Posta Restante
XXI
Sólon
Rodrigues
Reformador (FEB) Janeiro 1974
Novas questões propostas, para
soluções à luz da Doutrina Espírita.
P. - Que fazer diante daqueles que
buscam o núcleo Espírita tão somente para questões de ordem material,
rejeitando as obrigações de conhecer os fundamentos da Doutrina Espírita?
R. - Deveremos acolhê-los com
carinho. A busca ao fenômeno ou do inusitado, tão chamado milagre ou de
soluções miraculosas, não se deve transformar em motivação para que agridamos
irmãos de caminhada evolutiva com exigências intempestivas. Eles estarão, hoje,
na mesma posição nossa de ontem. Não existe um segundo passo sem o primeiro. Allan
Kardec considerava que, dada a diversidade de graus evolutivos das criaturas, teríamos
na área espírita a procura de todas as manifestações fenomênicas e, inclusive,
as doutrinárias. Vamos, pois, abraçá-los com carinho fraternal e, à medida que
comportarem, esclarecê-los.
P. - Será
próprio ou impróprio exigirmos um estudo das bases do Espiritismo de todos os
que procuram os agrupamentos espíritas?
R. - Será
útil sugerir, mas não torná-lo compulsório. Os próprios Mentores Espirituais
chegam a informações inconsistentes (não raro impróprias), quando tratam com
diferentes povos, de costumes diversificados. A exemplo, não se demoram a falar
de reencarnação a grupamentos humanos incapazes de absorver-lhe os princípios.
Evitam discorrer sobre o suicídio a povos que fazem da autodestruição um ponto
de honra.
As crianças – dizia-nos Paulo de
Tarso - dá-se alimento de crianças e, aos adultos, de adultos.
Nada é compulsório na Doutrina.
Saber dosar a informação doutrinária é de bom senso. Poderemos tomar, por
paridade, a dosagem dos conhecimentos intelectuais que são distribuídos em
diferentes ciclos nas escolas.
Não se transmite aos do pré-primário as noções de um segundo ciclo, a não ser como princípio rudimentar.
Não se transmite aos do pré-primário as noções de um segundo ciclo, a não ser como princípio rudimentar.
P. - Se a formação intelectual de
quem busca os arraiais da Doutrina comportar, não será de presumir que tenha
melhores condições de apreender os princípios fundamentais do Espiritismo?
R. - Não devemos confundir a
titulação acadêmica com a maturidade espiritual.
O diploma
pode representar um degrau intelectual ou profissional, mas nem sempre corresponde
a maturação do senso moral, que poderia abrir os horizontes da Doutrina
Espírita à criatura.
Há jovens ou iletrados que apreendem
a Doutrina - diz Kardec -, enquanto outros, favorecidos pela freqüência de
cursos superiores, não alcançam o seu sentido profundo.
A "transferência de
conhecimentos" só se realiza por afinidade. Um médico, a exemplo, terá
facilidade em apreender conhecimentos similares à medicina, mas não necessariamente
aos que escapem de sua área de formação.
Por vezes exigimos demais dos
outros.
Empenhemo-nos, nós mesmos, em viver o Espiritismo e os que ainda não podem lê-lo nas páginas da Codificação receberão a mensagem ao vivo pelos nossos exemplos.
Empenhemo-nos, nós mesmos, em viver o Espiritismo e os que ainda não podem lê-lo nas páginas da Codificação receberão a mensagem ao vivo pelos nossos exemplos.
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