sábado, 17 de janeiro de 2015

Anotação Simples



Anotação Simples
Irmão X
por Chico Xavier
‘Brasil Espírita’ Ano XXII Fev 1971
Suplemento do “Reformador” (FEB) Fev 1971

            Você, meu amigo, se declara desalentado e assevera em desconsolo: Estou positivamente vencido, sem estímulo para trabalhar. Sonhei a realização de tarefas sublimes e vejo tudo acabando em frustração. Depositei confiança e carinho em companheiros que me abandonaram, amigos: outros me iludiram, largando-me em penosas experiências. Vivo sitiado pela incompreensão, batido no pó da dificuldade... Que fazer para revigorar-me, sobreviver?”

            Não dispomos, caro irmão, de específico mais adequado para a cura do esmorecimento que a aplicação do Evangelho de Jesus, pois não foi ele mesmo; o Divino Mestre, quem nos advertiu: “Tende bom ânimo! Eu venci o mundo...”?

            Ainda assim, para nossa reflexão, recordaremos uma fábula antiga que já ouvi de fontes diversas e que se nos adapta, proveitosamente, ao assunto.

            Conta-se que o Espírito das Trevas, certa feita, deliberou efetuar uma liquidação na loja de sua propriedade, colocando à venda as ferramentas de sua atividade usual. No balcão, desse modo, jaziam expostas muitas delas com os rótulos que as definiam: “ódio”, “maledicência’, “desespero”, “inveja”, “crime”... Em meio de todas, uma, porém, se sobressaía, em dourado, na forma de cunha, com o nome “desânimo”. Semelhante utensílio mostrava enorme desgaste; entretanto era marcado como sendo o mais caro de todos. E, quando alguém indagou, quanto ao motivo de preço tão alto, o Espírito da Sombra" respondeu simplesmente: “Esta ferramenta é a que uso com mais facilidade e a que me serve muito mais que as outras, porque pouca gente sabe que ela me pertence. É por isso que abro com ela milhares de corações que não consigo descerrar com as outras. E, uma vez que me vejo no íntimo dessa ou daquela pessoa, posso manejar todas as demais, à vontade, conseguindo alcançar a realização de todos os meus intentos”.


            Como vê, meu caro, estudemos esta fábula simples e procuremos pensar. 

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