sexta-feira, 8 de junho de 2012

Fora da Caridade?




 “Fora da Caridade
não há salvação...” JUN 08
           
                                   
            Então dirá o rei aos que se acharem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai; tomai posse do reino que vos está preparado desde o princípio do mundo. Porque eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede e me destes de beber; andava forasteiro e me agasalhastes; estava nu e me vestistes; estava doente, e me visitastes; estava preso, e me viestes ver.
            Então lhe perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome, e te demos de comer? quando com sede, e te demos de beber? quando te vimos forasteiro, e te demos agasalho? quando nu, e te vestimos? quando te vimos doente ou preso e te fomos ver?
            Responder-lhes-á o rei: Em verdade, vos digo que o que fizestes a alguém destes meus irmãos mais pequeninos, a mim é que o fizestes.
                                                                                                               Mateus, 25: 31 ss





            Fácil coisa seria ao homem salvar-se se bastasse amar a Deus em Deus.

            Mas, amar a Deus no homem – oh tremenda dificuldade!...

            Delicioso me é, Senhor, amar-te de todo o coração, de toda a alma, de toda a mente e com todas as minhas forças – mas como posso amar-te, infinita Verdade e Beleza, através duma criatura que é quase sempre caricatura do teu Ser?...

            Posso amar-te, sim, meu Deus, através das luminosas pupilas de inocente criança.

            Posso amar-te no sorriso de linda donzela...

            Posso amar-te na envolvente simpatia dum jovem na flor da mocidade...

            Mas como posso amar-te... meu Deus, na imunda esqualidez de um mendigo?... sob os sórdidos andrajos dum vagabundo?... através das chagas pútridas dum leproso?... e até na lealdade moral de um criminoso encarcerado?...

            Para possuir-te, Senhor, devo amar o mais amável dos Seres através da mais desamoráveis das tuas criaturas...
                                 
Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
(Edição da Revista dos Tribunais, SP - 1941)


Nenhum comentário:

Postar um comentário