Amar
ainda e sempre, para nós todos, os obreiros da Terra, é incessante desafio.
Isso porque amar é dar-se, no que
possuamos ou sejamos de melhor.
A beneficência é a preciosa
iniciação.
Entregamos o que nos sobre em
reconforto e, ao nos adiantarmos em sentimento, dividimos com os outros aquilo
que se nos faça necessário, até mesmo em nos referindo aos recursos primários
que se nos mostram indispensáveis à vida.
Surge, porém, para cada um de nós, o
momento de dar-se. Dar-se nos mais íntimos pontos
de vista. Doar-se em bondade e desprendimento, compreensão e renúncia, sem nada
pedir em troca.
Abençoar a felicidade da pessoa ou
das pessoas a quem mais amamos, mesmo quando a felicidade delas não se
padronize pelos modelos em que se nos configura a alegria.
Se, erguidos a semelhante prova,
recusamos sofrimento e mudança, conformidade e reajuste, exigindo algo em nosso
favor, efetivamente não estaremos amando, ou, então, estaremos amando muito
imperfeitamente ainda. Mas, se aceitamos amar como se deve amar, surpreendemos
a fonte da paz no imo do nosso próprio espírito, porquanto, libertando e
amparando os outros, simultaneamente estaremos amparando e libertando a nós
mesmos.
O amor imaginário, a basear-se no
egoísmo, cria desilusão e enfermidade, desequilíbrio e morte.
O amor autêntico, no entanto, dando
o melhor de si sem cogitar de si, gera grandeza e paz, aperfeiçoamento e
alegria. Isso acontece porque toda vez que amamos particularmente a alguém que
se encontra muito longe de responder-nos com qualquer migalha de compreensão e
de afeto elevamo-nos ao amor do Cristo, que nos ama sem que realmente
o amemos ainda, reconhecendo, por fim, que esse alguém refratário ao nosso amor
é, tanto quanto nós, um ser de origem divina, profundamente amado e constantemente
sustentado por Deus.
Página de Amor
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Julho 1974
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