quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Uma nítida noção do nosso dever...



            “É claro que temos sempre, muito presente, uma nítida noção do nosso dever e da nossa responsabilidade. Cabe a cada um de nós, na tarefa comum, uma parcela de responsabilidade que, somada às demais, totaliza a responsabilidade do grupo a que pertencemos. Se começamos a falhar individualmente, falha o conjunto todo, mas não a ideia em si, nem o movimento. Falham apenas os homens. Outros, porém, se levantarão para retomar a ideia e soprar-lhe novo influxo e vitalidade.

            A História está cansada de nos ensinar isso.

            As grandes ideias da Humanidade, trazidas certamente dos altos círculos da Espiritualidade, são lançadas entre os homens para dar-lhes alento e recordar-lhes sua origem e seu destino; com o correr dos tempos, muitas criaturas - às vezes bem intencionadas - se julgam suficientemente qualificadas para introduzirem "aperfeiçoamentos" na ideia original: E como nem sempre estejam em condições
de fazê-lo, assistimos a uma lamentável deformação do que antes era tão simples e tão puro. Daí surgirem os dogmas e daí as verdadeiras contorções mentais necessárias para "explicar" verdades tão singelas e, ao mesmo tempo, tão profundas.

            Testemunhas do impulso que vem tomando a legítima ideia espírita em todo o mundo, não tememos pelo seu futuro: é sempre útil, entretanto, um exame de consciência para nos certificarmos se estamos dando tudo quanto podemos à ideia que abraçamos ou se não estamos contribuindo, de um jeito ou de outro, para deformá-la e desviá-la de suas próprias finalidades e objetivos.”

Hermínio Miranda
No artigo sob  título ‘Lendo e Comentando’
o autor faz comentários sobre artigos do periódico ‘Two Worlds’.

 ‘Reformador’ (FEB) Novembro   1962

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