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‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)
- Comunicações d’Além Túmulo –
Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier
Officinas Graphicas d’A
Noite
Rua
do Carmo, 29
1918
Torquato,
bispo
O espírito apresenta-se á vidente envolvido numa grande massa de
luz branca,
contornada par outra azulada. Em torno do espírito, por fora da massa branca,
aparecem grandes fachos
de luz de um verde soberbo, encantador.
O médium distingue, no meio
desse esplendor,
um homem de idade, claro, tendo cabelos brancos e barba da
mesma cor
e o olhar amortecido e meigo. O espírito traja vestes escuras,
cuja
forma a vidente não pode distinguir.
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Sejamos
os primeiros a saudar a Terra pelo seu próximo renascimento moral; saudemos o
mundo, pela glória imensa que vai alcançar a sua humanidade.
Demos
graças a Deus pelo favor que acaba de conceder aos homens, permitindo-lhes os
sofrimentos e amarguras que ora experimentam em beneficio do resgate e da
salvação do planeta.
Sejamos
nós os primeiros a dar aos homens as gratas consolações do nosso carinho e do
nosso entusiasmo, pela obra gigantesca que, estão realizando, embora à custa de
cruciantes dores, aflitivos tormentos e amargurados sacrifícios; sejamos nós os
arautos dessa nova era que vai começar para a Terra, do novo sol que vai
despontar para o mundo cristão.
Apregoemos
a grande transformação por que passará o planeta, a evolução que se vai operar
no seio da humanidade terrena: anunciemos aos homens que os tempos são
chegados, que, a, hora da justiça vai soar, que o grandioso momento da salvação
dos espíritos não tarda a chegar, que o dia bendito da paz, da concórdia e do
amor vai também raiar para o mundo.
Anunciemos
às criaturas que tudo que ai está sobre a Terra, criado pelos homens para ofender
a Deus e desrespeitar as Suas leis será derrocado, lançado por terra, reduzido
a pó, ao nada de onde saiu; proclamemos, em nome de Deus, a vinda do Seu filho à
Terra, lancemos aos ventos a doce e consoladora nova da vinda do Salvador do
mundo.
Anunciemos
por toda a parte os novos decretos da Providencia, divulguemos entre as criaturas
os desígnios da Infinita Sabedoria, afirmando a vitória da religião do amor, da
religião da luz, da religião de Deus, do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
- O Espiritismo. Deixemos cair sobre a Terra as novas sementes
que hão de medrar um dia, quando a humanidade tiver que entrar no verdadeiro
caminho, enveredando pela estrada do progresso espiritual que a conduzirá a Deus;
lancemos no mundo os primeiros germens da salvação e resgate do planeta.
Derramemos
sobre os homens as doçuras da sagrada doutrina de Jesus, plantemos entre as criaturas
a árvore frondosa do amor.
Desvendemos
aos olhos dos homens as fontes sublimes da caridade, os benditos mananciais da
Fraternidade, as pompas e as riquezas da humildade, as sublimidades da fé, as
delícias da tolerância, os inigualáveis benefícios da doutrina de Jesus contida
nas páginas do seu Evangelho, explicado à luz da razão e da verdade pelo
Espiritismo.
Anunciemos
que só na caridade os homens encontrarão paz, sossego e felicidade, e só no
Espiritismo as criaturas encontrarão a verdade pura e "santa",
luminosa e bela, que há tantos séculos procuram!
Proclamemos,
entre os nossos irmãos, que a verdade absoluta só Deus conhece e somente aos
espíritos evoluídos Ele permite divulga-la às criaturas, aos poucos, à medida
que os homens se adiantam no caminho do bem, sobem na escala da perfeição.
Afirmemos
que a sabedoria humana nada vale, que os homens ignoram as mais comezinhas leis
que regem o Cosmos, e só quando se vive a vida dos espíritos se adquirem
certezas absolutas, entrando-se na posse da chave de muitos mistérios, nos
grandes planos do Criador, penetrando-se nos secretos desígnios da Infinita
Sabedoria.
Digamos
á Terra que a hora é chegada, que os tempos de que nos falam as Escrituras são
estes; que as cenas descritas pelos profetas, que anunciaram o fim do mundo,
estão se desenrolando; que a queda das grandezas, pompas e poderes terrenos,
tantas vezes profetizada, ai está palpitando aos vossos olhos, ostentando as
mesmas cores com que foi pintada pelos enviados por Deus. Profetizemos também a
queda da Sodoma, a destruição da nova Cartago; proclamemos a queda da Babilônia
moderna.
Profetizemos a derrocada dos falsos
poderes e das falsas majestades, o ofuscamento dos sóis sem luz própria, o
apagamento das estrelas que gravitam no céu das misérias, rolando no lodo e na
podridão dos monturos humanos. Predigamos também os grandes abalos, as revoluções,
as comoções intestinas que hão de sacudir as nações, despertar os povos,
acordar a humanidade terrena do criminoso sono que dorme há milhares de anos.
Profetizemos
nós, que fomos enviados para proclamar as grandes verdades que a Sabedoria
Divina manda divulgar entre os homens, profetizemos a morte dos novos fariseus,
dos atuais escribas, a sua derrocada e o seu desprestígio ante as sublimes e
inconfundíveis verdades que vão aos olhos dos homens se patentear; profetizemos
a queda de Jerusalém, a demolição da nova Babel; outro Moisés surgirá
conduzindo o povo de Deus à casa do seu Pai: novo Horeb jorrará água pura e cristalina
sobre a humanidade, que ali mitigará a imensa que a devora.
Profetizemos
nós, que fomos enviados para consolar os homens, a volta de Jesus, a descida do
Messias a este vale de lágrimas, a esta cisterna sombria, a este antro onde as
feras, revestindo a forma humana, dizem ter coração e alma. Jesus vai baixar,
vai caminhar sobre a lama das paixões humanas, vai mergulhar nessa atmosfera
saturada de vícios e misérias; Jesus volta para junto do homem, afim de ajuda-lo
na luta imensa que sustentará contra os seus próprios erros, os seus crimes, o orgulho
e a sua vaidade. Jesus vem apagar os traços dos iníquos crimes praticados pelos
homens, destruir os vestígios dessa civilização que tão caro vai custar à Terra,
desse amontoado de torpezas a que chamam progresso humano. O Salvador vem
alumiar o caminho da nova humanidade com a luz do seu Evangelho e dos seus ensinamentos.
Jesus vem aplacar a fúria dos homens, acalmar os espíritos irritados contra Deus, restabelecendo a Nova Era, que será o
reinado do Espiritismo.
Anunciemos
que a Terra é ainda mundo atrasado e por isso suporta essa tremenda provação,
vendo o seu solo juncado de cadáveres e empoçado de sangue e sua atmosfera
perpassada de gemidos, soluços, e imprecações e o fundo dos seus oceanos
coalhado dos esqueletos dos corpos que ali se afundaram para sempre!
A
Terra, anunciemos, está destinada a ser planeta de categoria superior pela lei
da evolução progressiva dos mundos e, assim, vai passar a ordem dos planetas de
missões e provações superiores.
Profetizemos
a vitória de Jesus, o triunfo grandioso do seu Evangelho e também a implantação
definitiva da sua doutrina de luz, justiça, verdade, consolo e amor.
Profetizemos
o fim da civilização sem Deus, a morte dessa sociedade sem Jesus, o fim do
atual mundo moral que é a aurora da nova civilização, o começo do novo mundo, o
reinado de Jesus, o império de Deus!
Entoemos
aqui os hinos de amor, os cânticos de paz, as doces harmonias da
confraternização universal!
Cantemos,
saudemos a Terra e a sua humanidade! Glorifiquemos os grandes mártires dessa
cruzada bendita! Rendamos graças a Deus, entoemos louvores a Jesus pelos
grandes benefícios que ele e o seu Pai derramam sobre os homens! Anunciemos,
proclamemos, profetizemos o dia da paz, a hora da regeneração, o momento da
salvação - o reinado de Jesus - o império de Deus - a vitória do Espiritismo - o
domínio do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Torquato,
bispo
Março de 1917
Informações
Complementares
São
escassas as informações sobre a existência de um bispo Torquato que teria vivido
no século I da Era Comum e que teria levado a Boa Nova até a península ibérica.
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