O que ele ensinou sempre, invariavelmente,
em todos os momentos de sua vida pública, foi a Religião do Amor, do Bem, da
Caridade!
Senão vejamos.
Dando início à sua doutrinação, a
quem promete ele as bem-aventuranças do reino dos céus?
Aos bons, isto é: aos humildes de
espírito, aos mansos, aos que procedem conforme a justiça, aos misericordiosos,
aos puros de coração, aos pacificadores... (Mat., Cap. 5)
Não quer, porém, simples aparências
do bom caráter, nem manifestações de falsa piedade, tão ao sabor de certos
religiosos, e daí o afirmar, peremptoriamente: “Se a vossa justiça não for maior e mais perfeita que a dos escribas e
fariseus, não entrareis no reino dos céus.” (Idem)
Qual a razão dessa advertência?
Muito simples. É que os tais escribas e fariseus, conquanto fossem servis
cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias estatuídas pelos
rabinos do moisaísmo, de virtudes mesmo nada possuíam.
Em seguida, passa a ensinar assim: “Se alguém vos bater na face direita,
apresentai-lhe a outra;
àquele que quiser demandar convosco em juízo, para vos tomar a túnica, cedei-lhe
também a capa; se alguém vos forçar a caminhar mil passos, carregado, vai com
ele dois mil; dai a quem vos pedir e não volteis as costas a quem vos queira
solicitar um empréstimo; ao que tirar o que é vosso, não lho reclameis; amai os
vossos inimigos; fazei bem aos que vos odeiam; bendizei os que vos amaldiçoam;
orai pelos que vos perseguem e caluniam; sede misericordiosos, como vosso Pai é
misericordioso; fazei o bem sem ostentação; não julgueis; tudo o que quiserdes
que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles, pois é nisto que
consistem a Lei e os Profetas.” (Mat.,
Caps. 5-7)
Positivamente, ninguém saberia nem
poderia usar linguagem mais clara, nem mais precisa do que esta, para dar-nos a
entender como devemos pautar nossos atos, a fim de satisfazermos à Lei de Deus.
Quem há que não almeje para si
apenas o que é bom? que não deseje ser tratado com afabilidade? que não queira
ser socorrido em suas aflições? que não aprecie ver desculpados os seus erros?
que não espere benevolência para as suas fraquezas e imperfeições? que não
aspire ao perdão para os seus deslizes?
Pois bem, esse mesmo tratamento,
amorável e fraterno, que gostamos de receber, é o que devemos dispensar ao
nosso próximo, se é que pretendemos ganhar a “salvação”, ou, melhor dito, a
felicidade eterna.
Não haveria de faltar, porém, falsos
profetas, que lançassem a confusão em torno de verdades
tão simples, que disseminassem doutrinas esdrúxulas, segundo as quais, para
salvar-se, ninguém precisa ser bom, nem realizar boas obras... mas tão somente
crer em tais ou quais dogmas teológicos...
Prevendo isso, avisa o Mestre, alto
e bom som: “Toda árvore que não dá bom
fruto, é cortada e lançada
ao fogo.” - “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos
céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”
Acrescenta ainda, para que não
subsistam quaisquer dúvidas:
“Aquele
que ouve minhas palavras e as observa é comparável ao homem prudente que
construiu sua casa sobre a rocha. Veio a chuva, transbordaram os rios, os
vendavais sopraram e se arremessaram contra essa casa, e ela não caiu, pois
estava edificada sobre a rocha. Aquele, porém, que ouve minhas palavras e não
as observa, assemelha-se ao insensato que construiu sua casa sobre a areia.
Veio a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos, precipitaram-se sobre
essa casa e ela desabou; e grande foi a sua ruína.” (Idem, Cap. 7)
Aí está, com que frisante nitidez o
Cristo põe em destaque a importância de praticar os seus ensinamentos.
Ora, ele é a revelação viva de Deus,
a personificação de Sua lei, e, portanto, o único fundamento sobre que podemos
edificar um caráter reto.
Mas, edificar sobre o Cristo não é
apenas decorar as Escrituras Sagradas, exaltar lhes os sublimes conceitos,
fazer uma tocante profissão de fé, cantar belos hinos sacros...
Não! Edificar sobre o Cristo é
cumprir a sua palavra, é obedecer-lhe às instruções, é fazer a vontade d'Aquele
que o enviou, é enfim possuir uma fé que se manifesta em obras de bondade!
Prosseguiremos.
A Verdadeira
Religião
- Parte
1
Rodolfo Caligaris
Parte
2
Se a Humanidade devesse ser salva
pela filiação a uma só e determinada Igreja, por suposta infalível, com
exclusão de quantas mais existissem, bem triste seria a sua sorte!
Como poderiam as gentes iletradas ou
de poucas letras identificar “a tal”, se constantemente estão surgindo novas
seitas, pretendendo cada uma possuir essa característica? Como, se os graus de
entendimento são infinitos, e aquilo que satisfaz a uns não apraz a outros?
Pois se nem mesmo os sábios, até hoje, conseguiram pôr-se de acordo a esse
respeito?!
Felizmente, porém, o plano de Deus é
bem outro, como se há de ver pela explicação dada por Jesus a um doutor da lei.
Este lhe perguntara: “Mestre, que devo fazer paro entrar na posse
da vida eterna?”
Como se vê, pergunta direta, sem
rodeios, exigindo resposta específica.
Então Jesus lhe diz: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o máximo e o
primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás a teu próximo
como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a Lei e os Profetas. Faze
isso, e viverás.” (Mat. 22: 34-40; Mar. 12: 28-34; Luc. 10:
25-28. )
“AMA O TEU PRÓXIMO, E VIVERÁS” - eis, na palavra do Cristo, a que se reduz o
problema da salvação das almas.
Desgraçadamente, porém, apesar da
simplicidade da fórmula, nem todos conseguem acertar de pronto a equação,
porque... ignoram quem é o seu próximo.
Valha a esses a parábola do bom
samaritano (Luc.
10: 29-37),
com que Jesus, no colóquio
mantido com aquele mesmo doutor da lei, elucida lhe o que significa ser o
próximo de alguém.
“O
mandamento que vos dou é este: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei.”
(João,
15 :12),
tornaria a dizer, mais tarde, o Divino Mestre, reafirmando, assim, ser “o amor ao próximo” a síntese do
Evangelho do Reino.
E, como que a rematar toda a sua doutrinação
nesse sentido, eis em que termos instrui seus discípulos acerca das recompensas
e penas futuras:
“Quando
o Filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos,
assentar-se-á sobre o trono de sua glória, e, estando todas as nações reunidas
perante Ele, separará uns dos
outros, como o pastor separa as ovelhas das cabras, e colocará as ovelhas à sua
direita, e as cabras à sua esquerda. Então dirá o rei aos que estiverem à sua
direita: Vinde, benditos de meu Pai, e tomai posse do reino que vos foi
preparado desde o começo do mundo; pois que tive fome e me destes de comer;
tive sede e me destes de beber; fui hóspede e me recolhestes; ,estive nu e me
cobriste; estive enfermo e me visitastes; estive preso e me foste ver. Responder-Ihe-ão
os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome, e te demos de comer? ou
com sede, e te demos de beber? E quando te vimos hóspede e te recolhemos, ou
nu, e te vestimos, enfermo ou preso e te fomos visitar? O rei lhes responderá:
Na verdade vos digo, todas as vezes que fizestes isso a um dos meus mais
pequeninos irmãos, foi a mim que o fizestes. Depois dirá aos que estiverem à
sua esquerda: Retirai-vos de mim, malditos: ide para o fogo eterno, que foi
preparado para o diabo e para os seus anjos; porque tive fome e não me destes
de comer; tive sede e não me destes de beber; fui hóspede e não me recolhestes;
estive nu e não me cobristes; estive enfermo e preso, e não me
visitastes. E eles lhe responderão também: Senhor, quando foi que te vimos com
fome, com sede, hóspede, nu, enfermo ou preso, e deixámos de te assistir? Ele, porém, lhes
responderá, dizendo: Na verdade vos digo, todas as vezes que deixastes de prestar essa
assistência a qualquer desses pequenos, deixastes de a prestar a mim próprio. E
então irão esses para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna.” (Mateus 25:31-46.
)
Ponhamos atenção no quadro que Jesus
nos apresenta sobre o juízo final.
Qual o objeto das inquirições e o
fundamento da sentença? Versa matéria de fé? Estabelece alguma distinção entre
o que crê de um modo e o que crê de outro?
Absolutamente!
O juiz indaga apenas uma coisa: se a
caridade foi praticada ou não. E pronuncia-se, dizendo:
“Vós que assististes os vossos irmãos, passai à direita, e vós outros que
fostes duros ou indiferentes, passai à esquerda.”
Portanto, é a prática do bem, ainda
uma vez, apontada por Jesus como condição única e indispensável para a
conquista do reino dos céus. .
Nem poderia ser de outra forma,
pois, se “Deus é Amor”, só os que sabem amar poderão apreciar-Lhe a inefável
companhia.
A Verdadeira
Religião
- Parte
2
Rodolfo Caligaris
Reformador (FEB) Julho 1970
Parte
3
Os discípulos de Jesus, que mais de
perto o acompanharam, como teriam entendido a doutrina do Mestre?
É o que veremos a seguir.
Invoquemos, inicialmente, a palavra
de Simão Pedro :
“Como é santo aquele que vos chamou,
sede vós também santos em todas as ações, porque escrito está: santos sereis,
porque eu sou santo. E se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas,
julga segundo a obra de cada um, vivei em temor durante o tempo de vossa
peregrinação, fazendo puras as vossas almas na obediência da caridade, no amor
da irmandade, com sincero coração amai-vos intensamente uns aos outros.” (Pedro, I, capítulo
1:15-17,22.)
“Antes
de todas as coisas, tende entre vós, mutuamente, uma constante caridade, porque
a caridade cobre a multidão dos pecados”, e posto que “apenas os justos se salvarão, encomendai vossas almas ao Criador,
fazendo boas obras.” (Idem,
4 :8, 18-19.)
Magnífica exortação! Como resplende,
aqui, a luz do vero Cristianismo!
Fulgor maior, porém, é o que se
irradia da segunda epístola desse grande apóstolo, quando
diz, divinamente inspirado (1 :5-11) :
“Ajuntai
à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à
temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor de vossos
irmãos, e ao amor de vossos irmãos a caridade. Porque, se estas coisas se
acharem e abundarem em vós, elas não vos deixarão vazios nem infrutuosos no
conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. O que não tem prontas estas coisas é
cego e anda apalpando com a mão, esquecido da purificação dos seus pecados
antigos; portanto, irmãos, ponde cada vez maior cuidado em fazerdes certa a
vossa vocação e eleição por meio das boas obras, porque, fazendo isto, não
pecareis jamais, e vos será dada abertamente a entrada no reino eterno de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.”
Acrescentar a esses textos de
admirável clareza quaisquer palavras nossas, no intuito de
ressaltar lhes a significação, o abono à tese que vimos expondo, seria um
menoscabo à inteligência do leitor. Vamos, pois, adiante, ouvindo agora outra
coluna mestra do colégio apostólico:
Tiago.
Diz ele (1 :22, 25-27): “Sede fazedores da palavra (de Deus), e não ouvidores
tão somente, enganando-vos a vós mesmos. O que persevera na lei perfeita,
sendo, não ouvinte esquecediço, mas fazedor de obra, este será bem-aventurado no
seu feito. Se algum, pois, cuida que tem religião, não refreando a sua língua,
mas seduzindo o seu coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula,
aos olhos de Deus e nosso Pai, consiste nisto: em visitar os órfãos e as viúvas
em suas aflições, e em cada um conservar-se isento das corrupções deste mundo.”
Não há como torcer o sentido desta
citação. Aos olhos dos homens, a religião pode ser apontada como um conjunto de
artigos de fé formulados arbitrariamente por uns senhores chamados teólogos,
pode ser confundida com exterioridades ritualísticas, mas, “aos olhos de Deus”, a religião pura e
imaculada, a religião que eleva, a religião que salva, é a Religião do Bem,
pregada e exemplificada pelo Cristo!
É visitar e socorrer os órfãos e as
viúvas (símbolo de todos os fracos, desamparados e sofredores) em suas
necessidades e aflições, e conservar-se a si mesmo isento das corrupções deste
mundo. É, em suma, caridade para com o próximo e esforço diuturno visando à
libertação de todos os erros e vícios mundanos!
Acrescenta ainda o iluminado
Tiago... (2:
14-16, 24,26):
“Que
aproveitará, irmãos meus, a um que diz que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé
poderá salvá-lo ?
“Se
um irmão ou uma irmã estiverem nus, e lhes faltar o alimento cotidiano, e lhes
disser algum de vós: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes o
que hão de mister para o corpo, de que lhes aproveitará?
“Não
vedes como pelas obras é justificado o homem, e não pela fé somente? Do mesmo
modo que um corpo sem espírito é morto, assim também A FÉ SEM OBRAS É MORTA.”
“É
pelos frutos que se conhece a árvore”, ensinara Jesus.
Como pode alguém, pois, provar a sua
fé, se não demonstra amor ao próximo, se não pratica
o bem, se não exercita a caridade?
A Verdadeira
Religião
- Parte
3
Rodolfo Caligaris
Reformador (FEB) Agosto 1970
Parte
4
Fazendo coro com Pedro e Tiago,
João, o discípulo cuja fidelidade ao Mestre todos reconhecem e proclamam,
dá-nos o testemunho de como lhe interpretou a pregação, dizendo: “Esta é a doutrina que tendes ouvido desde o
princípio: que vos ameis uns aos outros. Aquele que não ama permanece na morte.”
(I ep., 3:11,14.)
E, todo ternura, acrescenta:
“Caríssimos, amemo-nos uns aos
outros, porque a caridade vem de Deus. E todo o que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é caridade.
Se algum disser, pois: Eu amo a Deus e aborrecer a seu irmão, é um mentiroso.
Porque aquele que não ama a seu irmão a quem vê, como pode amar a Deus, a quem
não vê?”
(Id., 4:7, 8, 20, 21.)
Seu pensamento, evidenciado nesses excertos,
é que a doutrina de Jesus pode resumir-se em uma única palavra: Amor! E, de
fato, assim é porque todas as virtudes, todas as boas qualidades do coração: a
benevolência, a doçura, a humildade, a justiça, a tolerância, a piedade, etc.,
sem exceção de uma só, são filhas do Amor.
Paulo, o convertido de Damasco,
tornado o mais valoroso vexilário da fé cristã, demonstrando também perfeita
compreensão dos ensinos do Cristo, assim se manifesta, em 1ª epístola aos
coríntios:
“Ainda
quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se
não tiver caridade, serei como o bronze que soa ou um címbalo que retine; ainda
quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios e tivesse
perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível,
até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade nada sou. E,
quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse
entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de
nada me serviria. Agora, permanecem estas três virtudes: a Fé, a Esperança e a
Caridade; porém, a maior delas é a Caridade.” (13 :1-3, 13.)
Particularidade interessante. Os
partidários da salvação pela fé, sem o concurso das boas obras, socorrem-se com
frequência de textos paulinos, em defesa de seu credo. No entanto, é tal a
convicção do apóstolo dos gentios quanto à necessidade delas, que afirma: “Ainda
quando tivesse toda fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não
tiver caridade, nada sou. Dentre estas três virtudes: a Fé, a Esperança e a
Caridade) A MAIOR É A CARIDADE”. Coloca, pois, explicitamente, a
Caridade acima da Fé e da Esperança.
Inúmeras outras vezes, usou ele de
frases incisivas, inequívocas, em que reafirma o valor das boas obras e
ratifica sua solene afirmativa sobre a suprema excelência da caridade. Eis aqui
algumas passagens: . .
Aos colossenses exorta: “Sede misericordiosos, benignos, humildes, modestos,
pacientes, sofrendo-vos e perdoando-vos mutuamente, como o Senhor vos perdoou a
todos, e, sobre tudo isto revesti-vos da caridade,
que é o vínculo da perfeição.” (3 :12-14.)
A Timóteo, declara: “O fim do preceito é a caridade nascida de um
coração puro, e de uma boa consciência
e de uma fé não fingida.” (I, 1:5.) E mais: ”Toda a escritura, divinamente inspirada, é
útil para ensinar, para repreender para
corrigir, para instruir na Justiça, a
fim de que o homem de Deus seja perfeito, estando preparado para toda a boa
obra.”
(lI,
3 :16-17. )
Aos hebreus, aconselha: “Não vos esqueçais de fazer bem, e de
repartir dos vossos bens com os outros, porque com tais oferendas é que Deus se
dá por obrigado.” (13
:16. )
Aos gálatas, recomenda: “Servi-vos uns aos outros pela caridade do
espírito, porque toda a lei se encerra neste só preceito: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo.” (5:
13-14 )
Aos romanos, assevera: “Aquele que
ama o próximo tem cumprido a lei. Porque estes mandamentos de Deus: não
cometerás adultério não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não
cobiçarás, e se há algum outro, todos eles vêm a resumir-se nesta palavra:
Amarás a teu próximo como a ti mesmo. O amor do próximo não obra mal. Logo, a caridade e o cumprimento da lei.” (13 :8-10.)
Reparemos bem no alcance desse
conceito de São Paulo. “A caridade é o cumprimento da lei” diz ele.
Consequentemente, não praticá-la,
quando se possa fazê-lo, é descumprir a
lei, e, ipso-facto, incorrer nas penas reservadas aos infrutuosos.
Lógico, pois não?
O Espiritismo assim há entendido essa verdade fundamental e por isso
é que proclama: “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”. Sim, porque a caridade (amor) está ao alcance
de todos: do sábio e do ignorante, do rico e do pobre, do jovem e do ancião, e
independe de qualquer crença particular.
Com tal máxima, consagra os princípios
da liberdade de consciência e de igualdade perante Deus revelando-se, portanto,
essencialmente conforme aos ensinamentos do Cristo e à moral evangélica.
A Verdadeira
Religião
- Parte
4
Rodolfo Caligaris
Reformador (FEB) Setembro 1970
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