Física e Metafísica JUN 13
Enquanto estavam a
cear, tomou Jesus o pão, benzeu-o e deu-o a seus discípulos, dizendo: “Tomai e
comei; isto é o meu corpo.”
Depois,
tomou o cálice, deu graças e o apresentou aos discípulos dizendo: Bebei dele
todos; porque isto é o meu sangue, do novo testamento, que é derramado por
muitos, em remissão dos pecados. Digo-vos, todavia, que a partir de hoje não
mais beberei deste fruto da videira, até o dia em que convosco o beber, novo,
no reino de meu Pai.” Mateus
26, 26 ss
Há quase dois milênios que estas
palavras são alvo de discussão e motivo de guerras.
Apologias profundas e polêmicas
ardentes têm sido elaboradas sobre o mistério do corpo e sangue de Cristo.
Para que tanta literatura?
Para que tanta celeuma?
Quem conhece o extremo limite da
física? Quem descobriu as últimas barreiras da metafísica? Quem ousaria
afirmar: Isto é impossível? O “impossível” figura nos vocabulários da humana
impotência, mas é termo ignoto no livro da divina onipotência.
Sabes tu, ó homem, que maravilhas se
ocultam na infinita pequenez dum átomo, duma célula, dum gérmen vital? Sabes tu
que prodígios pode encerrar a “migalha infinita” duma parcela de pão, uma gota
de vinho?
“A Deus nada é impossível...”
Em vez de estéreis e descaridosas
polêmicas, crê singelamente assim como é, assim como Jesus quis que cresses,
mas não tenhas a pretensão de definir o indefinível.
Não será salvo quem “compreender”,
mas, sim, quem “crer” – disse o Mestre.
Ai de nós se o humano compreender
fosse bitola do divino poder – e condição da nossa eterna felicidade!...
Huberto
Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
(Edição da Revista
dos Tribunais, SP - 1941)
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