por Sólon Rodrigues
Reformador (FEB) Março 1973
P.
-Num curso de pré-natal para gestantes pobres será conveniente falar de
Espiritismo?
R.
-Se os encontros são na área espírita, nada mais justo.
A
Lei da Reencarnação, como informação preciosa que se transmita sem o propósito
de transformar as ouvintes em espíritas, é fonte sublime de consolação.
Aplicá-la
sempre, na elucidação de questões difíceis e íntimas, é maneira justa e indeclinável,
fazendo-nos compreender que um renascimento é sempre um programa do Alto a beneficio nosso.
P.
- E que se poderia dizer, se fossem noções de higiene, também para famílias
pobres?
R.
- Se versarmos sobre a higiene corporal, auxiliando alguém a sustentar a saúde
física, justíssimo que falemos sobre a higiene espiritual através da prece, do
passe, da conversação nobre e sadia, da desobsessão pela leitura e vivência do
Evangelho.
Ocupemo-nos
da alma, sempre.
Deficiente
conhecimento da Doutrina Espírita revelamos quando não sabemos
conjugar o amparo físico com o espiritual, chegando,
por vezes, a dar total e absoluto
destaque apenas aos aspectos corporais em nosso
atendimento aos que sofrem.
A
caridade moral - dar de si mesmo, espiritualmente, para os outros - poderá
ser amplamente aplicada nesses momentos de
orientação aludidos.
P.
-Para as famílias menos favorecidas, como faiar sobre a mendicância?
R.
- Jesus, no seu Evangelho de Amor, jamais foi visto a revolver chagas alheias,
fossem físicas, fossem espirituais. Longe de
deter-se a analisar o Mal, empenhou-se em corporificar o Bem.
É
preciso muito tato, a fim de não ferir, tentando ajudar.
Recolher
palavras azedas, apodando nossas deficiências conscientes ou inconscientes,
revolta o nosso interior, salvo se fôssemos Espíritos de superior elevação.
Destaquemos,
sem magoar, a beleza do trabalho, a divina presença de Deus no curso de todas as tarefas, a importância de empenharmos
na movimentação das mãos e das pernas na execução de obras as mais diversas.
Convidemos
para pequenas tarefas, sem condenar.
Examinemos
se o mendigo não é um enfermo.
Entreguemos a tais irmãos de caminhada
os benefícios do passe, da prece, do Evangelho, a fim de que se dignifiquem diante dos
homens e à vista de sua própria
consciência.
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