Venderam o estômago
pela inteligência JUL 14
Depois da partida das
mulheres, foram alguns dos guardas à cidade e deram parte aos príncipes dos
sacerdotes de tudo quanto acabava de suceder. Convocaram estes os anciãos e
deliberaram. Deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, e intimaram-nos:
“Dizei assim: De noite, enquanto nós dormíamos, vieram os seus discípulos e o
roubaram. Se isto chegar aos ouvidos do governador, trataremos de apaziguá-lo e
advogar a vossa causa.”
Tomaram,
pois, o dinheiro e procederam conforme as instruções recebidas. E até o
presente dia anda este boato entre os judeus.
Mateus 28,11 ss
Que dizes, humana astúcia?
Enquanto nós
dormíamos? – mas será lícito ao guarda dormir?...
Vieram os
discípulos dele? – mas, se estáveis dormindo, como os vistes?
E roubaram o
corpo? – mas, se os vistes, por que não impedistes o roubo?
Oh! quantos
absurdos em tão poucas palavras!
Não se pode fugir
à verdade sem cair no abismo do ridículo.
Mas de quantos
despautérios não é capaz o homem em face dum punhado de metal sonante!
Embolsaram os
guardas o dinheiro e, corajosos, foram espalhar a estranha comédia das
sentinelas dormentes que tudo enxergam e nada impedem...
Venderam a
inteligência pelo estômago...
É mais difícil
ser coerente na mentira do que lógico na verdade.
Até o presente
dia, rezam os inimigos do Cristo pela cartilha dos seus mestres de Jerusalém.
Enquanto nós
dormíamos...
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista
dos Tribunais, SP – 1941
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