Catarina de Médicis
Previsão do Futuro
Ismael
Gomes Braga
Reformador (FEB) ? 1961
Em
outro artiguete sobre o impressionante livro "Nas Voragens do
Pecado", mostramos estranheza pelo silêncio absoluto do Autor a respeito
das figuras centrais dos crimes de massacre dos protestantes na França: --
Duque de Guise e Catarina de Médicis. Charles, o Autor do livro, limita-se a
nos revelar suas esperanças sobre a grandeza futura de Catarina. Copiemos um
longo trecho das páginas 90 e 91:
"Em verdade, Catarina de Médicis seria a
verdadeira vontade a conduzir o governo francês sob um pulso de ferro, cabendo
a seu filho Carlos IX, o Rei, quase que tão somente consultá-la, ouvi-la e
obedecer-lhe. Esse governo sombrio atirou para a responsabilidade de seu
dirigente coroado muitos distúrbios e despautérios que de preferência deveriam
pesar na consciência da Rainha-mãe, juntando-se à sua já muito extensa bagagem
particular de arbitrariedades praticadas contra o povo, os amigos e os
inimigos. Por isso mesmo, antes que se prestassem homenagens ao Rei,
prestar-se-iam primeiramente a ela, visto que, ainda que se sentisse alguém nas
boas graças daquele, nada aproveitaria se lhe fossem negadas as simpatias da Rainha. Essa mulher valorosa e cruel,
arbitrária e inteligente, caprichosa e realizadora, quanto excelente mandatária,
porque ordeira e severa naquilo que entendesse por cumprimento de dever,
absorvia com seus tentáculos poderosos e insaciáveis as melhores forças
existentes no caráter dos franceses de então, não concedendo senão migalhas de
poder aos três filhos que foram reis de França e cuja coroa ela própria era
quem mantinha em suas cabeças frágeis e incapazes, com a firmeza de seu gênio
político. Se esse gênio pecou pela corrupção da crueldade fria generalizada, é
cláusula que não apreciaremos nestas páginas. Imaginaremos, de preferência, do
que será capaz esse mesmo gênio, másculo e forte, intrépido e producente, no dia
em que, completamente reequilibrado nos planos da Justiça e ao Amor, conceder
ao mundo, em veros benefícios, o que no século XVI apresentou em malefícios. E
rendamos, assim, nestas páginas, cujo intuito não será outro senão o da análise
construtiva, as homenagens que, mercê de Deus, há de merecer nos dias porvindouros,
após o aprendizado cruciante, mas reconstrutor, das reencarnações terrenos."
Aí
fica uma bela lição de Espiritismo: em vez do monstro do passado, vejamos o
arcanjo do futuro em Catarina de Médicis! O arcanjo é definitivo e eterno,
enquanto que o monstro foi provisório, passado, viveu um momento fugitivo da
História.
Ismael Gomes Braga
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