quarta-feira, 18 de março de 2015

O Amor por Base



O Amor por Base
Antônio Túlio / (Ismael Gomes Braga)
Reformador (FEB) Agosto 1962

            Num livro publicado há 87 anos (+38 anos = 2015) - "La Genêse de l'Humanité" -, Louis Jacolliot denunciava o racismo materialista alemão de seu tempo, profeticamente prevendo os males daquela pseudociência para a França e a Humanidade.

            Mais de 60 anos depois do aparecimento do excelente livro, o racismo alemão atingiu o seu auge na guerra de 1939 - 45 e foi mais violento e cruel do que poderia imaginar o mais diabólico espírito em 1875, quando foi publicado o livro. No entanto, aquelas monstruosidades puseram a Humanidade em estado de alerta contra o racismo e nos ensinaram a combatê-lo com todas as armas, como o maior inimigo da Humanidade. Para destruí-lo, reuniram-se as forças mais heterogêneas do mundo, como a União Soviética e o Império Britânico, numa união maravilhosa de força, e o amor venceu o ódio, esmagando o racismo.

            Em seu livro, transcrevendo páginas e páginas da antiga literatura religiosa da Índia, escrita há mais de dez mil anos, Louis Jacolliot demonstra que o berço da Humanidade foi a Índia. De lá se espalharam pelo mundo os homens, formando as populações menos antigas do Oriente Próximo e da Europa. De lá vieram as diversas mitologias e religiões antigas, como o Judaísmo e o Politeísmo, as mitologias grega, romana, escandinava, e até os conhecimentos modernos, como a evolução das espécies, de Darwin, eram conhecidos pelos iniciados hindus dez mil anos antes de serem descobertos no Ocidente, onde estavam apenas esquecidos.

            Todos os costumes, bons e maus, do Ocidente, como o amor ao próximo, ou a escravidão, a Religião organizada em clerocracia, as classes sociais, etc. vieram da Índia em velhas migrações de povos.

            A gênese da Humanidade foi a Índia.

            Escusado dizer, por ser muito sabido, que a doutrina reencarnacionista foi espalhada na Grécia, no Egito, em Roma, pelos antigos hindus.

            Tudo que o Espiritismo vem redescobrindo hoje no Ocidente já era conhecido há dez mil anos pelos iniciados hindus. Em outros livros o mesmo Jacolliot já o demonstrou quanto à Bíblia e o Espiritismo. Mas tudo isso estava esquecido e tinha que ser relembrado. Era ciência oculta e tinha que tornar-se conhecimento geral de todo o povo, como vai ocorrendo hoje no Brasil.

            Mas há um ponto falho no livro desse sábio a quem tanto devemos. Os seus mestres hindus não lhe confiaram, como não confiam a ninguém profano, a parte realmente secreta de suas doutrinas. Ele se queixa disso como também Annie Besant se queixa. Ambos viveram longos anos na índia, tiveram mestres excelentes, mas nenhum desses mestres lhes revelou a parte secreta de suas doutrinas.

            Nessa parte secreta fica o mistério impenetrável da fonte de seus conhecimentos. De onde colheram aqueles ricos conhecimentos que a ciência profana só a pouco e pouco vem penosamente descobrindo?

            Porque são guardados com tanta severidade esses segredos?

            Em parte podemos adivinhar a razão justa dos segredos, porque os grandes conhecimentos, em mãos de homens sem a moral suficiente, seriam a ruína da raça humana. Vemos hoje o que representa de perigo a descoberta da desagregação atômica, já empregada em Hiroshima e Nagasaki, e agora aplicada em experiências cada dia mais perigosas, para causar pavor nos povos e impor sistemas políticos pela violência, ou seja para dominar o mundo pelo terror.

            De onde, repetimos, colheram os antigos sábios hindus toda a ciência que está demonstrado possuírem há mais de dez mil anos?

            Parece que toda ela lhes foi revelada por altas esferas espirituais, a fim de orientarem a conduta humana no Planeta, dosando os conhecimentos que em cada época podem ser úteis e evitando o perigo de se apossarem os homens de forças que eles ainda não sabem empregar para o bem.

            Nossos Guias Espirituais sempre se negam a nos fazer revelações em desacordo com os nossos interesses e ora dizem que não sabem, ora que não lhes é permitido dizer; que sua missão é apenas de nos ensinar a conduta a seguir. Eles obedecem a instruções superiores. Nos países em que os homens quiseram fazer do Espiritismo apenas fonte de conhecimentos científicos, divorciados dos deveres morais decorrentes de sua revelação, o movimento se enfraqueceu com o tempo, reduziu-se a pequenas rodas de experimentadores que se foram dividindo e subdividindo até desaparecerem de todo. A base tem que ser o amor incondicional a todos os seres, como ensinaram os velhos mestres hindus.

            No livro já consagrado, "Memórias de um Suicida", pela médium Yvonne A. Pereira, Camilo nos fala desses dirigentes hindus como instrutores, preparando candidatos à reencarnação. Muitos deles, tanto desencarnados como reencarnados em corpos ocidentais ou orientais, continuam ajudando a evolução da Humanidade terrestre com sua caridade e sua ciência.

            No Brasil sente-se lhes a presença na facilidade com que é aceito o ensino da reencarnação, contrário à formação católica romana tradicional do nosso povo.

            O povo simples do Brasil é amoroso, anti racista, apto a aceitar em nova forma mais clara a antiga filosofia hindu, e compreende que o amor é a base de todo o progresso.




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