Pedi e obtereis
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1955
Quem pede a riqueza material e não
se previne contra as tentações da ociosidade e do egoísmo, certamente obtém a
fortuna, de mistura com amargas provações.
Quem pede a beleza física e não
trabalha contra a vaidade costuma receber a graça do equilíbrio orgânico em
associação com dolorosas inquietudes.
Quem roga o bastão da autoridade e
não se imuniza contra o vírus da tirania e da violência, sem dúvida guardará o
poder humano, entre nuvens de maldição e de sofrimento.
Quem solicita os favores da
inteligência e não se esforça por destruir em si mesmo os germes do orgulho,
adquire os talentos da intelectualidade revestidos das grandes ilusões, que
arrojam a alma invigilante aos despenhadeiros do remorso tardio.
Não é a riqueza material que fere os
interesses do Espírito e sim o mau uso que fazemos dela.
Não é a forma aprimorada que
perturba a consciência e sim a nossa atitude condenável, na mobilização dos
favores da vida.
Não é o poder que humilha a alma e
sim a nossa conduta menos digna dentro das aplicações dos recursos que lhe
dizem respeito.
Não é a inteligência que nos projeta
ao abismo do infortúnio e sim a nossa diretriz reprovável nos abusos do
raciocínio.
"Pedi e obtereis!" -
ensinou o Mestre.
Depende de nossa solicitação a
resposta do bem ou do mal.
Tudo é bom para quem cultiva a
bondade, tudo é puro para quem guarda a pureza do coração.
Quem se ilumina, jamais luta com as
trevas que lhe fogem à presença brilhante.
Sirvamos, pois, a Deus, onde estivermos,
procurando com o serviço incessante do bem descobrir lhe a Divina Vontade, de
modo a cumpri-la, hoje, aqui e agora, em favor de nossa própria felicidade.
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