Questão
de valor
Ninguém pode alegar
insignificância ou desvalia para fugir aos deveres que lhe competem, na obra de
elevação do mundo.
A pedra quase
impermeável serve aos alicerces.
A areia áspera é
valioso elemento na construção.
O remédio amargo é
instrumento da cura.
O mal de agora pode ser
simplesmente um véu de sombra, ocultando o bem de amanhã.
Há pessoas que se
confessam inaptas para qualquer serviço do Evangelho, entretanto, isso acontece
porque vivem esquecidas de que a direção da vida, entre os filhos da fé, não
pertence à vontade humana.
O bloco de mármore,
perdido no matagal, é simples calhau sem valor, mas, nas mãos do artista, é a
fonte de que sairá a obra-prima.
Uma enxada ao abandono
é traste inútil, entretanto, nos braços do bom lavrador, é precioso
instrumento na garantia do pão.
O pântano, em si, é
pestilência e ruína, contudo, se recebe a assistência do pomicultor, dá lugar a vegetais que enriquecem a vida.
Um fio de cobre,
perdido na via pública, é resíduo destinado à lata de lixo, mas se for ligado
entre a usina e a lâmpada é o condutor imponente da luz e da energia, que
sustentam o progresso.
Se contamos
exclusivamente conosco, na realidade somos meros átomos pensantes, todavia, se aceitarmos a direção de Jesus para a nossa vida, cada experiência
ser-nos-á indubitavelmente rica de bênçãos do Divino Mestre.
Pelo nosso passado,
somos simples sombras, mas se nosso presente procura imanar-se com o Cristo,
nossa bússola indicará os horizontes da verdadeira luz em nosso favor.
Não te consideres tão
somente pelo que és. Vejamo-nos em companhia do Cristo, para que o Senhor
esteja em nós.
O zero à esquerda do
número será sempre nada, mas, à direita do algarismo, é valor substancial em
ascensão crescente para o Infinito.
Lembremo-nos de que
Jesus é a Divina Unidade e situemos nossa existência à direita do Nosso Senhor e Mestre.
Emmanuel
por Chico Xavier
em 5 de Maio de 1952, em Pedro Leopoldo (MG)
in Reformador
(FEB) Fevereiro 1955
Nenhum comentário:
Postar um comentário