domingo, 15 de julho de 2012

Momento Culminante para a Humanidade


 Momento Culminante
para a Humanidade
           
            Um dos assuntos que mais têm preocupado os estudiosos das coisas religiosas, no presente como no passado, é, sem dúvida, o que se relaciona com o que se convencionou chamar "O dia do Juízo Final". Referido no Novo como no Velho Testamento, o julgamento final teve o seu sentido deturpado pela incompreensão dos que se julgavam intérpretes únicos das Sagradas Escrituras, resultando daí teorias absurdas logo acrescidas de lendas e mitos que mais lhe acentuaram o contra senso. Essa situação, vinda do mais remoto passado, tomou novos rumos com o ensinamento dos Espíritos que vieram esclarecer as Inteligências com explicação mais lógica e racional, hoje geralmente aceita, e segundo a qual o Juízo Final nada mais é do que o grande movimento seletivo que ora se opera no Universo, não pelos meios violentos de um mundo devorado pelas chamas, reduzindo a cinzas todos os seus habitantes, mas pelos meios mansos e pacíficos de uma seleção de Espíritos a reencarnarem neste planeta, que assim passaria da sua condição de esfera de expiação, à de planeta de regeneração. Não se trata, pois, da destruição do mundo físico, mas da reforma, vamos dizer, do mundo moral.

            Até então, somente as Escrituras e as Comunicações recebidas de Espíritos mais elevados referiam-se ao fato, sendo que os últimos não cessavam de advertir-nos que "os tempos são chegados".  Agora, porém, vão-se tornando evidentes os primeiros sinais da. concretização do grande acontecimento. Ao observador atento não escapam certos fatos que, analisados à luz dos conhecimentos espíritas, e convenientemente encadeados, levam-nos à convicção de que está em pleno curso o outrora tão temido julgamento final.

            Certo, não é esse um assunto para ser explanado numa crônica de dimensões tão reduzidas. Cem crônicas iguais a esta não o esgotariam. O nosso objetivo, ferindo o assunto, é chamar para ele a atenção dos que nos leem acentuando a significação do momento que passa.

*

            É comum ouvir-se referências elogiosas à precocidade demonstrada pelas crianças de hoje. Cada um de nós - principalmente os que estão em condições, pela sua idade, de estabelecer confronto entre a geração que nasce para o mundo e a que inicia os primeiros passos no ocaso da vida - pode observar o espírito de vivacidade, o poder de assimilação, a capacidade intelectual e até mesmo o grau de elevação moral das crianças de hoje. Com especialidade no que se refere à Divina Arte - a Música- é extraordinário o que se vem observando. Tal fato tem-se tornado tão evidente que o seu conhecimento de há muito deixou de pertencer aos estudiosos do assunto para pertencer ao conhecimento geral. A propósito, quero aqui narrar um diálogo estabelecido, há pouco, entre o autor desta crônica e um velho educador de um dos maiores estabelecimentos de ensino desta cidade, homem que já lecionou a várias gerações, materialista ferrenho. Falávamos sobre assuntos escolares quando o velho mestre passou a referir-se aos jovens de hoje que, segundo sua própria expressão, parecem "já nascer sabendo". Discorreu longamente sobre a ‘boa qualidade do metal’ que tem aparecido nos bancos escolares, terminando por tecer um hino à inteligência, capacidade e qualidades morais da geração que desponta. Ouvi sua narração com a satisfação de quem compreende a causa do fato, narrado com tão vivas cores. Ao terminar, não pude furtar-me ao desejo de fazer-lhe uma pergunta, que não tinha a finalidade de embaraçar o meu materialista interlocutor, mas saber, apenas, como encaram o fato os homens das suas ideias.

            - A que atribui, professor, esse extravasamento intelectual e moral dos nossos jovens?

            A resposta não se fez esperar:

            - "Ao amadurecimento da espécie".

            Sem entrar em indagações sobre o que será o tal "amadurecimento", resolvemos sorrir como que a dizer: "Sim, compreendemos ... "

*

            O grande cataclismo que durante seis anos ininterruptos, ceifou milhões de vidas, levando para o plano astral tão elevado número de Espíritos que aqui se achavam encarnados, é para nós um fato que vem reforçar a nossa tese, sabido como é que tão grande migração de Espíritos favoreceria extraordinariamente o movimento seletivo que se opera no momento.

            É pelas reencarnações sucessivas que o Espírito se aperfeiçoa.  A volta ao mundo espiritual, de tantas criaturas humanas[1], e o que acima ficou dito acerca do progresso moral e intelectual dos Espíritos que agora voltam ao mundo material, são para nós outras tantas provas objetivas de que, enfim, cumpre-se o que está consignado na letra das Escrituras e nos, ensinamentos dos Espíritos.

            Ante a magnitude do momento que passa e a grandiosidade da hora presente, que cada um de nós, num largo exame de consciência, responda, do fundo da sua alma se pode prescindir a advertência de S. João (Apoc. 22-12):

            "Eis que venho à pressa".
por   Juvenil 
inReformador’ (FEB) Junho 1945





[1] Neste momento, a 2ª Guerra Mundial ainda não havia terminado.  Segundo alguns, as perdas humanas no conflito superaram 60 milhões de pessoas. Outros, indicam números ainda maiores. Do Blog.


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