Porque sou feliz
Reformador (FEB) Dezembro 1938
Nascido
no seio de humilde família de lavradores do Norte de Portugal, como eles, também fui educado na religião católica, sobre a qual nada posso adiantar,
porque nada lhe pude extrair de proveitoso, nem de desaproveitável; apenas lhe
conheci os princípios, que mais ou menos me impressionaram.
Por conseguinte, nada mais direi a respeito, desejando de coração o bom entendimento a todos os que ainda a professam, certo de que o futuro melhor lhes dirá, do que ninguém, de suas faltas ou de suas virtudes. É Deus que em sua infinita Misericórdia assim o quer.
De
minha parte, o que acho de mais proveitoso é, sem roubar o precioso tempo que
os leitores dedicam certamente aos atos santos da caridade cristã, como fazem
todos os que trabalham na Seara de Jesus sob o teto e proteção da Casa de
lsmael, fazer do modo mais resumido, mas bem compreensível, a minha profissão
de fé no Espiritismo, o Consolador por Jesus prometido. Esta profissão vem,
meus prezados irmãos, como a de quase todos, depois de haver eu percorrido os
tortuosos caminhos e estradas desta vida de provações, em todos os sentidos,
recebendo nos ombros o peso das vicissitudes humanas. Quando já tudo me parecia
acabado, porque ferida fora nas asas a ave do orgulho, à Misericórdia de Deus
me permitiu encontrar o pouso magnífico da reflexão, para aí ver, não mais com
olhos da carne, que me iludiam, mas com os do Espírito, o que são a Verdade
inconfundível e eterna e a Vida Futura.
Hoje,
estudando, procurando compreender, cada vez se me depara maior a Sagrada
Palavra do Redentor e cada vez também me vejo mais pequenino e mais humilde,
diante da coluna que separa o homem deste mundo da perfeição de Deus.
Mas,
também me sinto com coragem para enfrentar, com mais serenidade do que antes, todas as provações por que haja de passar o meu espírito, no restante da
presente peregrinação na Terra. Unindo-me de coração a todos os meus irmãos
mais velhos em crença, consubstancio meus desejos numa prece ao Senhor, para
que nos ampare e ilumine, iluminando a toda a humanidade, com a única luz que a
pode guiar nesta vida: O Espiritismo Cristão, que a todos levará ao Porto da
Salvação.
Certo
fico de haver cumprido assim o meu dever, dando, embora precariamente, mas com sinceridade, o meu testemunho de reconhecimento à Misericórdia do Senhor e
aos sentimentos de caridade puramente cristã de todos os espíritas de quem me
considero o mais pequenino irmão em Jesus Cristo.
Quintino Bocayuva
Manoel A Sampaio e Mello
Nenhum comentário:
Postar um comentário