sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Perdoa, sim!?


Perdoa, sim?!
Meimei
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Agosto 1961


            O desconhecido passou, de carro, enlameando-te a veste, como se toda a rua lhe pertencesse. "Compadece-te dele. Corre, desabalado, à procura de alguém que lhe socorra o filhinho nos esgares da morte.

            Linda mulher, que pérolas e brilhantes enfeitam, segue a teu lado, parecendo fingir que te não percebe a presença... Compadece-te! Ela tem os olhos embaciados de pranto e não chegou a ver-te.

            Jovem, admiravelmente bem posto, cruzou contigo, endereçando-te palavras de sarcasmo e de injúria... Compadece-te! Ele tem os passos no caminho do hospício e ainda não o sabe.

            O amigo que mais amas negou-te um favor... Compadece-te dele! Não lhe vês a dificuldade encravada no coração.

            Companheiros do mundo! "Estarão contigo, notadamente no lar, onde guardam os nomes de pai e mãe, esposo e esposa, filhos e irmãos...     Muita vez, levantam-se de manhã, chorosos e doloridos, aguardando um sorriso de entendimento, ou chegam do trabalho, fatigados e tristes, esmolando compreensão.

            Todos trazem aflições e problemas que desconheces.
            Ergue a própria alma e auxilia sempre!.. Indulgência para todos! Bondade para com todos!..

            E, se algum deles te fere diretamente a carne ou a alma, não Ievantes o braço ou a voz para revidar.

            Busca no silêncio a inspiração ao Senhor e o Mestre, como se estivesse descendo da cruz em que pediu perdão para os próprios verdugos, te dirá compassivo:


            - Perdoa, sim!? perdoa sempre, porque, em verdade, aqueles que não perdoam também não sabem o que fazem... 

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