Recordando Bridey Murphy
Boanerges da Rocha / (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Outubro 1961
Nota do Blog:
Título do livro: ‘O Caso de Bridey Murphy’ por Morey Bernstein. Este livro relata a surpreendente e
verdadeira história de uma senhora do Colorado (USA) que, sob hipnose profunda,
reviveu uma existência anterior na Irlanda, há mais de um século. É um livro
fascinante que descreve experiências em hipnose, telepatia, clarividência,
regressão de idade, percepção extra-sensorial, reencarnação e outros mistérios
da mente. Morey
Bernstein, estudou nas Universidades de Pensilvânia e Columbia. Reside em
Pueblo, Colorado, onde é diretor de banco, presidente de uma corporação, sócio
de companhia de investimentos e co-proprietário de uma casa comercial. Fonte: www.skoob.com.br
Este livro encontra-se à venda na Internet.
Não faz muito tempo que o mundo foi
agitado pelo famoso "caso de Bridey Murphy". Um comerciante,
profundamente cético, interessou-se pelo hipnotismo e, um dia, ao submeter Ruth
Simmons, sua paciente, à experiência da regressão da memória, foi surpreendido
com a revelação de Bridey Murphy, que outra coisa não era senão o próprio Espírito
de Ruth Simmons, numa encarnação precedente.
Graças aos modernos recursos criados
pela inteligência e o engenho humanos, foi possível ao autor dessa experiência,
de nome Morey Bernstein, fazer preciosas gravações, em fita, do que resultou
reunir matéria, interessantíssima a cerca da história de uma mulher que, há
mais de um século, viveu na Irlanda.
Os incidentes verificados no curso
das gravações merecem atencioso e imparcial estudo daqueles que, sem atitude
preconcebida, desejarem mesmo encontrar a verdade da reencarnação. Certas
reações do Espírito de Ruth Simmons, quando, esquecida da sua personalidade
atual, estava por inteiro integrada na personalidade de Bridey Murphy,
justificam alguns reparos. Era o mesmo Espírito ligado a duas existências
distintas: uma delas, a de Ruth Simmons, outrora Bridey Murphy, e a outra,
Bridey Murphy, agora reencarnada como Ruth Simmons. Todavia, submetida a
profundo sono hipnótico, esta última se desfez da sua personalidade
contemporânea, para reassumir a vida passada, em que
se apresentava no mundo como sendo Bridey Murphy.
Parece-nos bem esclarecida a
distinção entre as duas, sendo de notar-se que a personalidade de Ruth Simmons,
hipnotizada, não teve a mais mínima interferência na personalidade de Bridey
Murphy. Embora houvéssemos lido três edições referentes a este
caso (francesa, americana e brasileira), reportar-nos-emos a esta última, pelo
fato de estar mais difundida em nosso país. Não obstante, verificamos que o
tradutor se equivocou, quando, à página 227, escreveu: "Como disse um
Papa, é no próprio homem que podemos estudar a Humanidade." Não se trata
de nenhum Papa, mas de Pope, Alexandre Pope, célebre poeta e filósofo inglês,
que viveu de 1688 a 1744, A frase referida é esta, em inglês: "As Pope
said, the proper study of mankind is Man."
Mas, passemos adiante.
A impressão deixada por Bridey
Murphy foi de que ela não recordava os fatos de sua existência terrena, mas que
os via e vivia em cada um dos instantes reproduzidos na experiência. Isto
constitui pormenor de excepcional importância, até hoje, ao que admitimos, sem
um estudo cuidadoso e profundo, apesar de Epes Sargent, já em 1880, a esses
casos se haver referido. No primeiro rolo da gravação, há um trecho em que
Bridey diz estar morrendo uma criancinha. Morey pergunta-lhe quem é, e ela
responde: "Eu". Disse saber apenas que estava nos Estados Unidos, no
Estado de Nova Amsterdam (Nova Iorque), e que seus pais se chamavam Vera e John
Jamieson. E confirmou que havia morrido. Então, o hipnotizador passou para
outra cena, na qual ela diz que morreu em consequência de uma queda na escada.
Contava sessenta e seis anos. Mostrou-se profundamente decepcionada, pois o
padre John lhe falara em purgatório, e ela, após essa morte,
não encontrou o purgatório... Isto é muito interessante.
Ao lhe ser perguntado como nascera
novamente, Bridey respondeu que não sabia como se dera isto: "A gente se
recorda de muitas coisas e depois... de repente... Lembro-me de ter ficado
criança outra vez."
Quem se encontra em dia com "O
Livro dos Espíritos", está preparado para compreender o que não se achar
explícito nas respostas de Bridey Murphy. Entretanto, não há dúvida alguma de
que essa experiência constitui mais uma poderosa contribuição comprobatória da
realidade da reencarnação. Como não dispomos de espaço, estamos passando muito
superficialmente pelo assunto, que, repetimos, merece rigoroso estudo
analítico.
Bridey Murphy parecia ver, numa como
que tela cinematográfica, as diferentes cenas de sua existência. Em outras
ocasiões, aludiu que, no seu caso, tinha ampla liberdade de ir para onde
queria, no Espaço, não se sentindo sujeita a qualquer coação. Afirmou ainda
que, no mundo dos Espíritos, há também jovens, crianças e pessoas idosas, mas
ali ninguém envelhece. Ela, por exemplo, desencarnara com sessenta e seis anos
e continuava assim, como chegara, mesmo porque, como já esclarecera em outra
oportunidade, não se tem, no Espaço, noção do tempo, tal como o entendemos na
Terra. Depois, ficara num lugar "de espera", onde soube que ia nascer
novamente porque "umas mulheres" lhe disseram que tal iria acontecer.
Quando interrogada sobre o nome da
escola que frequentava em Cork, aos quinze anos, disse, depois de uma pausa,
estar vendo uma tabuleta com o nome Strayner - "Escola Diurna da Sra.
Strayner": "Vejo a tabuleta...”
como se tudo aparecesse numa tela animada.
Bernstein, na ânsia de investigar,
perguntou-lhe ainda onde fazia compras e quanto pagara por uma camisola. Como
obtivera um preço especial, Bridey vacilou e procurou esquivar-se, confessando,
finalmente, muito contrafeita: "Não gostaria que você lhes contasse que eu
disse que eles... que eu paguei só isso." Este episódio retrata com
admirável naturalidade o realismo da cena revivida.
Outro trecho altamente expressivo é
aquele em que, falando de dinheiro, o hipnotizador perguntou-lhe se não tinha
um esconderijo predileto. Suspeitosa, desconfiada, ela indagou, um tanto
agastada: "Porque quer saber isso?" Em face de outra interrogação,
depois de dizer nada saber a respeito, ajuntou: "Vou perguntar".
Perguntar a quem? Sua resposta
indica que Bridey não estava só, como supunham.
Como se vê, "o caso de Bridey
Murphy" não deve ser encarado como uma experiência fútil. Quem dele quiser
inteirar-se profundamente, deve meditar acerca dos diferentes e inúmeros pontos
dignos de exame, encontrados no livro de Morey Bernstein.
À luz do kardequismo, temos
respostas para muitas dúvidas que preocuparam o experimentador. Nas obras de
André Luiz, entre elas "Missionários da Luz", há ensinamentos
prodigiosos, capazes de auxiliar a "interpretação" do fenômeno Bridey
Murphy. A Parapsicologia fica no meio do caminho; o Espiritismo caminha até ao
fim, com a segurança de quem não desconhece os rumos da jornada. Dentro do
panorama espírita, "o caso de Bridey Murphy" é mais "um
caso" entre numerosíssimos outros que o cientificismo e o preconceito
sectário procuram afastar do espírito público.
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