Caminho, Verdade e Vida
Vinícius (Pedro de Camargo)
Reformador
(FEB) Abril 1954
A vida é a primeira e a maior de todas as graças que
recebemos ou herdamos do Criador. A base do Universo é a vida e não a morte. Cumpre,
porém, não confundir a vida com as existências. Estas são muitas, aquela é uma
e única. A existência procede dos progenitores e corresponde ao corpo, traçando
a parábola que vai do berço à sepultura. A vida provém de Deus, reporta-se ao
Espírito, corresponde às suas faculdades nobres e distintas de pensar, sentir e
evolver. Daí porque o Excelso Educador nos ensina ver na Divindade o nosso Pai
Celestial.
Quando
o Espírito encarna, inicia uma existência; quando desencarna, regressa à esfera
sideral de onde procedeu. Este acontecimento pode repetir-se muitas vezes,
atendendo às necessidades evolutivas da alma imortal.
A
vida, cuja característica é movimento e crescimento, gravita em direção à fonte
de onde promana. Veio de Deus e tende
para Deus. D'Ele involuiu e para Ele evolve em marcha ascencional perene, insopitável.
O
fundamento da Religião, como também da Educação, é a vida. No conhecimento de
sua gênese e do seu roteiro está a solução de todos os problemas. Conhecendo e,
sobretudo, sentindo essa evidência, o Espírito - encarnado ou desencarnado - estará
realizando conscientemente a sua gloriosa destinação.
Por
ser assim é que disse o Mestre: Eu sou o
caminho, a verdade e a Vida; ninguém vai ao Pai senão por mim.
Essa
sentença profunda e sábia encerra o alfa e o ômega da escola cristã. Através dos
seus dizeres sucintos e sintéticos, o Instrutor da Humanidade ensina que a
suprema Verdade está na Vida que, provindo de Deus e retomando para
Deus, traça, nessa trajetória imensurável, o caminho que encarna o destino de toda a infinita criação.
Deus, traça, nessa trajetória imensurável, o caminho que encarna o destino de toda a infinita criação.
Viver
é um imperativo da Natureza: vive o minério, vive a planta, vivem os animais e
vive o homem no cenário terreno. Não basta, pois, viver: é preciso viver
conscienciosamente, honrando e dignificando a Vida.
Amar
a Deus de todo o nosso entendimento, coração e força, e ao próximo como a nós
mesmos - tal como preceituam a Lei e os Profetas -, importa em amar a Vida em
Deus, em nós mesmos e em todos os seres, particularmente em nossos semelhantes.
Este
é o verdadeiro idealismo religioso em sua máxima expressão.
O
dia em que se ensinar e exemplificar essa doutrina nos lares, nas escolas e nos
templos, a face do mundo se transformará.
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