Crítica e Nós
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB)
Janeiro 1970
Diante da tarefa que se te reserva, no
levantamento do bem comum, é justo respeitar o que os outros dizem, no campo da
crítica; entretanto, é forçoso não paralisar o serviço e nem prejudicar o serviço,
em virtude daquilo que os outros possam dizer.
Guardar a consciência tranquila e
seguir adiante.
Escapam da crítica exclusivamente as
obras que nunca saem de plano, à maneira da música que não atrai a atenção de
ninguém, quando não se retira da pauta.
Viver a própria tarefa é realizá-la;
e realizá-la é sofrê-la em si.
Censores e adversários, expectadores
e simpatizantes porém efetivamente auxiliar e auxiliam sempre, indicando-nos os
pontos vulneráveis e aspectos imprevistos da construção sob nossa responsabilidade,
através das opiniões que emitem; no entanto, é preciso não esquecer que se encontram
vinculados a compromissos de outra espécie.
Encargo que nos pertença respira conosco
e se nos erige no caminho em alegria, aflição, apoio e vida. Cabe a nós conduzi-lo,
executá-lo, aperfeiçoá-lo revivescê-lo.
Muitos querem que sejamos desse modo;
que nos comportemos daquela maneira; · que assumamos diretrizes diversas
daquelas em que persistimos, ou que vejamos a estrada pelos olhos que os servem;
todavia, é imperioso considerar que cada um de nós é um mundo por si, com
movimentos particulares e órbitas diferentes.
Sustentemo-nos fiéis ao nosso
trabalho e rendamos culto à paz de consciência, atendendo aos deveres que as circunstâncias
nos conferiram, e, oferecendo o melhor de nós mesmos, em proveito do próximo,
estejamos tranquilos, porque, tanto nós
quanto os outros, somos o que somos com a obrigação de melhorar-nos, a fim de
que cada um possa servir sempre mais, na edificação da felicidade de todos, com
aquilo que é e com aquilo que tem.
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