Nos círculos da fé
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Outubro 1961
Acende a flama da reverência, onde
observes lisura na ideia religiosa.
Lembremo-nos, com o devido apreço
aos irmãos que esposam princípios diferentes dos nossos, de que existem tantos
modos de expressar confiança no Criador, quantos são os estágios evolutivos das
criaturas.
Há os que pretendem louvar a
Infinita Bondade, manejando borés (trombetas) ; há os que se supõem plenamente
desobrigados de todos os compromissos com a própria crença, tão somente por se
entregarem a bailados exóticos; há os que se cobrem de amuletos, admitindo que
o Eterno Poder vibre absolutamente concentrado nas figurações geométricas; há
os que fazem votos de solidão, crendo agradar aos Céus, fugindo de trabalhar;
há os que levantam santuários de ouro e pedrarias, julgando homenagear o Divino
Amor; e há, ainda, os que se presumem detentores de prerrogativas e honras
especiais, pondo e dispondo nos assuntos da alma, como se Deus não passasse de
arruinado ancião, ao sabor do capricho de filhos egoístas e intransigentes...
Ainda assim, toda vez que se mostrem
sinceros, não lhes negues consideração e respeito.
Quase sempre, são corações infantis,
usando símbolos como exercícios da escola, ou sofrendo sugestões de terror para
se acomodarem à disciplina.
Contudo, não lhes abraces as
ilusões, a pretexto de honorificar a fraternidade, porque a verdadeira
fraternidade é a que se movimenta a favor dos companheiros de evolução,
clareando lhes o raciocínio sem violentar lhes o sentimento.
É preciso não engrossar hoje as
amarras do preconceito para que o preconceito não se faça crueldade amanhã,
perseguindo em nome da caridade ou supliciando em nome da fé.
*
Se a Doutrina Espírita já te
alcançou o entendimento, apoiando-te a libertação interior e ensinando-te a
religião natural da responsabilidade com Deus em ti mesmo, recorda a promessa
do Cristo:
- "Conhecereis a verdade e a
verdade, afinal, vos fará livres."
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