Compaixão
para os ofensores
Emmanuel
por Chico
Xavier
Reformador (FEB) Nov 1956
Realmente, a compaixão é o
tratamento mais elevado e mais justo que devemos prestar àqueles que nos ofendem.
Quem
sofre com paciência e perdão solve a dívida do passado ou acumula créditos no
porvir; ao revés, quem gera a flagelação para os outros não, sabe quando conseguirá
extinguir a flagelação para si mesmo.
Sempre que insultado pelas trevas da
incompreensão e do crime, guarda serenidade e auxilia sempre.
A cabeça do calculista, que se
aproveita do raciocínio para estender a miséria, pode amanhã transformar-se no
esconderijo da loucura, e as mãos que apedrejam serão mirradas pela atrofia.
A alma do desertor encontra os
fantasmas que temem e a língua do maldizente talvez amanhã será compelida a
dolorosa mudez.
Os olhos que se alegram na crueldade
conhecerão a cegueira, e os pés que se movimentam na distribuição da calúnia
passarão, muitas vezes, por terríveis mutilações.
Compadece-te de todos os que se
confiam ao mal porque ninguém sabe quantas lágrimas chorará; o mandante do sofrimento,
nas grades do remorso, para lavar-se contra o lodo da culpa.
Arma-te de coragem para fazer o bem,
ainda mesmo que espinheiros e nuvens, fogo e fel te cruzem a jornada escabrosa
na Terra, porque só o bem é capaz de fundir as algemas do ódio convertendo-as
em divinos laços de amor.
Recorda o Cristo, bendizendo aqueles
que te chagaram o coração e segue adiante, ajudando e servindo sempre, na
certeza de que os carrascos de hoje serão, sem dúvida, os penitentes de amanhã,
sentenciados não por ti, mas pelo estigma da condenação que lavraram,
desprevenidos e insensatos, em desfavor de si mesmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário