Os Dois Filhos - Parábola
21,28
“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro,
disse-lhe: “Meu filho, vai trabalhar na vinha!” 21,29 Respondeu ele: -Não
quero, mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi.
21,30 Dirigindo-se ao outro, disse-lhe a mesma
coisa. O filho respondeu: “Sim, Pai!”, mas não foi.
21,31
Qual dos dois fez a vontade do Pai?” -O primeiro, responderam-lhe. E Jesus
disse-lhes: “ -Em verdade vos digo, os publicanos e as meretrizes vos precedem
no reino dos céus!”
21,32
João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos,
porém, e as prostitutas creram nele, e, vós, vendo isto, nem fostes tocados de
arrependimento para crerdes nele.”
Para Mt (21,28-32), -Os Dois Filhos do Vinhateiro - atentemos a Antônio Luiz Sayão em “Elucidações Evangélicas”:
“Promessas realizáveis no futuro e estímulo para o presente é o
que se nos depara nestas palavras suas: “Os publicanos e as meretrizes vos
precederão no reino dos céus”. Foi como se dissera:
“Esses são filhos rebeldes, que
tardam em ir trabalhar na vinha do Pai e família, que só vão tardiamente,
quando arrependidos, mas que vão; ao passo que vós, orgulhosos, que destes na
Igreja os primeiros passos, que dissestes: “-Vou, Senhor”, mas ficastes
parados, que haveis mesmo, muitas vezes, retrogrado, chegareis tarde, muito
tarde ao reino dos céus, pois que será mister compreendais a vossa falta.
Tereis que trabalhar com ardor, a fim de recuperardes o tempo perdido. Quando,
porém, chegardes, os publicanos e os de má vida, que se arrependeram a tempo,
que cumpriram a sua tarefa, lá estarão desde muito à vossa espera, para vos
estenderem as mãos e vos ajudarem a transpor a entrada.”
Ouçam os sacerdotes, os escribas e
os fariseus dos nossos dias, os que
tiverem ouvido para ouvir.”
Para
Mt (21,28) -Vai Trabalhar hoje na Minha Vinha - leiamos Joanna de Ângelis por Divaldo P. Franco em “Lampadário
Espírita”:
“Enquanto são moças tuas carnes,
goza. Frui as delícias da juventude e aproveita. Amanhã possivelmente será
tarde demais.”
“Tantas dádivas a vida moderna
proporciona que é uma lástima desperdiça-las. Se Deus nos concede o ensejo do
prazer, porque rejeitá-lo?”
“Antes que chegue a amargura, reúne
para o futuro evocações através do que possas desfrutar agora. Nem sempre será
claro o teu sol...”
“A velhice não é quadra de espera da
morte: é também, oportunidade de experimentar divertimentos próprios: passeios,
espairecimentos, reuniões sociais com jogos elegantes. Afinal, para que viver?”
“Vivamos conforme a época. Isto sim!
Viver por viver não é razão para viver. A inteligência deve funcionar a serviço
da vida agradável” - asseveram com frequência os novos condutores do
pensamento, padronizando emoções e ansiedades em limites imediatistas e
escravizantes.
A nova ética parece fundamentada nos
jogos irrequietos da carne transitória e putrecível, como se a vida fosse
apenas o reflexo de paixões primitivas a explodirem no complexo da
personalidade humana.
“-Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha?” - narrou Jesus.
O
apelo gentil do Cristo se reveste de significativa nobreza. Há os que trabalham
para o hoje terreno e se afadigam, acumulando bens que ficam e se gastam;
muitos laboram para si mesmos e estiolam as mais expressivas qualidades do
sentimento; diversos produzem para a loucura da inteligência que se perverte;
multidões se engalfinham na luta inglória da ação que conduz à morte...
O
chamamento do Senhor é apelo para a Vida...
A vinha é o coração imenso da
Humanidade.
Sulcar com o arado do amor a vasta
gleba das necessidade espirituais para depositar sementes de luz e esperança,
cultivando as próprias aspirações de elevação redentora - eis o que representa
o convite.
Abandonar a horizontalidade das
viciações em que se esboroam os objetivos da existência pela verticalidade
ascensional da libertação de sombras e dores, mágoas e inquietações - eis a
tarefa.
A
experiência no domicílio carnal é valioso estágio da vida imperecível. Ninguém
aporta na Terra por impositivo caprichoso do acaso. Por isso mesmo a
experiência física se reveste de máxima significação. Cada empecilho pela
frente representa teste de valor para a tua resistência. Toda luta vale como
forja para fixar valores morais nos painéis do espírito. Não desperdices tempo
nem ocasião de produzir na vinha da existência planetária; cultiva simpatia e
cordialidade a favor de ti mesmo. O trabalho com Jesus te renovará o ânimo e
vitalizará as tuas forças, favorecendo-te com alegria de difícil tradução.
Alegria! Contentamento feliz.
Se já te encontras na vinha, após
atender ao honroso chamamento com que foste enobrecido, não te detenhas mais
ante as loucas facécias com que te acenam os incontáveis partidários da
ociosidade na “boa vida”. Avança pela estrada orgânica respeitando o patrimônio
carnal que a Divindade te outorgou para a redenção e acumula alegrias que não
se convertam em angústias e gozos que não se transformem em fantasmas poderosos
a dominarem todas as paisagens mentais...
Vai
trabalhar hoje na vinha do Senhor, alegremente, e constatarás que a verdadeira felicidade ainda é
aquela que consiste em fazer felizes os que nos cercam, fixando-se em nós logo depois, como radiosas florações de todo o
bem esparzido - resposta do amor d‘Aquele que até agora continua a esperar-nos
confiante.”
(Grifos do Blog)
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