domingo, 4 de novembro de 2012

Os Guias




Os Guias

            A primeira comunicação de Sir Oliver Lodge traz um verdadeiro curso de Espiritismo que bem o identifica. Como aqui ele já era nosso Mestre, e com a sua reconhecida prudência estudou quatro anos antes de comunicar-se, devemos estudar atentamente suas palavras. Diz-nos ele:


            "Recordo-me de ouvir falar muito a respeito dos Guias nas minhas mais antigas sessões. De fato estou um pouco incomodado com os guias. Mas agora compreendo; tenho-os encontrado e reconhecido como velhos amigos, e aprecio a lealdade e paciência que têm comigo.

         Segundo a minha forma de ver, nos fatos concernentes à encarnação e aos processos ordinários da evolução física como a Ciência tem compreendido, nada há que contradiga o precedente. Os processos físicos da evolução humana não implicam com isso, pois todos nós atingimos um certo lugar antes de começar a reencarnar. Tempo virá em que a Ciência ultrapassará  o que temos chamado metafísica. Tem de ser assim. Deve haver uma verdadeira ciência do espírito, do pensamento e do físico. Não podemos separa-las; nenhuma das três pode atuar sem as outras. Isto tem sido o nosso erro, Thomas. Temos monopolizado  uma delas, isto é, concentramo-nos numa e separamo-nos das outras.

         Em geral, admitimos duas: a física e a mental; e excluímos a terceira, a espiritual, por causa do que chamamos investigação e verdade científica. Não pode ser assim. Não fica completo. Mesmo os que acham que assim devem proceder, veem que há certas condições, certos fatos que os iludem, certas questões, certos problemas que não podem resolver.

         Enquanto se limitarem a estes dois, os processos da vida não podem ser resolvidos integralmente. Podemos desenvolver certos problemas  automáticos transitórios, mas não temos a memória eterna, o imortal processo da vida que vem de Deus.

         Devemos estudar as leis, as leis espirituais, as leis divinas e cooperar com elas. Então haverá maior esperança para nós; haverá maior perfeição em qualquer coisa que fizermos ou tentarmos fazer, no que respeita às outras duas.

         Estou satisfeito - se me permitem falar de mim próprio - tenho toda a razão para estar extremamente grato, porque me foi consentido passar do material ao espiritual, através do mental. Os que me injuriavam, chamavam-me lunático, mas eu tinha a firme convicção de que existia um Ser inteligente e benéfico, sem o qual nada poderíamos fazer e que, se havia coisas em que não o desejávamos, essas coisas não podiam ser boas.

         Eu queria abandona-las. Mas, se havia coisas em que me parecia que Ele podia cooperar ou desejaria cooperar, sentia-me impaciente por fazê-las. Deus estava na minha vida, nos meus planos e nas minhas ideias, e tenho toda a razão em estar contente por assim ter feito.

         Isso deu-me grandes vantagens nas minhas condições pessoais e na minha capacidade de cumprir o que me sentia inclinado a fazer, ou seja, maior interesse pelo mundo donde viera recentemente, maior possibilidade, maior possibilidade de gozar a companhia de outros que estiveram aí mais tempo do que eu, maior deleite da vida. As minhas faculdades pareciam extremamente agudas e claras.

         Comparo a minha condição com as condições de certa gente, gente que viveu muito tempo na Terra, gente que atingiu certa importância na sua profissão ou no seu trabalho, e assim que aqui chega tem de arrastar-se, enquanto outros podem passear, correr e saltar.

         Venci com alegria de viver; e vejo outros - pobres criaturas! - voltar do que chamavam triunfos materiais e sentir grandes prejuízos. É a única gente que deseja voltar à Terra."

             Como se vê, Lodge continua religioso como sempre foi, respeitoso pelos Guias, mas agora não cessa de falar sobre a reencarnação. Parece que a sua nova missão é convencer a todos dessa eterna verdade.

Redação Reformador (FEB)  Novembro 1946
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