Esnobismo
por
André Luiz
(do
livro ‘Estude e Viva’ (ed. FEB)
com
psicografia de Chico Xavier e W. Vieira)
Reformador
(FEB) Novembro 1972
Um
exotismo existe que ameaça as fileiras espíritas sem ser qualquer das
excentricidades que aparecem no movimento doutrinário, à conta de extravagância
marginal.
Disparate
talvez pior, porquanto, se nas atividades paralelas ao caminho real da ideia
espírita somos impelidos a reconhecer muita gente caracteristicamente sincera
nas intenções louváveis, nessa outra esquisitice vamos encontrar para logo a
máscara de atitudes e maneiras, em desacordo com os princípios arejados da Nova
Revelação.
Reportamo-nos
ao esnobismo que comparece, muita vez, em nossas formações, qual praga
enquistada em plantação valiosa.
Companheiros
que se deixam vencer por semelhante prejuízo fornecem em pouco tempo os sinais
que lhe são consequentes.
Continuam
espíritas e afirmam-se espíritas, mas começam afetando possuir orientação de
natureza superior, passando a excessiva admiração pelas novidades em voga. E,
desprevenidamente, sem maior atenção pelos ensinos da Doutrina que abraçam, cristalizam despropósitos no modo de ser.
Habitualmente,
apaixonam-se por exterioridades sociais e escolhem classe determinada para frequentar.
Isolam-se
em grupo segregacionista, conquanto se suponham representantes da mais alta
ortodoxia em matéria de opinião.
Acreditam
muito mais em títulos transitórios do academicismo e em facilidades econômicas
do que no valor substancial das pessoas.
Estimam
espetáculos acima de serviço, e evidenciam apreço além do que é justo aos
medalhões do mundo, à medida que se fazem mais distantes e envergonhados de
quaisquer relações com os humildes.
Estão
sempre dispostos a ordenar no trabalho em assuntos de organização, horário,
local e condições, sem permitir que o trabalho os comande nas disposições e
disciplinas com que foi estabelecido.
Nas
obras de beneficência, tratam irmãos em penúria como se fossem párias sociais,
ao passo que se Inclinam reverentes perante qualquer figura de relevo mundano
de mérito duvidoso.
Nós,
os espíritas desencarnados e encarnados, devemos estar de sentinela contra
semelhante absurdo.
O
esnobismo - repitamos - é parasito destruidor na árvore de nossos princípios e
realizações.
Vigiemo-nos.
Imitemos o lavrador correto que zela pela própria lavoura, e, se o esnobismo
surge, sorrateiro, em nossas atividades, procuremos, de imediato, dar o fora
com ele.
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