A Morte
de Jesus
Os Quatro Evangelhos
Volume III - 7ª Ed.
FEB (1990)
Coordenação: J.-B.
Roustaing
Tradução: Guillon
Ribeiro
- Mateus, Cap. XXVII, vv. 31-32;
- Marcos,
Cap. XV, vv. 33-37;
- Lucas,
Cap. XXIII, vv. 44 e 46.
- Jesus conduzido ao lugar do
suplício.
- Simão de Cirene o ajuda a carregar a cruz.
- Palavras que dirige às mulheres que o lamentavam e pranteavam.
Mateus: v. 31.
Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto escarlate,
vestiram-lhe de novo as roupas e o levaram para ser crucificado. – 32. Ao
saírem da cidade, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e o obrigaram
a carregar a cruz com Jesus.
Marcos: v. 20. Depois de o terem assim
escarnecido, tiraram-lhe o manto de púrpura e lhe vestiram de novo suas vestes,
feito o que o levaram para ser crucificado. - 21. E como por ali passasse um
Cirineu, chamado Simão, pai de Alexandre e de Rufo, o qual voltava do campo, o
obrigaram a carregar a cruz com Jesus.
LUCAS: V. 26. Quando o iam conduzindo, pegaram de
um certo Simão, Cirineu, que vinha do campo, e o obrigaram a carregar também a
cruz atrás de Jesus. - 27. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, que
o lamentavam e pranteavam. - 28. Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de
Jerusalém, não choreis por mim; chorai por vós mesmas e por vossos filhos; - 29, porque dias virão em que se
dirá: Ditosas as estéreis, ditosos os ventres que nunca geraram e os seios que
nunca amamentaram. - 30. Pôr-se-ão todos
então a dizer aos montes: Caí sobre nós; e às colinas: Cobri-nos. - 31. Porque,
se isto fazem com o lenho verde, que farão com o lenho seco?
N. 297. Jesus, depois de haver sido objeto do
escárnio e das jogralidades de todos, foi manietado para ser conduzido ao
suplício. Pilatos o entregou aos Judeus, que ansiavam por lhe dar a
morte. Mas os soldados do Tetrarca eram os guardas do preso e os executores da
sentença. Cumpria-lhes vigiar o condenado, a fim de que não escapasse pela
fuga, nem lhes fosse arrebatado à força. Essas as ordens militares que os
soldados tinham. Até ao último momento, até que os malfeitores crucificados
houvessem exalado o último suspiro, eles eram obrigados a velar pelo
cumprimento da sentença.
Penosa
foi a marcha de Jesus. Não tinha ele
que mostrar aos homens até onde
podiam chegar a resignação e a submissão?
Nem
uma só queixa, nenhum protesto lhe saíram dos lábios. Não digais: “Era-lhe fácil; a carne nada sentia."
Jesus,
naqueles momentos, sofria, sofria muito sofrimento no seu coração pelo
endurecimento dos homens. Sofria por ver que séculos e séculos teriam que
passar sobre as vossas cabeças, antes que o batismo do espírito vos purificasse. Sofria, vendo quantos sofrimentos o
futuro reservava a seus irmãos, aos quais votava amor tão ardente que, para lhes mostrar o caminho que devem trilhar,
consentiu em perlustrá-lo. (1)
(1) Nota da Editora –
Ver nº 287 de ‘O Consolador’, de Emmanuel.
Experimentava
as angústias que dilaceram o coração da mãe extremosa que vê transviados,
criminosos, seus filhos diletos; que vê prestes a caírem sobre eles os rigores
da lei; que lhes brada: "Vinde a mim, vinde a mim e eu vos salvarei;
arrependei-vos e obterei o perdão para vós", e os vê surdos, a lhe
voltarem as costas para prosseguirem no funesto caminho. Ela não sofre, é
certo, na sua carne, a carinhosa mãe; seus ossos não são despedaçados. Mas, todas as fibras do seu coração
estalam dolorosamente; torturam-na a ansiedade, a aflição pelo futuro de seus
bem-amados!
Sim,
Jesus sofria, sofria no seu amor e
sofre ainda, quando vos vê
endurecidos. Amenizai esse sofrimento com o vosso amor e a vossa submissão,
único bálsamo capaz de cicatrizar as chagas que a vossa ingratidão e os vossos
crimes abriram.
No
que disse às mulheres que o pranteavam e lamentavam aludia figuradamente à destruição de Jerusalém, assim como às calamidades, que a necessidade
da depuração e da transformação do vosso planeta e da humanidade terrena faz
inevitáveis, calamidades que de futuro ocasionarão a destruição da vossa
Jerusalém moderna, do vosso mundo, a fim de que uma nova cidade e um templo indestrutível
sejam reconstruídos.
Porque,
disse Jesus, se isto fazem com o lenho
verde, que farão com o lenho seco?
Estas
locuções - lenho verde e lenho seco - eram proverbiais entre os Judeus, que por
elas designavam os justos e os pecadores. Se daquela forma tratavam o
justo, de que modo seriam tratados os pecadores? Essas palavras Jesus as proferiu
também figuradamente, a fim de impressionar, assim os que tivessem de
as ouvir quando repetidas fossem, como os que mais tarde viessem a lê-las,
mostrando a uns e a outros a sorte reservada ao culpado que despreza o Justo e
a moral sublime que ele personifica.
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