Causa de Ismael
Alberto
Nogueira Gama
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Conforme
se acha registado à página 259 da coleção do Reformador de 1936, a primeira
União de Juventude Espírita que se fundou, no mundo, surgiu em 22 de Maio de
1932, na sede do Centro "Maria de Nazaré" , no distrito de Sant'Ana,
na Capital paulista, por um grupo de centros adesos à Federação Espírita
Brasileira.
Reformador de 1936, às páginas 259, 260,
319 e 335, publicou, não só o magnífico programa da "União da Juventude
Espírita do Distrito de Sant'Ana", como também, integralmente, os
Estatutos dela.
"Quatro
anos depois da realização desse sonho, fundou-se no Rio, em 6 de Setembro de
1936, no Centro "Amaral Ornelas", também adeso à Federação, a União
da Juventude Espírita "Amaral Ornelas" (Reformador de 1936, pág.
356), e, logo depois, em 18 de Outubro de 1936, fundava-se a União da Juventude
Espírita de Nova Iguaçu, também germinada dentro de um centro adeso à Federação
Espírita Brasileira -, o "Fé, Esperança e Caridade" (Reformador de
1936, pág. 445).
"Antes
da fundação dessas duas últimas, já existiam a Associação dos Moços Espíritas,
com sede em Santos, em S. Paulo, a Juventude Ateneu Espírita de Madrid, fundada
em Abril de 1936, e a Juventude Espírita de Porto Rico, fundada em 8 de Maio
desse mesmo ano.
"Como
vemos, a mais antiga associação espírita de jovens, no Brasil e no mundo,
parece-nos ser a União da Juventude Espírita do Distrito de Sant' Ana, cuja
existência ininterrupta de 1932 até hoje, dedicada sempre aos estudos
evangélicos, é bem uma demonstração do quanto vale um programa idealizado por
inspiração do Alto, qual o que, então, foi publicado em Reformador."
Resumindo:
A
primeira sociedade juvenil que surgiu no Mundo, com a finalidade de reunir os
moços espiritistas, foi a do Centro “Maria de Nazaré", na capital de S.
Paulo, em 22 de Maio de 1932. A segunda, parece-nos ter sido a "Associação
dos Moços Espíritas”, em Santos, Estado de S. Paulo, em 14 de Junho de 1934.
Através
do convite daquela pioneira, em 1936, começaram a ser fundadas, no Rio de
Janeiro, e, depois, pelo Brasil afora, outras Mocidades e Juventudes Espíritas,
juntamente, também, com grande número de Escolas de Evangelho.
Esperanto
Desde
1909 que a Federação Espírita Brasileira apoia e
propaga o Esperanto, cabendo a José Machado Tosta as primícias- desse trabalho.
Mas
só a partir de 1937 é que a FEB iniciou um programa de publicações em Esperanto.
O
Departamento Editorial pôs-se a serviço da língua internacional, divulgando-o
não só pelo Reformador, mas também
através do livro didático e do livro doutrinário, que formam as delícias de
milhares de esperantistas espalhados pelo Mundo,
Tem-se
constituído em valioso instrumento de propagação do Espiritismo, que, por sua
vez, lhe tem dado todo o apoio, contribuindo para que ele se firme com mais
presteza e em definitivo nas consciências dos indivíduos e das coletividades.
O
Espiritismo tomou conta do Esperanto para torna-lo mais difundido e o Esperanto
ficou por conta do Espiritismo para fazê-lo mais conhecido.
Departamento
Editorial
Em
se falando de Espiritismo, podemos dizer com todo o acerto e propriedade: antes
do Departamento Editorial... depois do Departamento Editorial... porque,
realmente; há essas duas fases na história do Livro Espírita no Brasil.
Antes
do Departamento Editorial, eram os Editores Garnier, Laemmert, Moreira Maximino
& Cia. e um que outro mais que se incumbiam da publicação dos nossos
livros, Deus sabe em troca de quantas vantagens e concessões.
Pois
bem, dentro de pouco tempo essas Editoras viram que a edição de livros
espíritas só dava prejuízo e recusaram-se a aceitar a incumbência de novas
edições. Tantas outras Editoras fossem procuradas, quantas outras recusas
seriam conhecidas. Ninguém se animava a arcar com a responsabilidade da
divulgação do Livro Espírita. Quando o faziam, o livro saía por um preço
elevado e não tinha prazo de entrega. Ante circunstâncias tão madrastas e
adversas, a Federação Espírita Brasileira apelou para uma gráfica do Porto, em
Portugal, que acatou o pedido de publicação, desde que a
interessada lhe fizesse o pagamento antecipado.
Essa
situação perdurou até que a impressão das obras pode vir a ser feita aqui no
Brasil mesmo, embora o desinteresse pela sua aquisição fosse a coisa mais
chocante e desalentadora que se possa imaginar.
Fora
a 1º de Outubro de 1891 que pela primeira vez, sob a presidência do Dr. Dias da
Cruz e a vice-presidência do Dr. Bezerra de Menezes, a Federação lançara a
ideia de se montar "uma oficina tipográfica para a impressão do "Reformador" e de obras de
propaganda". Malogrado intento! A massa espírita ainda não compreendia o
incomensurável valor do livro!..
Só
com o tempo a coisa foi melhorando, sem satisfazer, contudo, aos verdadeiros
anseios da Casa de Ismael.
Isto,
antes do Departamento Editorial.
Em
1937, o então presidente da FEB, Dr. Guillon Ribeiro, demonstrou a necessidade
inadiável da instalação de oficinas tipográficas próprias. A ideia, a princípio
combatida, foi evoluindo com o tempo e firmou-se em fins de 1938. Finalmente, a
4 de Novembro de 1939, a pequena oficina gráfica da FEB entrava a funcionar, justamente
na sala hoje ocupada pelo Biblioteca.
Com
o passar dos anos, as impressoras e o serviço de encadernação já não davam
conta do recado. Impunha-se um trabalho de renovação da maquinaria e
melhoramento das instalações da Editora da FEB.
Em
1946, é adquirida a propriedade da rua Figueira de MeIo, 410, onde é instalado
a 8 de Setembro de 1948 o Departamento Editorial.
De
então por diante a coisa foi-se modificando aos poucos. Livros e mais livros
saem uns após outros, em primeiros lançamentos ou em reedições contínuas.
Um
primoroso trabalho de revisão, uma apresentação mais condigna e sugestiva,
vantajosas condições de oferta, concessões animadoras, tudo concorre para que o
Livro Espírita saia do ostracismo, deixe a obscuridade e passe a ocupar um
lugar ao sol, tornando-se conhecido, mostrando-se apetecível e conseguindo
despertar interesse pela sua aquisição.
A
sua venda já dá para cobrir as despesas. A sua qualidade já o faz procurado com
afã, quando não disputado com sofreguidão.
Em
Maio de 1957, a Federação Espírita Brasileira noticiava em "Reformador" a compra, para as suas
oficinas, de mais três máquinas, de procedência suíça, e informava já ter dado
entrado, na ex-Prefeitura do Distrito Federal, das plantas para novas
construções, "de forma a dobrar o espaço atualmente ocupado pelas mesmas
oficinas".
"A
nova edificação, que sairá da rua Figueira de Melo e irá atingir a rua Souza
Valente, será de quatro pavimentos e com estrutura de cimento armado calculada
para suportar cinco vezes mais de peso que o exigido pelas leis
municipais."
Em
Abril de 1960, ainda pelo seu órgão de difusão, informava à comunidade
espiritista brasileira que "agora, quase terminada a construção do prédio
de quatro pavimentos para a ampliação das oficinas gráficas do seu Departamento
Editorial (D.E. ), a FEB iniciará uma nova de 605 metros quadrados, levantando
mais dois pavimentos sobre o pavilhão construí do em 1948, o qual ficará,
assim, também com quatro pavimentos".
Em
Novembro de 1961, à página 247, Reformador
registava a informação de que, "no dia 9 (de Outubro), em companhia dos
diretores da FEB, o presidente desta declarou inaugurados, na sede do
Departamento Editorial, à rua Figueira de MeIo, os dois andares recém-construídos
sobre os outros dois edificadcs em 1948, assim como o prolongamento dessa construção, em 4 andares, até à rua Souza
Valente, obras essas que foram iniciadas em 18 de Abril de 1959."
Nesse
momento, outras obras se levantam nos terrenos adjacentes, que há muitos anos
se acham incorporados ao patrimônio da FEB. A exiguidade de recursos monetários
vem, entretanto, prejudicando o rápido andamento das novas construções,
destinadas, também, à mais ampla disseminação do Livro Espirita.
Aí
está um ligeiro histórico, pontilhado de feitos verdadeiramente gloriosos, de
uma das mais arrojadas empresas a que se atira a atual Diretoria da Casa de
Ismael, que vem imprimindo à Venerável Instituição surtos grandiosos de
invejável progresso.
O
Livro Espírita é, de fato, outro maravilhoso instrumento de trabalho de que se
utiliza Ismael nos desdobramentos evolutivos de sua Causa, beneficiando o
espírito encarnado em todas as fases da vida e segundo as condições variáveis
de sua existência planetária.
80º
Aniversário da FEB
Todas
essas realizações, e outras que não foram aqui alinhadas, devemos a Ismael e
seus colaboradores em primeiro lugar, e em segundo às Diretorias humanas da
FEB, à frente das quais se colocaram os presidentes abaixo:
Ewerton Quadros, de
1884 a 1888.
Dias da Cruz, de
1890 a 1894.
Júlio César Leal, parte de 1895.
Bezerra de Menezes, 1889 e de 1895 a 1900.
Leopoldo Cirne, de
1900 a 1913.
Aristides Spínola, 1914, 1916, 1917 e de 1922 a 1924.
Luís Barreto, 1925
e 1926.
Paim Pamplona, 1927
e 1928.
Manuel Quintão, 1915,
1918, 1919 e 1929.
Guillon Ribeiro, 1920,
1921 e de 1930 a 1943.
Wantuil de Freitas, de 1943 a 196 ...
Não
sabemos quem será, no futuro, o Presidente da Casa de Ismael, que, a 19 de
Janeiro deste ano, completa 80 anos de existência. Não temos mesmo interesse em
saber, tão satisfeito estamos com o atual, mas, seja ele quem for, venha de
onde vier, terá que guardar inviolável fidelidade à Causa do Anjo do Senhor,
porque, segundo a palavra de N. S. Jesus Cristo e de acordo com os desígnios do
Pai Celestial, ela representa uma das maiores garantias de salvaguarda do Cristianismo Redivivo
na face do Mundo, para a necessária consecução dos gloriosos destinos da
Humanidade redimida e renovada.
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