domingo, 16 de junho de 2013

O tríplice aspecto do Espiritismo



O tríplice aspecto
 do Espiritismo
S.B.S.
Reformador (FEB) Maio 1959

            “O Espiritismo será científico ou não subsistirá.” Isto é uma verdade incontestável. O Espiritismo deverá caminhar de acordo com os preceitos da Ciência, os quais podem ser assim enunciados: precisa observação dos fatos, clareza de concepção, senso crítico, sentimento da interrelacionamento das coisas.

            O conjunto dos conhecimentos explicados, relacionados e sistematizados - dizem os estudiosos - é que caracteriza o conhecimento científico e o diferencia do conhecimento vulgar ou empírico, que se limita a verificar os fatos sem lhes buscar uma explicação racional, nem as suas relações inteligíveis com outros fatos, sistematizando.

            Se o Espiritismo acompanhasse os processos de outras religiões, criando dogmas baseados exclusivamente na fé ou na letra da Bíblia, em franco conflito com a razão, ele se teria tornado numa religião a mais, apenas isto, com todas as incoerências e absurdos de que estão cheias as antigas religiões sacerdotais.

            Seus ensinos se baseiam e se basearão sempre na observação científica dos fatos e na análise serena e racional, para consequente aceitação, das revelações que nos chegam de mais Alto. Dessas observações saem os princípios filosóficos, e, destes, os ensinamentos religiosos, pois que outra ação não deseja o Espiritismo exercer na Humanidade, senão a de transformá-la para melhor, encaminhando-a para Deus, religando-a ao seu Criador.

            Espiritismo científico, Espiritismo filosófico e Espiritismo religioso são partes de um todo. São lados de um mesmo triângulo, são degraus de uma mesma escada. Se ao triângulo faltar um dos lados, ou se à escada faltar um degrau, restará alguma coisa, não, porém, o triângulo ou a escada total, não, porém, o Espiritismo apresentado por Allan Kardec no conjunto de suas obras codificatórias e na “Revue Spirite”.

            Aceitando um ou dois dos seus três aspectos, o estudioso já se encontra em bom caminho, mas não poderá, só por isso, dizer-se espiritista.

            O espiritista aceita a Codificação kardequiana por inteiro; não na divide. Tem-na como um todo, sob a sua tríplice feição.

            Tão necessárias são as obras científicas e filosóficas, quanto o são as de fundo religioso. Umas e outras se completam entre si na preparação da grande escalada de redenção do homem.

            O campo do Espiritismo é vasto e oferece trabalho para todos os que nele queiram colaborar sem pretensões a mestre, sem vaidades e sem outra finalidade que não seja a do amor ao próximo, qual estabelece a frase que lhe orna o frontispício: Fora da Caridade não há salvação. 

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