Neste mundo tumultuado em que vivemos,
sacudido, sem nenhuma dúvida, pela necessidade mais acentuada de depuração,
somos todos forçados a tomar conhecimento de fatos gravíssimos, porquanto
demonstram que a natureza humana, apesar de tantos e tantos séculos de
civilização, ainda está contaminada por Espíritos impuros, capazes de provocar
o desespero, como, aliás, está acontecendo, em virtude da utilização de até
então não conhecidos processos de violência e rebeldia. São, evidentemente,
Espíritos ainda cegos pelo ódio, e alucinados pela ânsia de vingança, ainda na
suposição de que o melhor remédio para os males humanos é a força, a intolerância
e o fanatismo ideológico.
A Terra passa por severo e extenso período
de transição, a caminho de uma nova Era. Essa transição é multiforme, e não
apenas moral e espiritual. Além do gigantesco desenvolvimento científico, de
que os progressos tecnológicos nos dão idéia clara e insofismável, há a
tentativa do Materialismo, convencido, por certo, de que estabelecerá
definitivamente seu domínio discricionário neste planeta, se, num derradeiro e
desesperado esforço, expulsar do seio da humanidade o sentimento religioso que
lhe é inato, não obstante tantas teorias confusas e efêmeras pretenderem que
tal sentimento não passa de mito criado pelo próprio homem, quando despertava
para a vida intelectual e ainda não possuía nenhuma explicação para os fenômenos
da Natureza, que tanto o assustavam e preocupavam.
Entretanto, já começou o trabalho de
expurgo anunciado pelas profecias. Será cruento e demorado. Todas as imundícies
da alma humana não evoluída virão à tona, como estão vindo, para que se alcance
a catarse indispensável ao estabelecimento de uma vida simples e pacífica, na
qual os homens se compreendam e se respeitem, e se amem, realizando na Terra
"o reino dos céus" de que nos falam os Evangelhos. A limpeza começou,
pois a roda cármica foi acionada com energia pelos próprios faltosos, e os
efeitos aí estão, à vista de todos: grupos que se hostilizam, derramando
sangue, semeando a intranqüilidade, conspurcando as mais belas conquistas
humanas, até que, esgotados os recursos da violência e da desumanidade,
satisfeitas as exigências cármicas criadas e alimentadas por Espíritos
divorciados do Bem, possa ir este planeta, a pouco e pouco, curando suas
feridas, buscando o reequilíbrio social e compreendendo, depois de tantas dores
individuais e coletivas, que sem o Evangelho não há salvação.
Os desatinos têm sido tantos, e tão
diversificados, que até os mais delicados animais sofrem a crueza da ação de
pessoas gananciosas. Não faz muito tempo, os jornais descreveram o sacrifício
de milhares de pintinhos, a pretexto de serem salvaguardados discutíveis
interesses econômicos (?). Para maior tristeza nossa, o fato aconteceu no Brasil...
Por toda parte da Terra, a ansiedade e o medo acicatam o homem. Em nome da
liberdade, matam-se inocentes. Em nome do direito, sacrificam-se pessoas
inermes, deixando que o desespero ajude a maldade a dominar a Terra, como se o
Anticristo esperado já estivesse com o seu macabro programa em execução.
Aqueles que se afeiçoam ao estudo das
profecias, e acompanham com religioso interesse a vida contemporânea hão de ter
verificado que os acontecimentos que estão agitando o mundo, a começar pelos
desentendimentos no Oriente Médio, foram previstos com absoluta precisão, e com
absoluta precisão estão observando que os eventos de cada dia se conjugam para
a comprovação real, embora trágica, dos fatos que assinalam a tarefa catártica
deste fim de século.
Jeane Dixon, famosa vidente católica norte americana,
que predisse o assassínio de John Kennedy, Presidente dos Estados Unidos da
América do Norte, além de numerosos outros vaticínios já confirmados, anunciou
já haver nascido no Oriente Médio aquele que será reconhecido como AntiCristo,
e que a renovação espiritual da Terra tornar-se-á mais evidente depois de 1999,
isto é, às vésperas do repontar do ano 2000.
A crosta planetária também está sendo
preparada para tão acalentador acontecimento. Inúmeras transformações
geológicas, climáticas, etc., têm sido apontadas por cientistas de idoneidade
real. O orbe modificar-se-á para dar novo ambiente à humanidade também
modificada. É a Lei de evolução que se desenvolve, ressaltando a grandeza da
Inteligência Divina, que os cépticos contestam, esquecidos de que ninguém
deixará de ter o seu quinhão, quando chegar o momento decisivo, quando a
Verdade se mostrar em toda a sua opulência e todo o seu poder incoercível. Não
será destruído o planeta, mas os Espíritos rebeldes e reincidentes, que terão,
agora, a sua derradeira oportunidade de reabilitação, experimentarão as
consequências de suas reiteradas ofensas à Lei divina, sofrendo o exílio
corretor em esferas mais inferiores, para que se libertem dos instintos ferozes
que tanto têm conturbado a vida humana.
Talvez se julgue que estejamos fantasiando
ou que pretendamos fazer ficção com assunto tão importante. Nada disso. Nossas
palavras fundamentam-se nas profecias, que começam nas Sagradas Escrituras,
transitando pelo Apocalipse de João, e varando os tempos, através de outros
intérpretes, nem sempre levados a sério, mas que, em sua humildade, têm trazido
à humanidade a previsão do que a espera, em virtude da reincidência no mal, no
desdém às advertências do Alto, na teimosia irracional de admitir que o
Espírito imortal possa, um dia, ser escravizado pelo ateísmo materialista.
Quando alguém trata destes assuntos, fala
no deserto. O menos que dizem é que está com o "miolo mole",
tornou-se místico, está "atuado", etc. A roda cármica continua
girando incessantemente.
Foi predito que o materialismo e o
hedonismo avassalariam o mundo atual, e que a juventude inexperiente seria
iludida e levada a movimentos estranhos e bizarros de reivindicações muitas
vezes absurdas. Quem quiser ter o trabalho de um exame retrospectivo do que
aconteceu numa só década 1960-1970) poderá tirar conclusões seguras de que as
previsões não foram exageradas. Disseminaram-se pelo mundo a irresponsabilidade
e a violência; a segurança individual e coletiva, principalmente em
determinadas regiões da Terra, tornou-se precária; aumentou em toda parte o
índice de criminalidade; o monopólio do petróleo está evidenciando a
progressiva dificuldade que o Oriente impõe ao Ocidente, sacrificando a
economia de numerosas nações e provocando perturbações inúmeras. E essa
economia, por força da hegemonia oriental no campo petrolífero, tornou estática
a balança econômico-financeira de nações que aspiram ainda a libertar-se do
subdesenvolvimento, acarretando inquietações sociais bem visíveis.
Por uma espécie de atavismo, ou que melhor
e mais apropriado nome tenha, paira a impressão de que as agruras experimentadas
no passado remoto pelo Oriente, ante o avassalamento do Ocidente, inclusive
através das Cruzadas, voltam-se agora
contra o mundo ocidental. Isto nada mais é do que o retorno cármico, que nunca
falha e não poupa indivíduos, coletividades, nações. Não nos tomem por símile
de Cassandra. Não. Consultem-se as profecias, busquem-se as verdades que nelas
se encontram, não raro veladas pela letra. Lembremo-nos da advertência de
Paulo: "Segui a caridade; contudo, aspirai aos dons espirituais, porém sobre
todos ao de profecia. O que fala em língua não fala a homens, senão a Deus;
pois ninguém o entende, mas em espírito fala mistérios. Porém, aquele que
profetiza, fala a homens para edificação, exortação e consolação. Aquele que
fala em língua edifica-se a si mesmo; mas, o que profetiza, edifica a igreja
(isto é, a religião). Quero que todos vós faleis em línguas, mas, antes, que
profetizeis; maior é aquele que profetiza do que aquele que fala em línguas, a
não ser que as interprete, para que a igreja (a religião, esclarecemos) receba
a edificação" (I Coríntios, 14-1/5). (Parêntesis nossos.)
Já iniciada a idade apocalíptica em 1914, o
período mais trágico e' lúgubre da história da humanidade processou-se com a
ascensão de Hitler ao poder, e a consequente conflagração bélica que sacrificou
milhões de seres e mudou a face do mundo, desde então perturbada pela Besta,
que buscou aprimorar-se no extermínio cruel, frio e satânico de milhões de
judeus, conforme se pode ver, recentemente, num programa impressionantemente
macabro apresentado na Televisão brasileira.
Todos esses fatos se encadeiam, estão inter
relacionados, mostrando a que requintes de maldade pode ser levado o homem
divorciado de Deus. Todavia, o poder extraordinário de Hitler chamado então,
"a nova encarnação de Átila", superou folgadamente o Rei dos Hunos,
que, no século V a.C., varreu o Oriente e o Ocidente, semeando a dor e o luto,
o desespero e o terror, até surgir a punição que o aguardava, em 451, quando
foi derrotado por Aécío, Meroveu e Teodorico. Morreu na noite de seu casamento
com a princesa Hilda, da Borgonha...
No século VIII, entretanto, uma vidente
conhecida como Santa Odila, teve uma visão profética:
"Ouve, ouve, ó meu irmão, que eu vi o
terror das florestas e das montanhas. O espanto gelou os povos. Chegou o tempo
em que a Germânia (hoje, Alemanha) será chamada a nação mais belicosa da Terra.
Chegou a época em que surgirá do seio do seu povo o guerreiro terrível, que
empreenderá a guerra do mundo e a quem os povos armados chamarão o Anticristo,
aquele que será amaldiçoado pelas mães, chorando, como Raquel, seus filhos, e
não querendo ser consoladas. Vinte povos diversos combaterão nesta guerra. O
conquistador sairá das margens do Danúbio. (...) A guerra que empreender será a
mais pavorosa que as criaturas humanas jamais terão sofrido. ( ... ) Ele
alcançará vitórias em terra, no mar e até nos ares, pois se verão seus
guerreiros alados, em cavalgadas inimagináveis, elevarem-se até ao firmamento,
para aí se apoderarem das estrelas, a fim de as arremessarem sobre as cidades e
nelas atearem grandes incêndios. ( ... ) Entretanto, o conquistador terá
atingido o apogeu de seus triunfos cerca do meio do sexto mês do segundo ano
das hostilidades: será o fim do primeiro período, dito de vitórias sangrentas
("Cruentarum victoriarum"). Julgará ele, então, poder ditar suas
condições."
Aqui, um parêntese: A visão foi de uma
clareza impressionante. Aí está retratado Hitler. Os trechos grifados ressaltam
a realidade dos fatos previstos. Os "guerreiros alados" são os
aviadores da Luftwaffe; as estrelas, os terríveis explosivos usados nos ataques
aéreos. O leitor não terá dificuldade de verificar, por si mesmo, o realismo da
descrição. Continuemos, porém:
"A segunda parte da guerra será igual,
em duração, à metade da primeira e será chamada de "tempus
deminutionis" (o período da diminuição). Será fecunda em surpresas (rebus
inopinatis), as quais farão tremer os povos. Pelo meio deste tempo, as
populações submetidas ao conquistador clamarão: "Paz! Paz! ... " Mas
não haverá paz alguma. Não será o fim, mas o começo do fim, quando o combate se
travar na cidade das cidades. (O texto em latim diz: "Non finis, sed
equidem finis, quando in oppido oppidorum de manu certaverint"). Neste
momento, os seus quererão dilapidá-lo, mas, no Oriente, far-se-ão coisas
prodigiosas.
"O terceiro período será de curta
duração: Chamar-lhe-ão "período de invasão", porque, por uma justa
compensação das coisas, o país do conquistador será invadido por todos os lados
(ex omnibus partibus). ( ... ) Os povos crerão que seu fim está próximo, o
cetro passará a outras mãos e os meus se regozijarão. Todos os povos espoliados
recuperarão o que houverem perdido e alguma coisa mais. ( ... ) A região da
Lutetia (antigo nome da França) será salva, etc. ("Assim falaram os
profetas", de Ernst Izgur, edição em língua portuguesa, 1943, "Livros
de Portugal, Ltda." - Rio, páginas 141/143).
Corroborando a espantosa profecia de Santa
Odila, surgiu, no século XVII (ano de 1600), a profecia latina de Frei
Johannes, da qual reproduzimos somente alguns trechos:
1)
"Em 1889, nascerá, nas margens do Danúbio, um homem com o nome de
Anticristo. (1)
2)
Príncipe da mentira, invocará Deus e dirá, para justificar-se, que vem para
castigar povos corrompidos. (2)
3)
Durante muito tempo, agirá por traição, e, informado pelos seus espiões, que
percorrerão toda a Terra, saberá os segredos dos poderosos. (3)
4)
Terá doutos que justificarão a sua missão no mundo.
5)
Uma guerra, porém, desmascara-lo-á. Seus exércitos numerosos, semelhantes a
legiões infernais, invadirão várias nações, levando tudo de vencida e
destruindo tudo à sua passagem", etc. (4)
Neste
pequeno trecho de cinco itens (são 25 itens ao todo), podemos notar a segurança
da predição completa:
(1)
Adolf Hitler, que nasceu no lugar e ano indicados;
(2)
os "povos corrompidos" citados são os judeus;
(3)
a larga rede de espionagem mantida pelo nazismo;
(4)
pessoas de relevo que apoiaram Hitler;
(5)
a guerra que ele desencadeou e que terminou em 1945, com a sua derrota total.
Houve tempo em que a perseguição a hereges
esvaziava todas as classes da sociedade, das mais humildes às mais elevadas. O
concílio de Constança foi convocado, em 1415. Tinha ele um triplo fim:
1º
a união da Igreja sob a direção e o domínio de um único Papa;
2º
a reforma do clero;
3º
a supressão da heresia.
A História conta-nos como a heresia foi
erradicada, à custa de crimes inomináveis, inclusive contra inocentes. De conformidade
com a orientação política estabelecida, esse concílio foi proclamado
"concílio supremo", pretendendo a abdicação do Papa João XXIII,
ratificando-se contra ele todas as acusações, algumas delas realmente
monstruosas, que justificavam completamente o epíteto de "diabo encarnado",
que lhe haviam atribuído. Foi mudado o modo de sufrágio, introduzindo-se o voto
por nação, que reduzia os italianos a um único voto. Foi a esse mesmo concílio
que João Huss se apresentou sob a proteção dum salvo-conduto do Imperador
Segismundo, sendo, desde sua chegada, aprisionado. A 5 de junho desse mesmo
ano, Huss foi conduzido, acorrentado à presença do concílio, que declarou que a
fé concedida a um herético podia ser legitimamente violada.
A sessão conciliar foi tumultuosa, com
protestos contra a traição a Huss. Muitas vozes ergueram-se a seu favor,
clamando por sua libertação. Outras, ávidas de sangue, queriam a execução do
preso. A reunião foi adiada. No mesmo dia um eclipse do Sol, que parecia total,
em Praga, motivou comentários desencontrados. O Imperador estivera presente com
todos os seus pares. Feita uma lista dos erros atribuídos a João Huss,
redigiram uma fórmula de retratação, que ele recusou com as seguintes palavras:
"Entrego-me a Jesus Cristo, o juiz poderoso e justíssimo. É a ele que
confio minha causa, ele, que julgará cada homem, não se deixando iludir por
falsos testemunhos ou por concílios desvairados, mas segundo a verdade e os
méritos de cada um." A 1º de julho, o concílio reuniu-se solenemente.
Trinta artigos contra Huss foram lidos, acusado, dentre outras coisas, de crer
que o pão não era metamorfoseado depois da consagração. O prisioneiro, em sua
angústia, olhou fixamente o traidor Segismundo e exclamou: "É, entretanto,
sob a proteção do salvo-conduto do Imperador que vim aqui!" O monarca
culpado não pode deixar de corar. João Huss foi forçado a ajoelhar-se para
ouvir a sentença. Seus escritos e seu corpo foram consumidos pela fogueira
daqueles que se inculcavam seguidores de Jesus!
Desculpe o leitor essa digressão que
fizemos com o objetivo de traçar o quadro tétrico e intolerante enfrentado por
João Huss, sobre quem escreveu Max (pseudônimo do Dr. Adolfo Bezerra de
Menezes) :
"João Huss arranca das trevas da
ignorância a idéia da pluralidade de existências e da comunicação dos
espíritos, e João Huss é condenado à fogueira. Correm, porém, os tempos, e o
hussismo, com o nome mudado em Espiritismo, vai avassalando o mundo, recebendo
a sua sagração das mãos dos maiores sábios de nosso tempo." E ainda:
"O Espiritismo é o nome próprio da doutrina de que João Huss foi precursor
e de que Charcot é inconsciente apóstolo." ("Estudos
Filosóficos" - I vol., páginas 240 e 242.)
O segundo ciclo iniciou-se no ano de 1594 e
terminou em 1804.
Acontecimentos históricos, astronômicos e geológicos,
verdadeiramente espantosos, marcaram-lhe o período. Nele sobreveio a mais
sangrenta e pavorosa de todas as revoluções de caráter social: a Revolução
Francesa, que subverteu o regime monárquico-feudal, extinguiu a supremacia da
nobreza latifundiária e estabeleceu um sistema social mais favorável ao
progresso industrial e ao desenvolvimento econômico e político das camadas
populares. A revolução de 1789 abriu novos horizontes para a humanidade, não
obstante os clamorosos erros cometidos, as injustiças consumadas e crimes, como
o assassínio do grande sábio Lavoisier, que envergonham a espécie humana. A
varredura cármica foi terrível, tendo sacudido os alicerces da velha Europa, e
repercutindo, com grande força, na vida política e social de todos os povos,
através de líderes que, comumente, eram arrebatados pela demagogia e a
solércia, na busca do poder.
O terceiro ciclo, de 1804 a 2014, ainda em
curso, começou, efetivamente com a coroação de Napoleão Bonaparte pelo Papa, no
dia 2 de dezembro de 1804. O Imperador corso dominou o mundo de sua época, mas
não escapou ao determinismo cármico. Cumpria-lhe realizar uma missão
importante, que a ambição desnaturou. Costumava dizer que "o futuro está
nas mãos de Deus", sem se lembrar de que Deus nos conferiu o
livre-arbítrio e o senso de responsabilidade para não irmos além do permitido
por Suas leis. Constituem capítulo interessante da história de Bonaparte as
superstições que cultivava, que o Dr. Cabanes relata em "O Consultório
Secreto da História". Todavia, nem tudo era superstição. O Imperador era
dotado de mediunidade intuitiva e dado a pressentimentos que se confirmavam, na
maioria das vezes. Ele mesmo confessou duma feita: "Meus pressentimentos
nunca me enganam." Era, igualmente, dado a visões e possuía inelutável
aversão à letra M. Cabanes menciona a influência do M em sua vida:
"Mortier fora um dos seus melhores generais. Três dos seus ministros
haviam-se chamado Maret, Mollieu, Motativet. Seu primeiro camareiro chamava-se
Montesquiou. O duque de Bassano, Maret, era o seu conselheiro mais ouvido. Seis
marechais traziam nomes começando pela letra M: Masséna, Marmont, Mortier,
Moncey e Murat. Marbeuf fora o primeiro a reconhecer sua capacidade na Escola
Militar. Mas Mallet conspirou contra ele, Murat abandonou-o, depois de Marmonto
Metternich batera-o no terreno da diplomacia. Entregou-se ao capitão Maitland,
a bordo do navio Bellérophont. Em 1814, a resistência em Soissons teria salvado
o Imperador, assegurando-lhe os resultados de sua marcha de flanco sobre os
exércitos de coligação; o general que comandava aquela cidade chamava-se
Moreau; ele abriu as portas muito cedo, e Napoleão, vendo falhar seu plano,
exclamou: - Esse nome de Moreau sempre me trouxe desgraça!" Marengo fora -
é verdade - a primeira vitória que obtivera sobre o general Mélas, um nome
predestinado. Depois, ganhou as batalhas de Montemotte, Millesimo, Mondovi,
Montmirail, Montereau. No entanto, foi completamente esmagado em
Mont-Saint-Jean (Waterloo). Milão foi a primeira capital onde entrou como
vencedor: Moskva, a última. Perdeu o Egito com Menou, e foi Miollis quem, por
sua ordem, aprisionou o Papa. Em Santa Helena, dois de seus fiéis eram o criado
de quarto Marchand e o general Montholou. Enfim, não foi em Malmaison que ele
passou as poucas horas de calma e de felicidade que sua existência tão
atribulada lhe permitiu?" Podemos apontar, também, como curiosidade (*),
que o W (M invertido) também foi fatídico para Napoleão: Waterloo e Wellington.
É sobremaneira interessante repetir estas outras palavras do Dr. Cabanes, por
profundamente insuspeito, aos pontos de vista do Imperador. Diz ele: " ...
Napoleão tinha notável tendência para sobrenatural." - "Napoleão é,
ao mesmo tempo, intuitivo e o homem de ação. Admitamos que essa faculdade de
intuição seja levada suficientemente longe para fazê-lo adivinhar o
desconhecido, para dar-lhe esta visão "à longue portée" que, às
vezes, lhe revelará de antemão os acontecimentos, em meio às brumas indecisas
de um futuro longínquo, e então nos explicaremos aqueles pressentimentos,
aquelas profecias que, num exame superficial, estaríamos inclinados a
assemelhar a sonhos ocos." - "Napoleão acreditava na Providência e na
alma imortal, e esta mistura de fatalismo e de espiritualismo não é assim tão
incoerente, como poderia parecer à primeira vista. Para ele, a alma não era
somente separada do corpo; ela poderia viver sua própria vida em atmosfera
especial, toda sua, e que é o domínio que os nossos sentidos não nos permitem
explorar, o domínio do oculto e do maravilhoso". (Vol. II, páginas
193-194).
(*) Vide, em "Obras Póstumas"
-Segunda Parte-, a explicação de Allan Kardec a respeito das previsões da Sra.
de Cardone, em 6-5-1857, que vira, na leitura das linhas das mãos do
Codificador, a tiara espiritual. (Páginas 287 a 291, 15ª edição, FEB, 1975.)
Os grandes homens sempre deixam, na vida
dos povos, na história da humanidade, rastros de sua passagem, marcas de ações
que contribuem para precipitar ou para favorecer acontecimentos importantes no
destino dos homens e do planeta. O terceiro ciclo tem-nos dado grandes sábios.
Mas, também, o progresso intelectual e material, em conseqüência de benefícios
que tornaram a existência mais cheia de prazeres e conveniências, o hedonismo e
o materialismo cresceram em demasia. Os homens não quiseram compreender o grave
erro de desprezarem os deveres espirituais. Aprenderam, em sua luta secular
contra a Igreja romana, contra os excessos da intolerância e o desrespeito aos
preceitos evangélicos, a supor que Deus é uma fantasia e que o homem se fez deus
deste mundo material e intranqüilo em que vivemos. Mas, são falsos deuses, trabalhados
pelo orgulho, pela vaidade, pelo egoísmo, pela ambição. Deuses de pés de barro,
que não poderão jamais resistir às Leis espirituais a que todos estamos
sujeitos. É tempo de se pensar no cultivo da alma. Os bens materiais são permissíveis
desde que não proscrevam do pensamento humano os deveres espirituais.
Consultemos a História, da Revolução
Francesa para cá. Veremos, como que numa tela cinematográfica, os acontecimentos
notáveis que confirmam, uma a uma, todas as profecias da Bíblia, de
Nostradamus, etc. Consultemos a obra do famoso Michel e encontraremos nela o
relato sintético de todos os acontecimentos históricos que trouxeram a
humanidade à situação que hoje defronta. O futuro está fatalmente entrelaçado
ao pretérito. Os fatos de hoje foram engendrados ontem. É uma cadeia
interminável de acontecimentos faustos e infaustos que impele a humanidade para
o expurgo que há de vir. Os acontecimentos políticos e sociais nem sempre são
obra do homem de hoje, mas de homens de ontem, que semearam o que hoje colhe a
humanidade. Muitos poderão ver na atitude dos monopolizadores do petróleo no
Oriente Médio uma consequência remota dos sofrimentos impostos aos orientais,
inclusive durante as Cruzadas. Não há acontecimentos estanques. Pelo contrário,
todos são solidários entre si, multo embora não tenhamos elementos para
positivar essa correlação antiga e permanente da causa com o efeito.
Nas décadas porvindouras, tomem nota disto
os jovens de agora, o mundo sofrerá terríveis comoções, e a humanidade será
levada a experimentar as durezas da vida que o materialismo lhe tem dado, com o
abandono do Evangelho. Aqueles que buscam o aconchego de Deus na Religião,
cultivando o Bem e o Amor fraterno, esses serão o trigo que será cuidadosamente
separado do joío condenado. As profundas alterações por que vem passando o
mundo, aqui e ali, no comportamento humano, na subversão dos bons costumes, no
repúdio à Moral cristã, são elementos que servem para configurar as condições
novas que estão sendo geradas pelo processo cármico em andamento.
Adverte Emmanuel: "A Terra está povoada, em quase todas as
latitudes, de seres que se desenvolveram com ela própria e que se afinam
perfeitamente às suas condições fluídicas. Pequena percentagem de homens é
constituída de elementos espirituais de outros orbes mais elevados que o vosso;
daí, a enorme diferença de avanço moral entre os seres humanos e os abnegados
apóstolos da luz que, em todos os tempos, tentam clarear-lhe as estradas do
progresso. É comum conhecerem-se pessoas que nutrem perfeita adoração a todos
os prazeres que o mundo lhes oferece. Por minuto de voluptuosidade, pela
contemplação dos seus haveres efêmeros, por uma hora de contato com as suas
ilusões, jamais procurariam o conhecimento das verdades da eterna vida do
espírito; procuram toda casta de gozos, evitam qualquer estudo ou meditação e
se entregam, freneticamente, ao bem-estar que a carne lhes oferta. Essas
criaturas, invariavelmente, são espíritos estritamente terrenos, que não saem
dos âmbitos da existência mesquinha do planeta; esta afirmação, porém, não
implica, de modo geral, a origem desses seres em vosso próprio orbe, mas, sim,
a verdade de que muitos deles, pelas suas condições psíquicas, mereceram viver
em sua superfície, como prova, expiação ou meio de progresso. Apegam-se com
fervor a tudo quanto seja carnal e experimentam o pavor da morte, inseguros na
sua fé e falhos de conhecimentos quanto à sua vida futura.”
As profecias são um aviso, uma advertência,
secundando a palavra do Cristo, Governador do planeta. Sodoma e Gomorra devem
ser consideradas como expressão da materialidade e impiedade humana, como
exemplo de que o materialismo e o ateísmo não são mais que forjas do sofrimento.
Jamais se viu a Terra tão desorientada e revoltada como nestes tempos
tumultuosos. O Evangelho foi esquecido, a Religião foi repudiada, a
Fraternidade superior foi trocada pela solidariedade no vício e no mal.
Todavia, os que hoje sorriem superiormente, ironizando o chamamento dos crentes
em Deus, no Cristo e no poder redentor do Evangelho, esquecem-se de que a dor
os acompanha, silenciosa, para acicatá-los na devida oportunidade. Mais tarde, não terão forças para ironizar,
porque o sofrimento afugenta os sentimentos inferiores e desperta para a
verdade. E, desta vez, tudo será mais sério, porque a humanidade terá pela
frente, de novo, o Anticristo, em sua derradeira ofensiva.
"O Evangelho do Divino Mestre ainda
encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, o
simonismo, o império da força conspirarão contra ele, mas tempo virá em que a
sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas,
é para a sua luz eterna que a humanidade se voltará, tomada de esperança.
Então, novamente se ouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha e,
através das planícies, dos montes e dos vales, o homem conhecerá o caminho, a
verdade e a vida" (Emmanuel).
"Que civilização é esta em que tudo o
que é construído pelo homem serve para a destruição do próprio homem?"
Essa era a pergunta que Leonardo Da Vinci fazia há mais de 450 anos. Dessa
época aos nossos dias, o homem progrediu muito na arte de matar e de destruir.
Tomemos como imagem simbólica desse sinistro progresso a bomba atômica, que
destruiu Hiroxima e Nagasaki. Que civilização será esta nossa, quando a luz da
explosão atômica seduz mais que a luz suave do Evangelho?"
Um monge de nome Johannes, há mais de cem
anos, profetizou: "Em 1889, nascerá nas margens do Danúbio um homem que
merecerá o nome de Anticristo." Nesse ano, nascia em Braunau, na Austria,
Adolf Schucklburger, que, aos 21 anos, começaria a chamar-se Adolf Hitler.
Segundo os numerologistas, o nome Schucklburger trazia influências maléficas,
enquanto Adolf prevê gênio e felicidade. Entretanto, de acordo ainda com esses
especialistas, o nome Adolf Hitler era também maléfico. Esse estudo foi feito
antes de irromper a II Grande Guerra Mundial. Ver-se-á, pois, que a malignidade
de Adolf Hitler foi além das piores expectativas. Mais do que Átila, foi ele
considerado também o Anticristo.
Mas, já foi anunciado que o 3º Anticristo é
esperado nos últimos anos do século atual, que desencadeará a 3ª Guerra
Mundial. Só a misericórdia divina poderá intervir para poupar a humanidade de
tão extrema provação. Mas, que faz a humanidade para ir ao encontro dessa
misericórdia? Nada. O panorama político-social do mundo não precisa de
comentário.
O Espiritismo Cristão é o fanal da
esperança que pode levar a humanidade à compreensão de Deus e à solução do
problema da Verdade, através do Evangelho, em espírito e verdade
Obras consultadas: A BibIia, "Histoire
du Développement Intellectuel de l"Europe" - J. W. Draper; "As
Quatro Babilônías", de Marius Coeli; "Assim falaram os
profetas", de Ernst Izgur"; "O Livro das Profecias", de
Mozart Monteiro; "Profecias de Nostradamus", Marques da Cruz;
"Les Prophéties de Maitre Michel Nostradamus", Dr. de Fontbrune;
"Dom de Profecia pela fenomenal Jeane Dixon", de Ruth Montgomery;
"The Call to Glory - Speakes of Jesus and Prophecy", de Jeane Dixon;
"Profetas e Profecias" - Nostradamus, de João Paulo Frelre (Mário);
"Novos Profetas do Médio Oriente", de Isaac Akcelrud; "A
Profecia e o Fim dos Tempos", de Leoni Kaseff.
Seleção Cármica do Mundo
Indalício Mendes
Reformador (FEB) Julho 1976
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