quarta-feira, 10 de abril de 2013

Questão de Valor



Questão de valor


            Ninguém pode alegar insignificância ou desvalia para fugir aos deveres que lhe competem, na obra de elevação do mundo.

            A pedra quase impermeável serve aos alicerces.

            A areia áspera é valioso elemento na construção.

            O remédio amargo é instrumento da cura.

            O mal de agora pode ser simplesmente um véu de sombra, ocultando o bem de amanhã.

            Há pessoas que se confessam inaptas para qualquer serviço do Evangelho, entretanto, isso acontece porque vivem esquecidas de que a direção da vida, entre os filhos da fé, não pertence à vontade humana.

            O bloco de mármore, perdido no matagal, é simples calhau sem valor, mas, nas mãos do artista, é a fonte de que sairá a obra-prima.

            Uma enxada ao abandono é traste inútil, entretanto, nos braços do bom lavrador, é precioso
instrumento na garantia do pão.

            O pântano, em si, é pestilência e ruína, contudo, se recebe a assistência do pomicultor, dá lugar a vegetais que enriquecem a vida.

            Um fio de cobre, perdido na via pública, é resíduo destinado à lata de lixo, mas se for ligado entre a usina e a lâmpada é o condutor imponente da luz e da energia, que sustentam o progresso.

            Se contamos exclusivamente conosco, na realidade somos meros átomos pensantes, todavia, se aceitarmos a direção de Jesus para a nossa vida, cada experiência ser-nos-á indubitavelmente rica de bênçãos do Divino Mestre.

            Pelo nosso passado, somos simples sombras, mas se nosso presente procura imanar-se com o Cristo, nossa bússola indicará os horizontes da verdadeira luz em nosso favor.

            Não te consideres tão somente pelo que és. Vejamo-nos em companhia do Cristo, para que o Senhor esteja em nós.

            O zero à esquerda do número será sempre nada, mas, à direita do algarismo, é valor substancial em ascensão crescente para o Infinito.

            Lembremo-nos de que Jesus é a Divina Unidade e situemos nossa existência à direita do Nosso Senhor e Mestre.

Emmanuel
por Chico Xavier
em 5 de Maio de 1952, em Pedro Leopoldo (MG)
in Reformador (FEB) Fevereiro 1955



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