As Mesas Girantes
Ismael Gomes Braga
Reformador
(FEB) Nov 1958
Em
1853 corria mundo a febre das mesas girantes, sobre as quais surgiam as mais
insensatas teorias de "sábios" e ignorantes. As mesas falavam e
ensinavam coisas maravilhosas que excediam de muito os conhecimentos dos
homens. Interrogadas sobre a inteligência que as movimentava, explicaram com
toda a clareza que eram Espíritos de pessoas que já viveram sobre a Terra e
agora se achavam livres do corpo físico.
Era
uma tremenda revelação que deveria transformar rapidamente a vida na superfície
do Planeta, porque provava a sobrevivência e a real responsabilidade de cada
um. Certo número de pessoas, como Allan Kardec, compreenderam a importância dos
fatos e deles extraíram as conclusões lógicas. A imensa maioria, porém,
continuou por algum tempo divertindo-se levianamente com as mesas e depois
abandonou, como desinteressante, o assunto.
Já
são decorridos mais de cem anos e essa massa imensa de "sábios" e
ignorantes continua materialista como sempre, irresponsável como sempre,
fazendo guerras, lutas de classes, revoluções políticas e econômicas, sofrendo
todos os tormentos da dúvida, sem refletir um momento sobre os fenômenos
espíritas iniciados com as mesas girantes.
Um
estudioso profundo, o nosso confrade Zêus Wantuil, deu-se ao trabalho paciente
de pesquisar em diversos lugares, em muitas bibliotecas, em velhas coleções de
jornais, reunindo em um volume a documentação dos fatos de 1853 e de poucos
anos antes e depois, a fim de demonstrar a todos os estudiosos que, quatro anos
antes de aparecer a primeira obra de Allan Kardec, já os fenômenos, em que o
Mestre se baseou, estavam perfeitamente conhecidos em escala mundial.
Esse
período pré-kardequiano do Espiritismo ia ficando esquecido nos arquivos e
bibliotecas, com toda a sua documentação preciosa e também com todas as
disparatadas teorias improvisadas, hipóteses absurdas que bem caracterizam a
pobre criatura humana. Prestou, pois, o nosso jovem amigo um relevante serviço
aos estudiosos, fazendo ressurgir esse ano já esquecido de 1853 em seu belo
volume “As Mesas Girantes e o Espiritismo".
Ele
mesmo e outros estudiosos continuem a História até os nossos dias e ponham-lhe
um título geral: "História da
Irresponsabilidade Humana".
Essa
série de volumes demonstrará que até este século vinte da Era Cristã o planeta
Terra era habitado por crianças espirituais, levianas, irresponsáveis, que
brincavam com as coisas mais sérias e se comprometiam com atividades
diametralmente opostas aos seus interesses reais.
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