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“Amor
à Verdade”
por
Alpheu Gomes O. Campos
Marques Araújo & C. – R. S. Pedro, 216
1927
Renovação
É, positivamente, o esclarecimento
das almas a antemanhã de uma nova era.
As provas maravilhosas da sobrevivência,
os fenômenos de mais em mais amiudados, os fatos insistentemente ocorridos
entre a própria gente descuidada ou cética, tudo está a pedir, de modo
inconfundível, um pouco de reflexão sobre os destinos humanos e a grande
verdade de que além desta vida transeunte outra vida existe, mais vida, onde “nada
ficará, oculto que não seja descoberto.”
As mensagens daqueles que o Criador
encarregou de educar a humanidade sucedem-se manancialmente, orientando por
igual os encarnados e os desencarnados que, doutrinados no Além, necessitam
voltar à Terra para sua evolução.
Também sucedem-se, é claro, com esse
movimento crescente, as provas e expiações.
Assim, toca a buscar a razão da dor o que sofre, e cumprir seus deveres cristãos o iniciado.
Se a um vai pesar a revolta contra o
padecimento, ao outro não menos doerá o deixar demonstrar, por toda parte, pelos
meios possíveis, com o exemplo e a palavra, o caminho verdadeiro.
Os que, para progredir, precisam
tomar novo corpo, são almas ainda fracas e de certo modo inexperientes: da ação
dos que aqui aceitam os ensinos depende a sua sorte - o naufrágio ou a vitória,
nova queda ou a falsidade. Está traçado que devem formar a base de uma
sociedade melhor constituída que a presente.
Não falirão tanto pela dor como pelo
mau exemplo, que os arrastará para a desgraça. Os erros que tem conduzido os
homens à desventura, muito refletirão sobre a nova camada, que só para
evoluir vem, como precursora de outra
mais iluminada e forte que afinal baixará para fazer triunfar a verdade sobre a mentira, o sentimento sobre a
sensação, o espírito sobre a matéria.
Pelo teor seguinte nos fala a esse
respeito o abnegado que foi Pedro de Alcântara, tão solicito sempre em
guiar-nos pela boa senda:
“Ao infinito se desdobram os
acontecimentos e suas consequências. O início foi dado com o maior sinal que
ainda se notou sobre o globo - a Grande Guerra.
Em sua sabedoria, o Pai celestial
chamou, a um tempo, milhares de entes que, embevecidos no poder terreno,
esqueciam que só Deus pode sabiamente distribuir, justiça e determinar
acontecimentos.
“Assim conduzidos pela dor,
despertaram entre clarões, não já dos fuzis matadores, porém da luz divina,
que, iluminando-os, fê-las compreender a vantagem do sofrimento, o seu poder
regenerador, e que só serão felizes quando não mais causarem gemidos a seu próximo.
“Atualmente, estudam, observam,
experimentam todas as sensações, desde as da densa atmosfera terrestre, .
penosas, até as sublimes e puras dos céus. Em continuas alternativas de dor e
alegria, pesquisam, para que possam, quando vestirem novo corpo físico, sentir
os avisos da felicidade que lhes está reservada, bem como a todos quantos souberem
amar a Deus e ao próximo.
"Entre elas, aprendizes em sua vasta
maioria, contar-se-ão mestres que as conduzam na trilha do Dever. E lá onde
estanceiam os Espíritos guardiães onde, somente, o amor e a verdade podem ser conhecidos
em toda a pureza, lá, um Amigo maior que todos, sábio e manso, cheio de fé nos
irmãos a quem confiou a tarefa de ajudá-la, lá, o Mestre, o Filho de Deus, o
que sofreu por amor dos homens, o que de seus algozes não teve senão piedade,
Jesus, entre hinos e luminares, contemplará a faina, por todos orando e a todos
inspirando.
“Os encarregados, quais obreiros da
primeira linha, de desbravarem o terreno e lançarem os alicerces do grande edifício,
esses, filhos também abençoados pelo Pai e amados por Jesus, tendo, sob os rigores
do pesado trabalho, concluído sua incumbência, serão, ao regressar,
festivamente recebidos. E sua sede será saciada na água cristalina... Repousarão,
para que os novos operários levem por diante a obra, que lhes apresentará mais
delicados encargos.
“Tratai, pois, de preparar o meio
que deverá receber os irmãos agora convertidos e que ensaiam, neste momento,
ainda na erraticidade, os seus primeiros passos no caminho maravilhoso da fé.
“Muito
vos pedimos, é exato; mas muito vos daremos. E se mais precisardes, é pedir:
não se esgota a fonte eterna do Amor.”
FIM
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