A indulgência não é apenas caridade
para com os outros.
Erige-se igualmente como processo de
nos imunizarmos contra o impacto de
vibrações
destrutivas. Por isto mesmo, o tato deve estar conosco, à feição de
porta-verdade, a fim de que os nossos pensamentos não venham a ferir os outros,
tornando de outros para nós, de maneira a ferir-nos.
Assim nos expressamos porque a ideia
em si é fonte de força em que a palavra se articula.
*
Aprendamos, ainda e sempre, a
empregar a indulgência construtivamente, em se tratando das pessoas.
Quando esse companheiro ou aquela
companheira se mostrarem autoritários,
de
modo excessivo, mentalizemo-los por irmãos responsáveis e confiantes; surgindo os que se nos afigurem vagarosos, na execução das tarefas que lhes caiba,
imaginemo-los por meticulosos e tímidos, nunca por preguiçosos ou lerdos; se
aparecem por figurinos de avareza e se chamados a exprimir-nos, quanto a eles,
interpretemo-los por amigos da poupança e não da sovinice; quando se revelarem
portadores de opiniões demasiado francas,
aceitemo-los por amigos sinceros mas não imprudentes; em se evidenciando
facilmente irritáveis, vejamo-los por temperamentos emotivos e não por pessoas
aborrecidas ou intolerantes; e quando se nos destaque aos olhos por irmãos
indecisos ou amorfos, saibamos classificá-los por amigos cautelosos e
moderados.
•
Indubitavelmente, os pensamentos e
as palavras, na expressão simbólica, são cores
e tintas com que nos será lícito expressar a própria conceituação de
acontecimentos determinados; no entanto, em se tratando de criaturas sensíveis
quanto nós, sejamos observadores das ocorrências e irmãos das pessoas, a fim de
auxiliá-las para que igualmente nos auxiliem. Busquemos sentir e pensar, agir e
realizar no bem e saberemos sempre sacar do coração e do cérebro a boa palavra
capaz de compreender e de amparar, orientar e servir.
Indulgência Ainda
Emmanuel
por Chico
Xavier
Reformador (FEB) Setembro 1974
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