Paralelos
Ismael Gomes Braga
Reformador (FEB) Outubro 1961
Nosso tempo se caracteriza pela
conquista do espaço sideral: - o homem já consegue viajar fora da zona de
atração da Terra e a ela regressar são e salvo. Teoricamente já sabe ele que
poderá firmar pé em algum dos outros planetas do nosso sistema solar,
estabelecer convívio com outras humanidades, fazer aquisições preciosas com os
filhos de mundos mais velhos e adiantados do que o nosso, mas somente com
planetas vizinhos.
Quando muito, no curto espaço de sua
vida, poderá vir a atingir algum outro grupo de planetas próximo do nosso, mas
não poderá sonhar com os sistemas longínquos, porque a viagem exigiria milênios
e a vida humana é limitadíssima.
Em nossa frente estará sempre o
inexplorado espaço infinito e todo ele povoado de mundos inatingíveis para as
naves do Espírito encarnado.
Igualmente quanto ao progresso,
havemos sempre de ver em nossa frente um infinito a conquistar, rumo a uma
perfeição ideal, mas inatingível em toda a sua grandiosidade, porque diante de
nós estarão sempre outros seres, criados em remotas antiguidades e que estão
sempre progredindo, crescendo em saber e virtudes.
Muitos
desses seres já atingiram tal grandeza que nos pareceriam verdadeiros deuses,
se nós os pudéssemos conceber com a nossa curta inteligência; mas não o
podemos. A obra divina é demasiado grandiosa para que o homem a pudesse
abranger com seu pensamento.
Se no espaço podemos compreender que
teremos em nossa frente sempre o infinito, ainda que pudéssemos locomover-nos
com a rapidez do pensamento, igualmente no tempo teremos sempre a eternidade em
nossa frente, para crescermos.
Como é mesquinha e indigna do
Criador a suposição de que a Terra é o centro do Universo e o único mundo
habitado por seres inteligentes e que esse ser inteligente só pode crescer em conhecimentos
e virtudes no curto momento que ele aqui vive, absorvido quase sempre pela
conquista material do pão!
Se o espaço e o tempo não conhecem
limites, e se o grau de inteligência inata no homem varia ao infinito, como
admitir que ele se confine entre o berço e o túmulo, como pensa a ciência
materialista, ou só disponha deste momento fugaz para conquistar a perfeição
destinada à eternidade, como pretendem as igrejas?
O nada eterno depois da curta vida,
conforme o materialismo, ou a eternização da nossa ignorância, ensinada pelas
igrejas, são perspectivas igualmente repugnantes e em pleno desacordo com a
observação do infinito no espaço, do eterno no tempo, da diversidade de grau de
evolução com que nascem os homens e das transformações nas formas animais que
os fosseis nos revelam.
A doutrina reencarnacionista se
impõe como necessidade lógica para compreendermos esse terceiro infinito - a
Vida. Se o espaço não tem limites, o tempo não tem fim, também a vida não tem
essas aparentes limitações que a curteza de nossa inteligência lhe traça.
Há três linhas paralelas que se
perdem em nosso horizonte intelectual: - Espaço, Tempo, Vida.
Bendito seja Allan Kardec que nos
resolveu esses problemas!
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