No princípio
era o Verbo
por Vinícius (Pedro
de Camargo)
Reformador, Dezembro de 1942
Mateus,
reportando-se à individualidade do divino Enviado, tratou de sua genealogia
terrena, partindo de Abraão, em ordem descendente, até José contando 42
gerações.
Lucas
refere-se às particularidades que rodearam o seu nascimento em Belém de Judá,
num estábulo abandonado, tendo por berço tosca e rude manjedoura.
Marcos
apresenta o Mestre já em contato com o Batista, iniciando sua missão exemplificadora.
João
deixa de parte tudo quanto se liga à forma material com que o Messias se
apresenta no cenário humano, para considerar o seu Espírito isto é, o "ser"
propriamente dito, sede da inteligência, do sentimento e de todas as faculdades
psíquica dizendo: "No princípio era
o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".
Verbo
é a palavra por excelência visto que enuncia a ação. Jesus é o Verbo paradigma por onde todos os verbos
serão conjugados. É o modelo, é o exemplo, é o caminho cujo percurso encerra o
destino de toda a infinita criação, "Ninguém
vai ao Pai senão por mim", "Aos
que crerem em seu nome, deu Ele o direito de se tornarem filhos de Deus; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne ou do homem, mas sim de
Deus".
Como
Ele, todos nós, no princípio, éramos o Verbo.
A fonte única da vida é Deus. "N'Ele
vivemos, nos movemos e existimos, porque d'Ele somos linhagem". A vida
manifesta-se através da forma que encerra a luz. "Nele, Jesus, está a vida e a vida é a luz do mundo". No homem
está a vida, em seu Espirito brilha a luz. "Somos de ontem e ignoramos". "Sei donde vim e para onde vou; vós, porém, não sabeis". Antes
que tivéssemos consciência do que somos, já éramos, A alma é imortal, porque é
eterna. O "cogito, ergo sum" (eu penso, logo existo) não
constitui o início, mas, apenas, um dos marcos da evolução.
Assim
como a criança é objeto de cuidados e desvelos antes de possuir noção de sua existência,
antes mesmo de nascer, assim os seres já estão contidos no pensamento de Deus
desde toda a eternidade. "Vede as
aves do céu que não semeiam nem ceifam; que não têm despensa nem celeiros; no
entanto, o vosso Pai celestial as alimenta". "Vede os lírios do campo, que não fiam nem tecem;
nada obstante, vestem-se com mais pompa que os áulicos de Salomão".
Não
haveria evolução, se não houvesse previamente involução. O que sobe da Terra é
o que desceu do céu. O Criador e a criação coexistem, são eternos. "O Pai sempre agiu, nunca cessa de agir".
Tudo é solidário no Universo: sóis, planetas e seres. O geocentrismo e o
antropocentrismo são nuvens que obscurecem os horizontes da verdade sobre a
origem do homem e dos mundos.
A
vida, na Terra, começou em certa substância gelatinosa que se encontra no seio
do oceano. "Produzam as águas repteis
em alma vivente e aves que voem sobre a terra. Criados, pois, foram os grandes
peixes e todos os animais que têm vida e movimento, os quais foram produzidos
pelas águas, cada um segundo suas espécies, e todas as aves segundo o seu gênero".
Donde
procederia essa alma vivente que, saindo das profundezas do mar, povoou o globo
terráqueo de todos os seres que o habitam, da monera (O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e
arqueobactérias (também chamadas arqueas), todos seres muito simples), ao homem? Geração espontânea? Essa hipótese não figura
mais no cartaz por destituída de critério e de bom senso em apreço. João
Evangelista responde ao quesito, numa linguagem transcendente, mas, simples,
como simples é toda verdade: "No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".
Até
hoje, vinte séculos decorridos, a ciência não disse mais nem melhor.
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