Paciência
e Vida
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Outubro 1970
Estudo
necessário da paciência: observar cada um de nós à frente da própria conduta nas relações humanas e no reduto
doméstico.
Sabemos
compreender habitualmente os assaltos morais de inimigos gratuitos,
obrigando-nos a refletir, quanto à melhor forma de auxiliá-los para que se
renovem construtivamente em seus pontos de vista, e, em muitos casos,
esbravejamos contra o desagrado de uma criança que a doença incomoda.
Aprendemos
a suportar, com serenidade e entendimento, prejuízos enormes da parte de amigos
nos quais depositávamos confiança e carinho, buscando encontrar o modo mais
seguro de ajudá-los para o resgaste preciso e, muitas vezes, condenamos asperamente
pequenas despesas naturais de entes queridos, credores insofismáveis de nosso
reconhecimento e ternura.
A
tolerância para com superiores e subalternos, colegas e associados, familiares
e amigos íntimos é realmente o recurso da vida em que se nos erige o metro do
burilamento moral. Isso porque, conquanto a beneficência se mostre sempre
sublime e respeitável, em todas as suas manifestações e atributos, é sempre
muito mais fácil colaborar em campanhas públicas em auxílio da Humanidade ou
prestigiar pessoas com as quais não estejamos ligados por vínculos de
compromisso e obrigação, que tolerar, com calma e compreensão, os contratempos
mínimos e as diminutas humilhações no ambiente individual.
Paciência,
por isso mesmo, em sua luminosa autenticidade há de ser aprendida, sentida,
sofrida, exercitada e consolidada junto daqueles que nos povoam as áreas do dia-a-dia,
se quisermos esculpi-la por realização imorredoura no mundo da própria alma.
Preguemos,
pois, e ensinemos quanto nos seja possível os méritos da paciência; no entanto,
examinemos as próprias reações da experiência íntima, à frente de quantos nos
compartilham a luta cotidiana, na condição de sócios da parentela e do
trabalho, do ideal e das tarefas de cada dia, e perguntemos com sinceridade a
nós próprios se estamos usando de paciência para com eles e para com todos os
outros companheiros da Humanidade, assim como estamos incessantemente tolerados
e amparados pela paciência de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário