Questão de Valor
"
Ninguém pode alegar insignificância ou desvalia para fugir aos deveres que lhe
competem, na obra de elevação do mundo.
A
pedra quase impermeável serve aos alicerces.
A
areia áspera é valioso elemento na construção.
O
remédio amargo é instrumento da cura.
O
mal de agora pode ser simplesmente um véu de sombra, ocultando o bem de amanhã.
Há
pessoas que se confessam inaptas para qualquer serviço do Evangelho,
entretanto, isso acontece porque vivem esquecidas de que a direção da vida,
entre os filhos da fé, não pertence à vontade humana...
O
bloco de mármore, perdido no matagal, é simples calhau sem valor, mas, nas mãos
do artista, é a fonte de que sairá a obra-prima.
Uma
enxada ao abandono é traste inútil, entretanto, nos braços do bom lavrador, é
precioso instrumento na garantia do pão.
O
pântano, em si, é pestilência e ruína, contudo, se recebe a assistência do
pomicultor, dá lugar a vegetais que enriquecem a vida.
Um
fio de cobre, perdido na via pública, é resíduo destinado à lata de lixo, mas
se for ligado entre a usina e a lâmpada é o condutor imponente da luz e da
energia, que sustentam o progresso.
Se
contamos exclusivamente conosco, na realidade somos meros átomos pensantes,
todavia, se aceitarmos a direção de Jesus para a nossa vida, cada experiência
ser-nos-á indubitavelmente rica de bênçãos do Divino Mestre.
Pelo
nosso passado, somos simples sombras, mas se o nosso presente procura imanar-se
com o Cristo, nossa bússola indicará os horizontes da verdadeira luz em nosso
favor.
Não
te consideres tão somente pelo que és.
Vejamo-nos
em companhia do Cristo, para que o Senhor esteja em nós.
O
zero à esquerda do número será sempre nada, mas, à direita do algarismo, é
valor substancial em ascensão crescente para o Infinito.
Lembremo-nos
de que Jesus é a Divina Unidade e situemos nossa existência à direita do Nosso Senhor
e Mestre.
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB)
Fevereiro 1947
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