Orando e vigiando
Guillon
Ribeiro
por Chico Xavier
in
‘Instruções Psicofônicas’ 7ª Ed 1995-FEB
Na
fase de tempo consagrada às Instruções, em nossa reunião da noite de 26 de maio
de 1955, a transfiguração do médium era mais sensível. A breves momentos, soou,
reconfortante e bem timbrada, a palavra do mentor que nos visitava. Esse amigo
era o Dr. Gulllon Ribeiro, aquele digno orientador de nossa Causa, no Brasil,
que, por muitos anos, foi o venerável Presidente da Federação Espirita
Brasileira, e cujo devotamento à nossa Doutrina prescinde das nossas
referências. Sua palavra, na rápida passagem por nosso recinto, constitui
elevada exortação ao desempenho dos deveres cristãos que nos cabem no
Espiritismo, compelindo-nos a pensar mais detidamente na extensão de nossos
compromissos. Esclarecemos que esta é a primeira comunicação do Dr. Gulllon
Ribeiro, quer psicográfica ou psicofonicamente, através das faculdades do
médium Xavier. Grande foi, portanto, a nossa alegria em lhe recebendo a
mensagem direta e agradecemos reconhecidamente a Jesus semelhante contato.
“Meus
irmãos, glorificada seja a Vontade de Nosso Pai Celestial.
Humilde
companheiro vosso, incorporado à caravana dos obreiros de boa-vontade, não por
méritos que nos falham, mas sim por havermos recebido “acréscimo de
misericórdia” que a infinita bondade do Senhor jamais recusa ao espírito
desperto para as necessidades da própria regeneração, associamo-nos, hoje, às
vossas orações e tarefas, deprecando as bênçãos de Jesus em nosso benefício, a
fim de que não nos faleçam a energia e o bom ânimo, na empresa de socorro aos
nossos irmãos que se brutalizaram depois da morte ou que, além dela, se fizeram
infortunados seareiros do egoísmo e da crueldade, da violência e do ódio.
Ah!
meus amigos, quantos legionários da nossa grande causa, para gáudio da sombra
geradora da discórdia, na hora grave que atravessamos, adormecem à margem dos
compromissos assumidos, embriagados no ópio da indiferença, cegos para a missão
do Espiritismo como o Paracleto que nos foi prometido pelo Cristo de Deus,
surdos para com a realidade que lhes brada emocionantes apelos ao trabalho do
Evangelho, ou hipnotizados nas contendas antifraternas em que malbaratam os
recursos que o Senhor nos empresta, convertendo-se, levianamente, na
instrumentalidade viva da negação e das trevas!
Crendo
brunir a elucidação doutrinária, traçam inextricáveis labirintos para as almas
ainda inseguras de si e que se nos abeiram do manancial de consolações
preciosas; e, supondo cultuar a verdade, apenas extravagam na retórica infeliz
de quantos se anulam sob os narcóticos da vaidade, transformando a água viva da
fé que lhes jorrava dos corações em fel envenenado de loucura e perturbação
para si mesmos ou caindo sob os golpes desapiedados de nossos infelizes
companheiros do passado, a nos acenarem de outras reencarnações e de outras
eras.
Eis
por que rogamos ao Senhor nos conserve naquela oração e naquela vigilância que
exprimem o trabalho digno e a ardente caridade com que devemos honrar o altar
de luta em que fomos chamados a servi-lo.
Crede
que o Espiritismo é o restaurador do Cristianismo em sua primitiva e gloriosa
pureza e que os espíritas sinceros são, por excelência, na atualidade, os
cristãos mais diretamente responsáveis pela substancialização dos ensinamentos
que o nosso Divino Mestre legou à Humanidade.
Procuremos,
por isso, o nosso lugar de aprendizes e servidores e, compreendendo o valor da
oportunidade e do tempo, ofereçamos nossas vidas à cristianização das
consciências, começando por nós mesmos, suplicando ao pulcro Espírito de Nossa
Mãe Santíssima nos ilumine a estrada para o aprisco do Divino Pastor.
Acordados,
assim, para as obrigações a que nos entrosamos na obra de luz e amor, louvemos
a bondade de Nosso Pai Celestial para sempre.”
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