As
Escrituras resurgem
Antônio Túlio (Ismael Gomes Braga)
Reformador (FEB) Jan 1941
A invasão das idéias materialistas,
tudo avassalando, não poupa, sequer, as Igrejas. Vê-se, pela revolta com que
católicos, judeus e protestantes receberam os fenômenos do Espiritismo, que os
"religiosos" são perfeitos materialistas, por mais paradoxal que isso
pareça, e não creem nos seus próprios livros sagrados.
Diante da renitência com que leigos
e sacerdotes tudo atribuem à fraude, sem perceberem que estão demolindo os
alicerces das respectivas igrejas, não podemos admitir que creiam no fundamento
de suas religiões, pois que a Bíblia só se tornou livro sagrado e base
religiosa pelos fatos que relata de cunho puramente espiritual, como sejam:
visões, comunicações de seres espirituais, aparecimentos de anjos, isto é,
precisamente os mesmos fatos em que se funda o Espiritismo.
Na verdade, nenhum fenômeno
inteiramente novo apresenta o Espiritismo porque na Bíblia se encontram relatos
de tudo quanto os pesquisadores modernos estão registrando e comentando. O
Espiritismo apenas confirma e amplia a Bíblia, cuja solidez cresce dia a dia, à
medida que se comprovam as manifestações em que o livro eterno se baseia. Os
espiritistas, portanto, voltam a estudar a obra clássica do espiritualismo, ou
a Revelação do Mundo Espiritual, e nessas escrituras encontram testemunho para tudo
que as obras da doutrina lhes ensinam.
E não poderia ser de outro modo, porque esses fatos revelam a Verdade Eterna e só a veste está sujeita a alterações; só a nossa linguagem e a nossa compreensão evoluíram um pouco a partir dos dias de Moisés, Daniel, Jesus Cristo até os nossos.
O combate aos fenômenos do
Espiritismo, portanto, visa demolir a Bíblia e deixar sem fundamento as
Igrejas. Pudesse esse combate vencer a verdade e reduziria o Judaísmo, o Catolicismo,
o Protestantismo a verdadeiros castelos no ar. Disso não se apercebem, porém, os
adversários da Doutrina dos Espíritos. Não veem que solapam os alicerces de sua
própria casa, presas de uma cegueira lamentável, que deixaria o mundo entregue
ao mais brutal materialismo.
O edifício, porém, é soberanamente sólido
para ser derrubado pelos golpes da inconsciencia humana! Longe de morrer, a
Bíblia renasce nos dias atuais em todo o seu esplendor, ou, antes, com um
esplendor que nunca teve.
O simples fato de um Missionário
haver elaborado um idioma neutro internacional, infinitamente mais claro do que
todos os outros, e haver nesse idioma traduzido a Bíblia tem muito mais
significação do que podem imaginar os nossos contemporâneos. Em realidade, pela
primeira vez na historia, a Bíblia foi publicada em linguagem que não conhece
barreiras nem limitações geográficas. A sua edição em esperanto, tornando-a, já
em nossos dias, lida por milhares ou milhões de pensadores, desde o Extremo
Oriente até ao Extremo Ocidente, tem algo de grandioso que nos deixa entrever um
Plano Divino.
Simultaneamente com a divulgação da
sua primorosa tradução em esperanto se vai difundindo a literatura espírita,
que confirma um a um os fatos supranormais relatados nas Escrituras.
Em vez de morrerem por
envelhecimento, as Escrituras ressurgem! Velho Testamento, Novo Testamento e
Novíssimo Testamento se vão confirmando e completando, porque: “Eu não vim
destruir, mas dar cumprimento à Lei". O Espiritismo, igualmente, nada
destrói dos velhos livros sagrados; antes, dá-lhes o complemento necessário,
para que a lei se cumpra em todas as minúcias.
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