A Figueira Estéril
13,6
Disse-lhes também esta comparação: “ -Um homem havia plantado uma figueira na
sua vinha e, indo buscar fruto, não o achou. 13,7 Disse ao viticultor: -Eis que há 3 anos venho
procurando fruto nesta figueira, e não o acho. -Corta-a! -Para que ainda ocupa
inutilmente o terreno? 13,8 Mas o
viticultor respondeu: -Senhor, deixa-a ainda este ano. Eu lhe cavarei ao redor
e lhe darei adubo. 13,9 Talvez depois
disso dê fruto: Caso contrário, cortá-la-ei!”
Para Lc (13,6-9) - A Figueira Estéril - leiamos a Antônio Luiz Sayão, em “Elucidações Evangélicas”:
“Facilmente se apreende o sentido
desta parábola, com a qual, sobretudo, o que Jesus teve em mira foi por em evidência a longanimidade
do Senhor e a assistência caridosa e devotada que incansavelmente nos dispensam
os Espíritos prepostos à nossa guarda e progresso.
Assim, segundo a parábola, aquele
que se mostra rebelde às inspirações do seu anjo de guarda, ingrato à sua
dedicação, indiferente ao auxílio que lhe presta, insensível a todos os
benefícios que recebe; aquele que se obstina em viver contrariamente aos
ditames da moral, sem dar, pelas provas por que passa, os frutos que devia
produzir, é como a figueira que, apesar de todos os cuidados do agricultor, do
auxílio que lhe dispensa, do adubo que lhe põe, permanece estéril, sem
frutificar. Tem que ser cortada e retirada do campo onde fora plantada, pois
que a sua permanência ali acabaria por prejudicar as outras plantas.
Contudo, o agricultor, benévolo,
paciente e desejoso sempre de vê-la produzir, não a corta logo; contenta-se em
podá-la, na esperança de que, fortalecida assim a seiva que ainda lhe dá vida e
que se acha como que adormecida, ela venha a se cobrir de frutos.
Poda-a, pois, revolve-lhe a terra em
derredor, chega-lhe em abundância estrume novo e espera.
Verificando, por fim, que nada
obteve, que estéril como era a árvore se conserva, manda cortá-la e lançá-la ao
fogo, para que não continue a ocupar, junto das que abundantemente produzem, um
lugar que pode ser ocupado por outra também produtiva.
É o que faz conosco o Senhor.
Ele nos faculta todos os recursos e
meios de levarmos a efeito a nossa salvação, ou redenção, tendo chegado a
enviar-nos o seu Filho bem amado, para nos mostrar, palmilhando-o até ao cume
do Gólgata, Ele que nada tinha de que se remir, o caminho que à redenção
conduz.
Se, porém, apesar de tudo isso,
perseverarmos na pratica do mal, temos que ser apartados da companhia daqueles
que progridem, regenerando-se, para sermos lançados no fogo das torturas morais
proporcionadas ao nossos delitos e crimes e das encarnações em mundos onde mais
acerbos são os sofrimentos, até que, despertada a nossa consciência - a
seiva espiritual que nos alimenta o ser - nos disponhamos à purificação dos
nossos sentimentos, tornando-os, desse modo, dignos de receber, como
co-herdeiros que somos, a parte que nos caiba da herança que Ele, o Pai
Celestial, instituiu para todos os seus filhos, sem exceção.”
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