Meus amigos, Jesus nos abençoe.
Espiritismo
no Brasil é a revivescência do Evangelho de Redenção. Não nos esqueçamos dessa
verdade simples, para que não estejamos desajustados, à frente das
responsabilidades que esposamos perante o Senhor.
Em
outros climas sociais e políticos, a Doutrina Consoladora dos Espíritos tem
sido relegada à retorta ou à discussão, convertendo-se em mero experimento
científico ou em pura divagação filosófica, procrastinando-se divinas
realizações do Plano Superior que objetivam a sublimação da Humanidade.
Raros
círculos, fora do santuário brasileiro, guardaram fidelidade à expressão real
do Espiritismo, como genuíno mensageiro de Nosso Senhor Jesus-Cristo, na
restauração da Boa Nova, em sua primitiva feição.
E,
amparados pelo "acréscimo da Misericórdia Divina", nosso movimento
expressa em suas atividades essenciais o soerguimento do homem para a era nova,
descerrando vastos horizontes ao conhecimento santificante, como fator decisivo
de recondução do homem moderno às bases da civilização cristã, que esperamos
seja efetivamente erguida no Planeta, nos séculos futuros.
Somos,
desse modo, no Brasil, obreiros da Celeste Revelação, trabalhando na construção
da legítima fraternidade, que, em nos regenerando, retificará igualmente a
esfera em que evoluímos, no rumo das supremas edificações do espírito na glória porvindoura.
Não
podemos assim, segundo nos parece, comprometer a estabilidade de um cometimento
que, no fundo, não nos pertence, estabelecendo qualquer serviço de
incompreensão ou intolerância que redundaria em maior agravo de
responsabilidade para nós mesmos.
Aprendamos,
pois, a decidir nossas afirmações de trabalho e a solucionar os problemas que
nos afligem no templo da união fraternal, sob a inspiração do Mestre que nunca
falha, a benefício dos discípulos de boa-vontade. Não possuímos, pessoalmente,
qualquer credencial que nos autorize a formular apelos à concórdia e à
compreensão dos votos que abraçamos diante de Jesus.
Cada
qual de nós permanece no setor de luta que lhe foi atribuído pela Eterna
Sabedoria e devemos, antes de tudo, cultuar o respeito à tarefa dos nossos
associados de ideal, sem interferências descabidas no esforço a ser realizado
individualmente por nós todos, nas linhas de ação renovadora que nos reúne os
braços e os pensamentos, as esperanças e os corações. Contudo, tanto quanto nos
seja possível, auxiliemo-nos uns aos outros para que a obra da unificação dos
espíritas do Brasil não periclite por nossa causa.
Recordemos
a gravidade da hora que o mundo inteiro atravessa, desfalecendo à míngua de
cooperação e de entendimento, de humildade e de amor e não nos esqueçamos de
que quase um milhão de companheiros do Espiritismo Cristão, na terra que nos
acolhe, esperam de seus orientadores exemplos de fé e trabalho sadio, de
esforço e renunciação pessoal, na aplicação com o Mestre da Eterna
Verdade.
O
momento não comporta divergências e deserções, no escuro desvão das atitudes
precipitadas, e, na abençoada sementeira de luz que, entre nós, se cobre de
flores, não será justa a deliberada implantação do escalracho venenoso do
personalismo desequilibrado, erva sufocante e daninha que, em todos os tempos,
tem asfixiado as melhores esperanças da Humanidade melhor.
Considerando,
desse modo, o patrimônio das obrigações que nos foram cometidas, doemos todos
os recursos ao nosso alcance, para que o nosso programa de harmonia e
confraternização não se reduza a discursos e textos brilhantes, sem
significação para as nossas tarefas substanciais.
Alguém
já disse que "o Espiritismo será
aquilo que os homens dele fizerem", porque, indiscutivelmente, somos a
instrumentalidade de Jesus, concretizando-lhe os planos de redenção sobre a
Terra. Façamos, pois, quanto estiver em nossas possibilidades para que as
resoluções da nossa Doutrina de Amor sejam firmadas em assembleias dignas do
nosso movimento de santificação, para que a vitória nascente de nossa união
evangélica seja, de fato e de verdade, hoje e sempre, uma bandeira de
esperança e salvação para o mundo, em nome de nosso Divino Mestre e Senhor.
(Mensagem
recebida em Pedro Leopoldo, no dia 31 de agosto de 1953,
pelo
médium Francisco Cândido Xavier,
dirigida
a Francisco Spinelll, Bady Elias Curi e José Simões de Mattos.
Publicada
em "O Espírita Mineiro", de agosto-1953,
e no
"Reformador", de novembro-1953, páginas 257/8.)
No templo da União Fraternal
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Março 1976
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