cada dia no
mundo pertencem àqueles que melhores se fazem para quantos lhes rodeiam os
passos. E ninguém se faz melhor, arremessando pedras de irritação ou espinhos
de amargura na senda dos companheiros.
A sabedoria é calma e operosa, humilde e confiante.
O espírito de quem ara a terra com Jesus
compreende que o pântano pede socorro, que a planta frágil espera defesa, que o
mato inculto reclama cuidado e que os detritos do temporal podem ser
convertidos em valioso adubo, no silêncio do chão.
Se pretendes, pois, a subida evangélica,
aprende à auxiliar sem distinção.
A pretexto de venerar a verdade, não
aniquiles as promessas do amor. Abraça o teu roteiro, com a alegria de quem
trabalha por fidelidade ao Sumo Bem, estendendo a graça da esperança, a
benefício de todos, e, um dia, todos os que te cercam e te acompanham entoarão
o cântico da bem-aventurança que o teu coração escreveu e compôs nos teus atos,
aparentemente pequeninos de fraternidade e sacrifício, em favor dos outros, em
tua jornada de ascensão à Divina Luz.
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