Quid est veritas? JUN 27
Inquiriu
Pilatos: “Tu és rei?”
Tornou
Jesus: “Sim, eu sou rei. Para isso nasci, e por isso vim ao mundo: para dar
testemunhos à verdade. Todo o homem que é da verdade dá ouvidos à minha voz.”
Observou
Pilatos: “Quem é a verdade?” E, dito isto, voltou a ter com os judeus e
declarou-lhes: “Eu não encontro nele crime.”
João, 18, 23 ss
“Que é a verdade?...”
O cético romano não esperou pela
resposta de tão momentosa pergunta.
E diante dele estava o único homem
que podia definir a Verdade.
Todos os filósofos do paganismo revolveram
na mente angustiosa interrogação: Que é a Verdade?... Existe a Verdade?... É
atingível a Verdade?...
Aristóteles desce ao túmulo sem
perceber o eco ao brado da sua inteligência.
Platão expira sem ver satisfeitos os
anseios do seu coração.
Paulo de Tarso, às portas de
Damasco. Interroga ao invisível vencedor o que é a Verdade...
Agostinho, no mais aceso das suas
saudades metafísicas, só pede a Deus uma coisa: o conhecimento da Verdade...
A Verdade, ó Pilatos de todos os
tempos e países, é esta: que aquela ruína humana do pretório é a Verdade e a
Vida, é o Rei da Verdade, veio ao mundo para fundar o Reino da Verdade, e os
seus vassalos são palavras da Verdade.
Entretanto... o seu reino não é
deste mundo. Está no mundo, sim, neste mundo da ilusão e da mentira, mas aqui
não nasceu, daqui não partiu, aqui não tem sede permanente, aqui não será o seu
termo final...
Quem é do Cristo é amigo da
Verdade...
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista
dos Tribunais, SP – 1941
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