O Quadro Negro
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1943
"Mas, tenho-vos dito isto a fim de que quando chegar aquela
hora vos lembreis de que já vo-lo tenho dito." Jesus (João 16:4).
Jesus se referia aos próprios testemunhos, entretanto,
podemos igualmente aplicar seus divinos conceitos a nós mesmos, desencarnados e
encarnados.
Cada discípulo terá sua hora de revelações do aproveitamento
individual.
As escolas primárias não dispensam o habitual quadro negro,
destinado às demonstrações isoladas do aluno. Frente ao professor consciencioso,
o aprendiz mostrará o que aproveitou, sem os recursos do plágio afetuoso entre
companheiros. Sobre a zona escura, o giz claro definirá fielmente a posição
firme ou insegura do estudante. E não será isto mesmo que se repete na escola
vasta do mundo? O homem, nas lutas vulgares, poderá socorrer-se indefinidamente
dos bons amigos. O Pai permite semelhantes contatos para que as oportunidades
de aprender se lhe tornem irrestritas. Contudo, lá vem aquela hora em que a criatura
deve tomar o giz alvo e puro das realizações espirituais e caminhar em direção
ao quadro negro das provas edificantes.
Alguns aprendizes fracassam porque não sabem multiplicar os
bens, nem dividi-los; ignoram como subtrair a luz das trevas, somam as lutas e
formam equações de ódio e vingança. Esquecem-se que Jesus salientou o amor em
todas as situações, do apostolado evangélico e que, mesmo na cruz, depois de
receber as parcelas da injúria, de perseguição, da ironia, do desprezo,
somou-as na tábua do coração, estabelecendo a divina equação da serenidade, do
entendimento e do perdão.
Oh! vós, que ides ao quadro negro das atividades terrestres,
abandonai o giz escuro da desesperação! Escrevei em caracteres de luz o que
aprendestes do Mestre Divino. Revelai o próprio valor! Lembrai-vos que
instrutores benevolentes e sábios vos acompanham as mãos! Abençoai o quadro
negro que vos pede o giz de suor e lágrimas, porque daí podereis conquistar o
curso maior!..
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