segunda-feira, 23 de setembro de 2013

As Mesas Girantes


As Mesas Girantes

Ismael Gomes Braga
Reformador (FEB) Nov 1958

            Em 1853 corria mundo a febre das mesas girantes, sobre as quais surgiam as mais insensatas teorias de "sábios" e ignorantes. As mesas falavam e ensinavam coisas maravilhosas que excediam de muito os conhecimentos dos homens. Interrogadas sobre a inteligência que as movimentava, explicaram com toda a clareza que eram Espíritos de pessoas que já viveram sobre a Terra e agora se achavam livres do corpo físico.

            Era uma tremenda revelação que deveria transformar rapidamente a vida na superfície do Planeta, porque provava a sobrevivência e a real responsabilidade de cada um. Certo número de pessoas, como Allan Kardec, compreenderam a importância dos fatos e deles extraíram as conclusões lógicas. A imensa maioria, porém, continuou por algum tempo divertindo-se levianamente com as mesas e depois abandonou, como desinteressante, o assunto.

            Já são decorridos mais de cem anos e essa massa imensa de "sábios" e ignorantes continua materialista como sempre, irresponsável como sempre, fazendo guerras, lutas de classes, revoluções políticas e econômicas, sofrendo todos os tormentos da dúvida, sem refletir um momento sobre os fenômenos espíritas iniciados com as mesas girantes.

            Um estudioso profundo, o nosso confrade Zêus Wantuil, deu-se ao trabalho paciente de pesquisar em diversos lugares, em muitas bibliotecas, em velhas coleções de jornais, reunindo em um volume a documentação dos fatos de 1853 e de poucos anos antes e depois, a fim de demonstrar a todos os estudiosos que, quatro anos antes de aparecer a primeira obra de Allan Kardec, já os fenômenos, em que o Mestre se baseou, estavam perfeitamente conhecidos em escala mundial.

            Esse período pré-kardequiano do Espiritismo ia ficando esquecido nos arquivos e bibliotecas, com toda a sua documentação preciosa e também com todas as disparatadas teorias improvisadas, hipóteses absurdas que bem caracterizam a pobre criatura humana. Prestou, pois, o nosso jovem amigo um relevante serviço aos estudiosos, fazendo ressurgir esse ano já esquecido de 1853 em seu belo volume “As Mesas Girantes e o Espiritismo".

            Ele mesmo e outros estudiosos continuem a História até os nossos dias e ponham-lhe um título geral: "História da Irresponsabilidade Humana".

            Essa série de volumes demonstrará que até este século vinte da Era Cristã o planeta Terra era habitado por crianças espirituais, levianas, irresponsáveis, que brincavam com as coisas mais sérias e se comprometiam com atividades diametralmente opostas aos seus interesses reais.


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