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Didaquê
Espírita
compilação e coordenação
Carlos Lomba
Ed.FEB 1948
CAPÍTULO II
MOISÉS
Fase da primeira LUZ DIVINA
pro-
jetada sobre os homens da Terra, ou
a fase também chamada
da PRIMEIRA REVELAÇÃO.
26. Quem foi Moisés?
- Moisés, o maior vulto
do ANTIGO TESTAMENTO, foi guerreiro, estadista, historiador, poeta, moralista e
legislador dos Hebreus, e a ele o Céu revelou o DECÁLOGO.
27. Só o DECALOGO foi revelado a Moisés?
- Só o DECÁLOGO e nada
mais, segundo as ESCRITURAS.
28. Moisés, porém, não foi um legislador?
- Foi, realmente, um
legislador. Mas há duas partes distintas nas leis mosaicas.
29 . Quais são elas?
- São a LEI DE DEUS,
promulgada no Monte Sinai, também chamada OS DEZ MANDAMENTOS ou o DECÁLOGO; e
as leis civis ou disciplinares estabelecidas por Moisés, leis que ele próprio
decretou como estadista, moralista e legislador autônomo, chefe dos Hebreus.
30. Como distingui-las?
- A LEI DE DEUS
é invariável, imutável e tem caráter permanente. As leis de Moisés, como
estadista e legislador, por apropriadas aos costumes e ao caráter daquele povo
e daquela época, modificaram-se profundamente com o tempo e com o desenvolvimento
progressivo da humanidade. Outras luzes vieram desfazer e espancar a penumbra,
a quase treva da vida espiritual do homem, naquela era distante e apenas
histórica, nos dias presentes.
31. Como se explica que Moisés tenha tido essa dupla função?
- Quando a serviço do
Céu, Moisés foi um MÉDIUM. Quando a serviço de seu povo, que ele dirigiu, foi
Moisés um legislador autônomo, um DITADOR discricionário, como modernamente
tantos outros ditadores têm aparecido na vida de outros povos e de outras
nações.
32. Que vem a ser MÉDIUM?
- Médium ou médiuns são
pessoas que têm faculdades para se porem a serviço do intercâmbio entre os
Espíritos e os homens.
33. As LEIS DE DEUS não variam e nem se modificam?
- Não e nunca! Tanto
que o DECÁLOGO é uma LEI de todos os tempos e de todos os países; por isso
mesmo que tem o seu caráter divino - é imutável e eterno, regendo a vida moral
do homem.
34. Como são consideradas as leis de Moisés?
- São leis, como já se
disse, transitórias, algumas já condenadas e muitas das quais foram decretadas
com o objetivo de manter, pelo TERROR, um povo turbulento e indisciplinado.
35. E porque lhes atribuíam uma origem divina?
- Realmente assim
aconteceu para imprimir maior autoridade ás suas leis, como o fizeram todos os
legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem tinha que escudar-se
na de DEUS.
36. E porque atribuíam a DEUS
sentimentos de cólera e vingança?
- Simples e natural
ignorância dos homens
37. Nunca existiu esse DEUS terrível, dos legisladores
antigos?
- Nunca! A ideia de um DEUS
terrível, impiedoso e vingativo só podia, como ainda pode, impressionar a
homens ignorantes, nos quais o senso moral e o sentimento de uma justiça pura
eram, e ainda o são em menor escala, pouco desenvolvidos.
38. São, pois, contraditórias as leis de Moisés?
- Evidentemente. Pois
que o Céu que lhe ditou nos DEZ MANDAMENTOS: "Não matarás, não farás mal
ao próximo" - certo que não podia contradizer-se, fazendo do extermínio um
dever consagrado. As leis mosaicas, propriamente ditas, tinham, portanto,
caráter meramente transitório, e só eram apropriadas ao seu tempo e à
mentalidade do povo daquela era, tão mergulhada e perdida na escuridão dos
milênios...
39. Só as LEIS DIVINAS são eternas?
- Só as LEIS DIVINAS
são eternas e imutáveis.
40. E as leis dos homens do nosso século?
- São também
transitórias, reformáveis e evolutivas. Haja vista a nossa pátria - o Brasil,
que depois de sua Independência, em 1822 e a partir de 1884, já seis vezes
modificou e corrigiu as suas leis constitucionais, em apenas 123 anos da nossa
emancipação política e administrativa. Só se eternizarão as leis humanas quando
se associarem, identificarem ou tiverem perfeita afinidade com as LEIS DIVINAS.
O ESPIRITISMO fará, com
o tempo, que o DECÁLOGO de Moisés se torne a CARTA MAGNA de todas as nações do
Mundo, a ele associados os sublimes ensinamentos de JESUS.
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