Henry Ford c. 1919
Henry Ford e a reencarnação
Direção
“Reformador” Fevereiro 1962
Henry Ford, industrial norte-americano mundialmente
famoso, desencarnou em 1947, com 84 anos de idade.
Afirmando que na vida nada há de
mais belo que o trabalho, a ele dedicou toda a sua
existência,
constituindo um alto exemplo para os 150000 operários de suas fábricas, dos
quais foi mais amigo que patrão.
Transcrevemos abaixo um artigo
publicado na revista "Sophia" de Outubro de 1956 e reproduzido no
mensário "O Médium", em seu número 257.
Igualmente saiu ele no "Correio
Paulistano" de 21 de Julho de 1936, conforme tradução de Cairbar Schutel
da revista americana "Nash Magazine".
Pouco antes de falecer, Henry Ford
foi entrevistado pelo jornalista norte-americano Frazier Hunt. O jornalista
referiu-se às dificuldades da Inglaterra.
- Eu lhe expliquei - diz Mr. Hunt -
que me parecia serem as condições ali bastante difíceis, especialmente para os
operários. A classe operária se encontra em muito má situação.
- "Bom, eu não creio que deva ser muito brando - respondeu-me. - Os homens
vieram a este mundo para
adquirir experiência. Isto é o que mais importa: experiências; mas não creio que
se deva pôr a gente empacotada em caixas, como se faz com o algodão. Deus fez
as pulgas para dar ocupação aos cachorros e as dificuldades e penas para dar
trabalho ao homem. Mas, tudo se resume em obter experiências nesta vida."
Eu não entendia o que ele me queria
dizer com isso de "experiências".
- "Bem, experiências para a próxima vida - continuou Mr. Ford. - Todo
homem se encontra aqui para adquirir experiência e assim prosseguir para diante."
- Quer dizer, para outra vida depois
desta? - perguntei.
- "Exatamente."
- Então, o senhor fala sobre a
reencarnação. Permita-me esclarecer bem isto: o senhor crê na reencarnação?
- "Certamente que sim. Cada vida que vivemos aumenta o total de nossas
experiências. Tudo o que se encontra na Terra foi nela posto para o nosso bem,
para conseguirmos experiências que hão de ser armazenadas com uma finalidade
futura. Não há uma partícula do homem, um pensamento, uma experiência, uma
gota, que não subsista. A vida é eterna; não existe a morte."
- Isso é ir além dos nossos
ensinamentos da religião cristã - aventurei-me a replicar.
"Bem,
assim será; mas isso é o que eu creio. E creio, como se acreditava em épocas
muito anteriores, em tempos bem remotos, nos quais se sabia algo que nós já
perdemos; algo do misterioso enigma da vida. E estou inteiramente certo de tudo
isso... Eu creio que o que chamamos religião, e de que falamos em termos de tanta
crença, foi há tempos uma ciência bem exata, enunciada em conceitos baseados em
fatos e conhecimentos. As coisas que constituem agora mistérios sem solução,
como: "de onde viemos antes de nascer" e "para onde vamos depois
de morrer", eram conhecidas, então, por todo o mundo. Conhecia-se bem tudo
o que concernia ao segredo da existência."
Eu me achava desconcertado.
- Quer dizer, Mr. Ford, que
antigamente se sabia o que sobreviria à alma ou espírito, e
que não eram conjecturas, mas que se sabia bem o que dizer a respeito da
religião?
- "Isso mesmo. Algum dia nós seremos bastante sagazes para ver e
compreender a vida toda do universo; o que se está passando em outros planetas
e muitas outras coisas do mesmo estilo."
Eu o interrompi:
- Então, o senhor crê que haja vida
em outros planetas e que nos transladamos de uns aos outros?
Ele inclinou a cabeça em sinal
afirmativo e disse:
-
"A Terra não passa de uma estação entre vidas passadas e futuras. Nada
sabemos do que se passa em outros planetas, a não ser que têm vida. Estou
seguro de que há neles vida."
- E não me poderia dizer, Mr. Ford,
como chegou a essas conclusões?
- "Todo homem, certamente, tem que resolver estes grandes problemas
antes de estar capacitado a fazer algo que seja de valor real, durante seus
anos de permanência aqui. Recordo-me de que quando era moço já havia começado a
fazer certas perguntas relativas à religião, à vida e à morte; mas me calavam
com um psiu!..
Assim
foi que tive de começar por perguntar a mim mesmo. Passei anos estudando-as até
que afinal eu mesmo respondi a elas, inteiramente a meu contento. Agora, nada
disto me preocupa."
- Sabe o que o senhor é, Mr. Ford? O
senhor é um místico - disse-lhe -, quase tão místico
como os indianos.
- "Está bem; pouco importa o que possa o senhor me chamar mas isso é o que
eu creio.”
E com o mesmo tom de voz com que me falou
da reencarnação, falou também do "serviço."
"Serviço é o que o homem tem que dar ao mundo. Servir à Humanidade,
fazer algo por ela, e assim tudo lhe sairá bem. Eu creio que há certas
entidades ou pequenas vidas auxiliares de átomos, ou o que o senhor lhes queira
chamar, que flutuam em derredor de nós, e quando uma pessoa faz algo para
ajudar alguém, algo por um semelhante e não para si mesmo, estas entidades voam
até ela e a ajudam. O elemento vital que nos faz falta contorna a todos,
alimenta e revigora nosso espírito. Tudo o de que necessitamos é dirigir nossas
vidas pela estrada reta, pois o mais nos há de vir.”
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