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‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)
- Comunicações d’Além Túmulo -
Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier
Officinas Graphicas d’A
Noite
Rua
do Carmo, 29
1918
Moisés
À vidente
apresenta-se um grande foco luminoso,
formado por duas
luzes brilhantes - verde e rosa.
O espírito, cujo
aspecto é encantador, diz ser Moisés.
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Salve! Meus amigos e irmãos da Terra!
Salve meus descendentes queridos! Filhos de Deus, que me envia para
anunciar-vos dias e horas felizes que ides desfrutar no planeta em que
habitais.
Salve! Terra da promissão, berço da
luz que vai jorrar sobre o mundo pagão! Salve terra bendita, escolhida por Deus
para ser a fonte de onde jorrará a água pura e fresca da Nova Fé, que mitigará
a sede devoradora das entranhas da humanidade!
Salve! nação abençoada, povo dileto,
que tem a missão de desfraldar perante o mundo o estandarte glorioso do
Evangelho de Jesus, concretizado no puro e verdadeiro Espiritismo! Eu te saúdo,
gente feliz, família privilegiada e santa, onde a caridade se abriga e encontra
agasalho em tantos corações bondosos! Eu te saúdo, Canaã do Espiritismo
Cristão, mãe dos grandes e desinteressados batalhadores da grande causa do Bem
e da Caridade! Jesus estende nesta hora a sua divina mão sobre ti, terra eleita
do Senhor! O Salvador do mundo olha para ti e para os teus filhos, aos quais incumbe
propagar a sua doutrina em toda pureza, em espírito e verdade! Deus te protege
com a Sua misericórdia e te abençoa pela minha boca; Jesus te aclama eleita do
seu coração pelo meu verbo!
Venho trazer-te a certeza de que
serás tu a mãe espiritual ao dia de amanhã, serás tu o novo Oriente de onde
nascerá o sol para toda a humanidade terrena!
Eu te glorifico e te saúdo, pátria do
puro Cristianismo, centro de onde irradiará a luz da Verdade e do Amor,
contidas nas páginas de ouro do Evangelho de Jesus!
Serás tu a gloriosa mãe da nova
humanidade, dos novos Titãs que vem lutar contra o erro, destruir o
obscurantismo, matar a terrível serpente que envenena as criaturas - o
ceticismo.
O dia de amanhã, brilhante e feliz para
ti e para todo o mundo cristão, não tardará a nascer. Essa hora feliz, em que
vens falar ao mundo em nome de Jesus, soará dentro em breve.
O momento grandioso em que
empunharás, impávida, o pendão do Espiritismo, todo feito de luz e verdade,
está prestes a chegar!
Venho, por ordem de Jesus,
anunciar-te que o mundo passará por uma radical transformação; tudo será
remodelado; as leis, os costumes, as religiões, as ciências, as artes, a moral,
a filosofia, a organização das pátrias, tudo, enfim, será renovado de acordo
com os ensinamentos de Jesus, que nesta instante paira sobre a Terra,
abençoando os que se sacrificam pela regeneração deste planeta e, sobretudo os
que se empenham na grande luta em prol da sua doutrina, os propagadores dos
seus ensinamentos.
A Terra, meus amigos, está a terminar
o seu ciclo como planeta de provações inferiores e vai passar para a ordem dos
mundos de provações superiores. As hecatombes a que estais assistindo neste
momento tem por fim sanear, purificar o vosso ambiente moral, expurgá-lo dos
miasmas que o viciam, limpar a vossa atmosfera espiritual. Tudo que se está
dando aos vossos olhos são fenômenos naturais, perfeitamente de acordo com a
Vontade e Sabedoria Eternas.
Nada vejais, meus amigos, em tudo
isso, que não seja o bem, o progresso, o aperfeiçoamento, a felicidade, a paz e
a salvação da humanidade que habita este atrasado planeta.
Deus vai remodelar o vosso mundo,
mudar a ordem das coisas do planeta em que viveis. Ele incumbiu a grandes e
ilustres espíritos da gloriosa missão de virem reorganizar a Terra. Na hora em
que vos falo estão baixando para poder de novo revestir a forma humana, esses
extraordinários espíritos de que há pouco tratei. Muitos deles já aqui estiveram
trabalhando pelo vosso progresso; outros porém, pela primeira vez vem habitar
entre vós, para colaborar no progresso da humanidade que povoa este mundo.
Jesus quer que vos aperfeiçoeis,
saindo desse atraso, estacionamento que a vós mesmos vos condenastes pelo vosso
apego à matéria, às coisas grosseiras, frívolas, inúteis, ridículas e nocivas;
pelo vosso amor à carne, aos prazeres, esquecendo-vos de que a carne morre e o
espírito vive eternamente sendo, portanto, os gozos da carne perecíveis como a
própria matéria, e as alegrias e doçuras espirituais eternas como eterno é o
espírito que as desfruta.
Esquecestes os ensinamentos de Jesus,
as suas palavras e os seus exemplos; negastes o vosso Deus, que foi substituído
pela ciência dos homens, ciência falha e incompleta, incapaz de dar-vos a
felicidade e a paz na superfície do vosso planeta.
Nada conseguistes até hoje, senão o
progresso material; aperfeiçoastes tudo, até os meios para destruir-vos uns aos
outros, mas não soubestes, entretanto, ou melhor, não teve força a vossa
ciência para aperfeiçoar as vossas almas, emancipando-vos do egoísmo e das
ambições; não pode a vossa sabedoria edificar uma sociedade cujas bases se apoiam
no amor e na fraternidade.
Terminou em sangue, lágrimas e
gemidos, depredação e massacres vossa civilização. Foi preciso que Deus
permitisse esse grande sacrifício, para chamar-vos à razão, reconduzir-vos ao
caminho do Bem da verdadeira felicidade.
Andastes errada, humanidade! Afastastes-vos
da rota traçada pelos antigos diretores espirituais, para enveredar na estrada
perigosa do materialismo. Tivestes a pretensão de poder viver sem Deus,
esquecendo-vos de que, sem a luz do Sol, seria impossível caminhardes na Terra!
Fugistes do vosso Pai, abandonastes o rumo que Ele vos indicou, por isso,
andastes a esmo, errastes nas trevas, desorientada e sem norte, e fostes vos
precipitar nesse mar de sangue onde vos afogais neste momento.
Deus não consentirás, entretanto, que
pereças para sempre: o corpo morre, despedaça-se, reduz-se a pó, mas a alma
fica e caminha na estrada gloriosa das reencarnações, que a conduz ao paraíso,
à vida eterna e imortal!
Deus vos concederá pela dor e pelo
sofrimento o que não soubestes conquistar pelo esforço, pela fé e humildade! Deus
vos dará a paz e o progresso, que preferistes alcançar à custa do sangue vosso
e dos vossos irmãos, das lágrimas e desespero das mães, dos filhos e dos pais,
a obtê-los pelo sacrifício dos bons, pela humildade dos crentes e dos abnegados
e santos apóstolos da Verdade, da Caridade, do bem e do Amor!
Morrereis! Mas ressuscitareis além!
ditosa, radiante e feliz!
Morrerá o vosso corpo, porém a alma
subirá para as alturas infinitas, onde encontrará aquela felicidade de que nos
fala Jesus no seu Evangelho, do qual escarnecestes, repudiando-o como o enfermo
repele o medicamento amargo, mas o único que lhe pode dar alívio e salvação!
Morrerá o vosso corpo, humanidade! O
espírito, entretanto, ficará de pé diante de Jesus, para responder pelos crimes
que praticou violando a sua lei, rasgando o seu Evangelho, calcando aos pés os
seus ensinamentos! Morrereis! Mas a vossa alma viverá eternamente e ainda um
dia voltará a esta mesma Terra para desfrutar a paz e a felicidade, cujo
advento não soubestes preparar.
Aí está cumprida a minha missão junto
a vós. Antes, porém, de retirar-me para a eternidade, quero dizer aos que
sobreviverem ao tremendo cataclismo o seguinte: — Deus existe, existiu e
existirá para sempre! Ele é o principio, o meio e o fim das coisas. Do que se
passa no Universo, nada é estranho ao Criador! Ele tudo vê, tudo sabe, tudo
quer, tudo dispões, tudo faz e tudo desfaz. Nada pode existir sem a Sua
aquiescência, sem a Sua ordem, desobedecendo à Sua vontade! Deus é tudo, pois:
a luz, a força, a inteligência, a vontade, a sabedoria, o perdão, a justiça e o
amor. Coisa nenhuma poderá viver sem Ele ou ter estabilidade sem a Sua vontade
e a Sua justiça, confiando na sua infinita e imperturbável sabedoria.
Jamais vos afasteis da caridade, do
bem e da humildade, do amor ao vossos semelhantes, da prática da mais rigorosa
justiça, procurando abolir todos os preconceitos e prejuízos que ainda vos
infelicitam.
Não existem raças nem castas aos
olhos do Altíssimo; não há para o Deus em cujo nome falo diante de vós, outro
mérito que não o da virtude, da prática do Bem, da Caridade e do Amor!
Deus é justo, sábio, onipotente,
misericordioso até o infinito e também infinitamente bom; logo, não deveis
temê-lo nem tampouco à Sua justiça, que é perfeita, impecável!
Não há inferno, eu vos garanto, assim
como também não existe céu, a não ser na paz e na tranquilidade das
consciências dos espíritos bons, da mesma forma que o inferno reside nas
consciências sombrias dos espíritos atrasados, dos não evoluídos, quer da
Terra, quer dos outros mundos que se acham no espaço infinito!
Tende fé e confiança no dia de amanhã
e orai pedindo a Deus vos guie e vos conduza à verdadeira felicidade!
É o que a todos vós deseja.
Moisés
Março de 1916
Informações complementares
Um dos maiores vultos entre os personagens citados
no Velho Testamento. Foi guerreiro, estadista, historiador, poeta, moralista e
legislador dos hebreus. Relata a Bíblia que, tendo um faraó mandado matar todos
os filhos varões dos judeus do Egito, sua mãe, da tribo de Levi, o lançou ao
rio Nilo, dentro de uma cesta; e assim, seu filho foi salvo pela filha do rei e
recebeu dela o nome de Moisés. Na idade de quarenta anos viu-se obrigado a
fugir para o deserto por ter matado um egípcio, que batera num judeu. Então, no
deserto teve uma aparição. Deus mostrou-se lhe sob a forma de uma sarça ardente
e lhe ordenou que libertasse o seu povo, livrando-o da escravidão e o
conduzisse do Egito à Palestina. Começou, então, o êxodo. Já no fim da sua vida, tendo Moisés
duvidado da palavra do Senhor numa circunstância solene, foi condenado a não
entrar na Terra da Promissão. Com efeito, morreu no monte de Nebo, donde podia
contemplar a terra de Canaã. Tinha dado aos hebreus, no alto do monte de Sinai
e e em nome de Deus, o Decálogo.
Um dos traços marcantes de suas atitudes
foi a sua intransigente perseguição e condenação da idolatria.
O relato de sua morte consta da Bíblia, no
Deteronômio, capo 34. Diz: -- "Assim morreu ali Moisés (no monte de Nebo).
Ficou sepultado num vale, na terra de Moab, defronte de Beth-peor; e ninguém
tem sabido até hoje a sua sepultura. Era Moisés da idade de cento e vinte anos
quando morreu: os seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu vigor. E os
filhos de Israel prantearam Moisés trinta dias nas campinas de Moab. E nunca
mais se levantou em Israel profeta algum como
Moisés. Nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, a que o Senhor o
enviou."
página 55 do livro ‘Emissários da Luz e da Verdade’
1ª Edição 1959 Ed. Divino Mestre
- RJ RJ
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