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‘As
Vidas
Sucessivas’
por Adauto de Oliveira Serra
Livraria Editora da Federação Espírita
Brasileira
1943
CORRESPONDÊNCIA CRUZADA
Correspondência cruzada, ou “cross correspondance" do prof. A. C. Pigou,
é o processo utilizado pelos Espíritos para chamar a atenção dos
mais céticos e para demonstrar, experimentalmente, a sobrevivência da alma e a
possibilidade da comunicação entre os planos material e espiritual.
Há
espíritos diversos que se manifestam por intermédio de um único médium como no
caso de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo, conservando, entretanto, cada qual,
sua própria personalidade, seu estilo, a linguagem.
Na
correspondência ‘cruzada’ é um único Espírito que se manifesta, quase simultaneamente,
através de alguns médiuns muitas vezes afastados uns dos outros e sem
combinação prévia entre eles.
Essas
comunicações, isoladamente, não têm sentido algum; mas combinadas entre si,
revelam inteligentemente a ideia do Espírito. Fragmentada, torna-se ininteligível,
excluindo-se a possibilidade da telepatia.
“O alvo destes esforços engenhosos e
complicados", diz Oliver Lodge “é,
de certo, provar que os fenômenos são obra de uma inteligência bem definida, distinta da
de qualquer automatista."
De
tudo o que até aqui fica exposto, ressalta uma das duas alternativas: - "A sobrevivência de um Espírito não é mais
inverossímil que as prodigiosas faculdades que nós somos obrigados a atribuir
aos médiuns, se as recusamos aos mortos; mas a existência do médium, ao
contrário da do Espírito, é incontestável."
O
terror que a morte nos pode causar: "o terror do desconhecido em que ela
nos precipita" desaparece ante a sobrevivência do Espírito e a certeza das
vidas sucessivas.
Que
sirvam estas páginas de estímulo aos sequiosos da Verdade para prosseguirem em
seu progresso moral e espiritual.
Os
que têm sede de Justiça serão saciados com a leitura dos livros básicos do
Espiritismo, com as obras de Kardec, Denis, Flammarion, Delanne, Bozzano e
outros a fim de que o horizonte espiritual se dilate cada vez mais e caiam de
uma vez para sempre o falso véu de Isis e o manto de Cibele, que querem empanar
o brilho da realidade.
Desfaça-se
em ruínas o lendário castelo dos mistérios. A Verdade faça-se luz e a luz
fecunde a razão e o bom senso de todos.
Envidemos
todos os esforços para extirpar o grave e fatídico erro em que labutaram os
nossos antepassados: o medo da morte. Não mais encaremos o túmulo como o ponto
final de nossa existência, mas como a porta que se abre a uma vida nova, a
verdadeira vida, a única vida: a vida espiritual.
"Não mais a dilação da agonia, acrescendo ao
horror da morte; e o horror da morte exigindo o prolongamento da agonia", porque
os mortos vivem!
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