Aborto
Delituoso
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Jan 1959
Comovemo-nos
habitualmente, diante das grandes tragédias que agitam a opinião.
Homicídios
que convulsionam a imprensa e mobilizam largas equipes policiais...
Furtos
espetaculares que inspiram vastas medidas de vigilância...
Assassínios,
conflitos, ludíbrios e assaltos de todo jaez criam a guerra de nervos, em toda
a parte; e, para coibir semelhantes fecundações de ignorância e delinquência,
erguem-se cárceres e fundem-se algemas, organiza-se o trabalho forçado e em
algumas nações a própria lapidação de infelizes é praticada na rua, sem
qualquer laivo de compaixão.
Todavia,
um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado,
no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza...
Crime
estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços
robustos com que se confie aos movimentos da reação.
Referimo-nos
ao aborto delituoso, em que pais inconscientes determinam a morte dos próprios
filhos, asfixiando lhes a existência, antes que possam sorrir para a bênção da
luz.
Homens
da Terra, e sobretudo vós, corações maternos chamados à exaltação do amor e da
vida, abstende-vos de semelhante ação que vos desequilibra a alma e entenebrece
o caminho!
Fugi
do satânico propósito de sufocar os rebentos do próprio seio, porque os anjos
tenros que rechaçais são mensageiros da Providência, assomantes no lar, em
vosso próprio Socorro, e, se não há legislação humana que vos assinale a
torpitude do genocídio, nos recintos familiares ou na sombra da noite, os olhos
divinos de Nosso Pai vos contemplam do Céu, chamando-vos, em silêncio, às
provas do reajuste, a fim de que se vos expurgue da consciência a falta
indesculpável que perpetrais à frente da Eterna Luz.
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